Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Desabafo de Quino...

O Mundo precisa de crianças melhores para construir o futuro.
O Mundo precisa de pais mais adultos, menos infantilizados e birrentos.
Mais justos, generosos, mais sábios!
Que amem a Terra, oplaneta, não só a terra, bens materiais,
do apego a estes valores econômicos, que de tão frágeis,
se autodestroem com o bater das asas de uma borboleta lá no Himalaia.

Nosso Planeta agradece!


































Hoje é O Dia da Criança.
Dia em que assumimos a criança que fomos e afirmamos que somos.

Será?

Será que mora em mim aquela ingenuidade, alegria, aqueles olhinhos meus que brilhavam ao ver o rosto de minha mãe e de meu pai. Do meu irmãozinho?
Não me lembro com saudade de meus brinquedos. Os tive, nem tantos assim, era uma época em que não havia esse culto ao capitalismo selvagem, que já devia ser ultrapassado, mas que ainda está no inconsciente de muitos adultos.

Dizemos tantos nãos aos nossos filhos.
Só não conseguimos dizer não, bem categórico, aos ditames dessa tal criança interior nossa que traz, incógnitass, calcadas na memória inconsciente, as faltas , as frustrações do não ter "aquele brinquedo" tão sonhado.

Quem será que realmente deseja ardentemente um a boneca, eu ou minha filha?
E aquele aeroplano com controle remoto maneiríssimo que o vizinho deu para seu filho... e, eu queria tanto ter para mim, na verdade, não para meu filho!

Sorridentes e hipnotizados vamos aos Shoppings ou Saaras, 25 de março e outros... criança arrastada pelas mãos, a brigar pelo último modelo.
Cartões de crédito servem para isto, não?
Para comprar o que não temos condições, para estourar orçamentos.

Esquecemos de um detalhe bem simples... que neste desabafo de Quino
nem nos damos conta:

O exemplo!
Dizem que vale mais que mil palavras... e vale.

Sinto falta daquela tamarineira (era como eu chamava a árvore frondosa) enorme que me deliciava minha infância com seus frutos - tamarindos - lá no fundo do quintal de minha casa!

Companheira fiel, me viu crescer bem rápido, acho eu.
E ria comigo ao me ver pendurada nos seus galhos a voar de um lado para outro.
Eu sabia voar quando pequeninina.
E ainda me deixava subir lá no bem alto do seu tronco... para que eu pudesse ver o mundo melhor; talvez, ela quisesse me ensinar a olhar a vida num ponto de visão mais elevado, não tão rasteiro.

E aquele monte de cãezinhos vira-latas que minha mãe adotava.
Era uma correria só.
Todos juntos, num esconde-esconde onde eu era sempre a líder.
Pois eles sempre me acariciavam com seu amor.

Fazer castelinhos na terra? Delícia!
Depis um banho gostoso no tanque. Um lago imenso!

Tomar banho de chuva, ah saudade!
parece que era um tempo que a chuva não era ácida, nem destruia casas.
O homem ainda não tinha feito tanto estrago na natureza, nem tantas queimadas.

E o dia mais temido - terrível ansiedade - que me deixava aos prantos e depois às mil risadas exultantes: o Dia em que passava a Carrocinha do Serviço Público de pegar cachorro de rua.
Todas as crianças se juntavam e colocavam qualquer cão para dentro de suas casas.
Uns mais ousados , quando os "homens-maus" , nossos arqui-inimigos, se ditraiam... soltavam todos os cães aprisionados.
Era a festa!
Que criança ia deixar um cãozinho virar sabão? (era isso que nos diziam)

Ai... que saudade do meu Pó-de-Pirlimpimpim.
Era um pó mágico que eu jogava em mim, ficava pequenina e entrava nos quadros, pinturas e cenas de livros de história e ficava lá , bem no meio dos personagens figuras, reinventando histórias.

Obrigada , Pai e Mãe!
Por ter me dado uma infância com tantos brinquedos assim tão vivos!
E por terem me amado .

E também por me deixarem participar de seus sofreres... aprendi a entender vários significantes que me fizeram desviar melhor de caminhos maus.
Vê-los sofrer era muito triste,
vê-los sem condições financeiras, algumas vezes,
me fez valorizar
mais e mais o lutar para sair do vazio
e pular em direção a soluções de melhoria de vida!

Obrigada por terem,
principalmente,
Maria e Alberto,
a ensinarem ,
a nós dois,
meu irmão e eu,
a seguirmos
seus modelos de bondade,
de simplicidade.
Vocês, amados meus, eram gente de carne e osso,
não deviam ser perfeitos, mas isso eu não sabia
e hoje, acho que eram sim!
Tinham o coração que abria os canais para a alma.

Ensinaram-me a valorizar o estudo, o valor da palavra empenhada.
A seguir os Dez Mandamentos,
muito melhor do que a forma que era ensinado nos livros religiosos...
Vocês eram assim!
Vocês eram DEZ!
Dez Ensinamentos sábios!

Ensinaram,
exemplificando,
a seus filhos...
o real significado do SER mais do que o TER!


* Imagens recebidas por e-mail

4 comentários:

Rafaela Andrade disse...

Oi, querida. Me emocionei com o seu post. Acabei de atualizar o blog e pus uma musiquinha que eu lembrava de cantar quando eu tinha 10 anos de idade, o pessoal lá da Capela onde eu ia cantava rapidinho e improvisava uns instrumentos só para ficar mais animada a música e a gente cantava todo mundo junto.

É como você falou: são lembranças gostosas, as crianças de hoje não querem correr, cantar, brincar na rua. Que saudades de brincar de "rouba bandeira" e "queimada", a gente também fez vaquinha e comprou uma rede de vôlei quando Brasil ganhou ouro em Barcelona 92, aí nunca conseguíamos acertar um passe, mesmo assim fáziamos campeonato que só valia a diversão, Sacava e a bola caia e de novo, e de novo... hahahaha

Teve a febre do bambolê, da bolinha de gude, da pipa, do taco... nossa minha rua era sem saída e nós éramos muitos, todo dia era dia de brincar junto e crescer junto também.

É isso.
Um beijo!

chica disse...

Que maravilha,Isabel;;;
realmente o melhor caminho e presente que fica pra sempre é o exemplo.ninguém, o apaga...beijos,tudo de bom,chica

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Olá querida amiga. Belas palavras dirigidas a seus pais. Estou sem saber o que escrever. Beijos.

Denise disse...

Depois de tanto bom senso e sabedoria, temperados com afeto e saudade...só posso dizer: que lindeza, Iza!!

*Fui lembrando da minha infância, das brincadeiras e coisas que gostaria de ver meus netos vivendo...e senti saudade!

Bjos, querida!