
"Amigo, espera o visitante enquanto estás vivo.
Atira-te na experiência enquanto estás vivo...
Aquilo que chamas de "salvação"
pertence ao tempo anterior à morte.
Se não cortas as amarras
enquanto estás vivo...
achas que os fantasmas
o farâo depois?
A idéia que a alma vai unir-se ao extático
apenas porque o corpo está podre-
Tudo isto é fantasia.
O que encontramos agora
encontraremos então.
Se nada encontrares agora,
terminarás simplesmente com
um apartamento na cidade da morte.
Se fizeres amor com o Divino agora,
na próxima vida terás o ar do desejo satisfeito.
Por isso, atira-te na verdade.
Descobre quem é o mestre.
crê no grande som!"
( Samir Das (1938)
O poeta apaixonado por Deus,
Combateu o fanatismo religioso
Proclamou a unidade profunda em tods as religiões.
Nasceu na cidade santa de Benares -Varanas)
A princípio estes versos de Samir Das pode transmitir inquietude...
Mas numa releitura, com o espírito aberto, num livre pensar, senti profunda admiração por alguém que já antes de meu nascimento mergulhava fundo na grande quimera que é a busca e as certezas das"convicções" religiosas.
Certa feita, há muitos anos, conversando com uma amiga muito querida, eu com uns 29 anos ,
ela um pouco mais velha que eu...
Eu espírita, ela católica.
No meio da conversa teci este comentário:
- Que no futuro só haveria uma Religião, que congregasse todos os homens.
E ela, me perguntou:
- Izabel, qual seria esta religião: a minha ou a tua?
Fiquei em silêncio, por pouco tempo,
mas a resposta sincera minha foi:
- Não o sei... não tenho a resposta.
Já estava eu cansar-me de tantas dissidências acerca de algo que envolvia o Divino e que, até os dias de hoje, mais separa que une...
Não me bastava ser espírita... havia em mim o conhecimento doutrinário...
mas sentia que a Verdade não era tão simples assim.
Assim como vivemos num planeta solitário...
sem dialogar com nenhum vizinho nosso...
Todas as tentativas da Ciência em buscar seres inteligentes deram em nada...
uma distãncia nos separa, mandamos sondas ao espaço...
pois sabemos que neste Universo de imensidão é impossível estarmos só!
Que sejamos os únicos seres Inteligentes do Universo, nem pensar!
onde... os tais nossos semelhantes,
onde os seres feitos à semelhança de Deus, como pregam algumas religiões?
Ou somos testados na nossa Fé,
ou somos compelidos a buscar em nós a divindade
e com ela, com a centelha divina,
expandir nossos horizontes ...
nos comunicando com seres de outras dimensões
num despertar para o sagrado.
Depois de alguns anos, voltei a esta amiga e contei-lhe que já tinha uma resposta...
Claro que ela já tinha esquecido... riu-se do fato.
Minha resposta:
- Nem a minha nem a tua... precisamos re-inventar uma!
Aquela que penetrasse em todas as mentes, varresse preconceitos, separatismos
e que nos fizesse menos teóricos, mais amorosos e compassivos.
Que nunca mais proferissêmos citações evangélicas,
textos bíblicos, crença nisto ou naquilo...
sem exemplificar com nossas atitudes...
O homem vale pelo que é... não só pelo que fala.
Hoje penso que essa religião anda nos cercando,
tenta entrar em nós em cada dia, em cada situação de vida, em cada momento de dor.
Em cada minuto de paz, em cada dar e receber, em cada lágrima e sorriso.
É a Religiosidade sem fronteiras para o sagrado...
É a Linguagem do Amor!
E... aproveitar enquanto aqui estamos vivos,
pois a Natureza não dá saltos...
Ninguém fica melhor ao partir...
Leva na mala tudo que aprendeu
e semeou em si na vida de agora.
PS.:Um esclarecimento que se faz necessário:
Somente citei a Religião Católica pois o diálogo inserido foi com uma amiga do coração
que era Católica.
Simples assim...