5 de novembro de 2009
Dedicado à amiga Maria Izabel Viegas - quadratura de Plutão ao Sol
Este tema foi proposto pela terapeuta e astróloga Maria Izabel Viegas, autora dos blogues «Memórias de Vidas Passadas», «Viajantes na Linha do Tempo» e «Despertar de Memórias», a quem dedico o artigo, como gratidão pelo muito que aprendo com ela, nos seus blogues.
O tema deste texto trata das possibilidades do trânsito de Plutão em quadratura ao Sol natal.
Antes de continuar, quero deixar claro que este trânsito não afecta a todos por igual. Varia consoante a idade da pessoa, a experiência de vida, nível cultural aprendido e desenvolvido, meio social a que pertence e, sobretudo, a forma filosófica e espiritual como encara a vida. Sem quietude interna, sem processos de aceitação pessoal perante as questões do dia-a-dia, não se passa «da melhor maneira» por este trânsito. Ficando isto claro, passemos à natureza do trânsito.
A natureza primária deste trânsito chama-se «conflito». A situação mais comum deste trânsito na vida das pessoas é a possibilidade de experimentar o conflito com outra pessoa ou uma situação em concreto, abertamente desafiador.
Se o trânsito destes planetas fosse uma conjunção, a natureza básica seria uma «erupção interior que não se consegue conter»; se fosse uma oposição trataria de um «ataque demolidor» do campo oposto. Aqui, na quadratura, estaremos sempre a falar de «conflitos».
Vou
ter que dar uma pequena explicação sobre o posicionamento de Plutão nos
signos, para dar maior compreensão aos leitores menos familiarizados
com as contas astrológicas.
A forma do conflito que se apresentar à pessoa depende das casas e dos signos onde estão situados os planetas. Portanto, com inúmeras variáveis. São 12 casas onde poderão estar o Sol e Plutão. No que a signos se refere, o Sol pode estar num dos 12, mas Plutão só poderá estar entre os signos Câncer e Sagitário, pois como é um planeta muito lento e com uma enorme órbita em redor do Sol (cerca de 250 anos), nesta nossa reencarnação colectiva (a população maioritária do planeta), só conhecemos os efeitos directos deste planeta em poucos de signos.
Se soubermos que Plutão ingressou pela última vez em Câncer em 1912, percebemos imediatamente que as pessoas vivas com Plutão nos primeiros graus neste signo, hoje são bastante idosas. Terão aprendido o suficiente para não entrarem em grandes conflitos. Entrou no signo seguinte, Leão, em Outubro de 1937. Em Virgem, em Outubro de 1956. Em Libra/Balança, em Outubro de 1971. Em Escorpião, em Novembro de 1983. Em Sagitário, em Janeiro de 1995 (são muito jovens actualmente). Eu passei por esta quadratura quando tinha 18 anos e pela oposição aos 56. Não foi fácil.
A forma do conflito que se apresentar à pessoa depende das casas e dos signos onde estão situados os planetas. Portanto, com inúmeras variáveis. São 12 casas onde poderão estar o Sol e Plutão. No que a signos se refere, o Sol pode estar num dos 12, mas Plutão só poderá estar entre os signos Câncer e Sagitário, pois como é um planeta muito lento e com uma enorme órbita em redor do Sol (cerca de 250 anos), nesta nossa reencarnação colectiva (a população maioritária do planeta), só conhecemos os efeitos directos deste planeta em poucos de signos.
Se soubermos que Plutão ingressou pela última vez em Câncer em 1912, percebemos imediatamente que as pessoas vivas com Plutão nos primeiros graus neste signo, hoje são bastante idosas. Terão aprendido o suficiente para não entrarem em grandes conflitos. Entrou no signo seguinte, Leão, em Outubro de 1937. Em Virgem, em Outubro de 1956. Em Libra/Balança, em Outubro de 1971. Em Escorpião, em Novembro de 1983. Em Sagitário, em Janeiro de 1995 (são muito jovens actualmente). Eu passei por esta quadratura quando tinha 18 anos e pela oposição aos 56. Não foi fácil.
Voltemos, definitivamente, ao «conflito».
Este ambiente pode ser provocado por algo absolutamente insignificante,
que só as partes envolvidas valorizam, como pode ter uma base com
questões poderosas. Nesta situação, neste trânsito, o conflito pode ser
muito atraente para a pessoa, mas também temos que considerar a
possibilidade de ser um assunto repulsivo, desagradável, provocando
sérios transtornos. A atracção e repulsão podem ocorrer ao mesmo tempo.
Muito plutónico, portanto.
Se a situação for esta – atracção e repulsão simultâneas -, é garantido que a pessoa sente que não quer fugir ao desafio que se apresenta. Irá embrenhar-se em pleno no conflito, neste combate, esgotando-a. Por uma razão simples: porque aceitar a possibilidade de se afastar do conflito, significa abandonar algo que é muito apreciado. Portanto, a pessoa deve preparar-se para esta situação, sobretudo no início do trânsito.
A pessoa pode preferir encarar este conflito como uma batalha contra o outro ou uma determinada situação. Porém, não costuma ser a escolha mais sábia, nem a mais conveniente. Apesar de ser doloroso, recomendo que a escolha entre seguir o conflito ou ignorá-lo, seja o deixar que o interno faça a sua escolha, evitando dar espaço ao ego. Ir atrás do conflito é o caminho certo para a ocorrência de estragos. Ser firme é uma coisa. Ser teimoso e orgulhoso é outra.
Falemos um pouco de Plutão neste trânsito. Com Plutão as regras são simples: pegar ou largar, aceitar ou resistir. Este trânsito ao Sol trata de aprendermos a soltar algo e aceitar essa situação, com a maior serenidade possível. Não é fácil. Mas o ser humano, habitualmente, não quer fazer nenhuma das coisas.
Esta situação é mais enfática neste trânsito ao Sol porque a nossa luminária representa o conjunto de identificações dirigidas ao ego. São poucas as pessoas (entre os biliões que habitam o planeta Terra) que tenham transcendido a representação do Sol, enquanto ego, evoluindo para a representação do Ser, sem ego. Por isso é que reencarnamos: para aprendermos e tentarmos esta transcendência.
Como consequência do nosso ego em ebulição, este trânsito de Plutão em quadratura ao Sol é sempre um troço duro de roer para o nosso sentido de continuidade pessoal. Não é fantasioso supor que esta quadratura representa de algum modo, uma certa «morte»; assim, vamos aprendendo a aquietar-nos, a sossegarmos, a não vivermos em excitação constante. Recordam-se de mais acima ter dito que este trânsito varia consoante as condições de cada pessoa? Este trânsito aos 'trintas', é muito diferente se ocorrer aos 'cinquentas' ou 'sessentas'. Percebem o que digo? A vida ensina-nos.
Chegou o momento de deixarmos de parte o lado mais arisco e destrutivo do trânsito e observarmos o outro lado, pois Plutão trabalha em dois tempos: destruição e regeneração.
Esta regeneração chegará na segunda metade do trânsito, que pode durar dois anos ou mais. Veremos surgir em nós mesmos uma forma de identidade nova, mais enraizada na própria vida. Um enraizamento mais profundo, mais fértil, mais saboroso. A olharmos para trás, constataremos que fizemos uma enorme caminhada. Que foi um caminho pejado de alguns perigos, que fomos aplanando, aprendendo a valorizar-nos. E assim, ‘la nave va’…
Se a quadratura for «crescente» suporá um compromisso mais profundo com as nossas forças vitais, afastamento do que é ambíguo, fixando metas mais razoáveis. Se a quadratura for «minguante» passaremos a ter uma perspectiva mais realista e mais profunda da vida, ficando mais aptos à adaptação, sem utopias.
É a aprendizagem da subida ao patamar da sabedoria.
Passem bem. Muito obrigado.
Se a situação for esta – atracção e repulsão simultâneas -, é garantido que a pessoa sente que não quer fugir ao desafio que se apresenta. Irá embrenhar-se em pleno no conflito, neste combate, esgotando-a. Por uma razão simples: porque aceitar a possibilidade de se afastar do conflito, significa abandonar algo que é muito apreciado. Portanto, a pessoa deve preparar-se para esta situação, sobretudo no início do trânsito.
A pessoa pode preferir encarar este conflito como uma batalha contra o outro ou uma determinada situação. Porém, não costuma ser a escolha mais sábia, nem a mais conveniente. Apesar de ser doloroso, recomendo que a escolha entre seguir o conflito ou ignorá-lo, seja o deixar que o interno faça a sua escolha, evitando dar espaço ao ego. Ir atrás do conflito é o caminho certo para a ocorrência de estragos. Ser firme é uma coisa. Ser teimoso e orgulhoso é outra.
Falemos um pouco de Plutão neste trânsito. Com Plutão as regras são simples: pegar ou largar, aceitar ou resistir. Este trânsito ao Sol trata de aprendermos a soltar algo e aceitar essa situação, com a maior serenidade possível. Não é fácil. Mas o ser humano, habitualmente, não quer fazer nenhuma das coisas.
Esta situação é mais enfática neste trânsito ao Sol porque a nossa luminária representa o conjunto de identificações dirigidas ao ego. São poucas as pessoas (entre os biliões que habitam o planeta Terra) que tenham transcendido a representação do Sol, enquanto ego, evoluindo para a representação do Ser, sem ego. Por isso é que reencarnamos: para aprendermos e tentarmos esta transcendência.
Como consequência do nosso ego em ebulição, este trânsito de Plutão em quadratura ao Sol é sempre um troço duro de roer para o nosso sentido de continuidade pessoal. Não é fantasioso supor que esta quadratura representa de algum modo, uma certa «morte»; assim, vamos aprendendo a aquietar-nos, a sossegarmos, a não vivermos em excitação constante. Recordam-se de mais acima ter dito que este trânsito varia consoante as condições de cada pessoa? Este trânsito aos 'trintas', é muito diferente se ocorrer aos 'cinquentas' ou 'sessentas'. Percebem o que digo? A vida ensina-nos.
Chegou o momento de deixarmos de parte o lado mais arisco e destrutivo do trânsito e observarmos o outro lado, pois Plutão trabalha em dois tempos: destruição e regeneração.
Esta regeneração chegará na segunda metade do trânsito, que pode durar dois anos ou mais. Veremos surgir em nós mesmos uma forma de identidade nova, mais enraizada na própria vida. Um enraizamento mais profundo, mais fértil, mais saboroso. A olharmos para trás, constataremos que fizemos uma enorme caminhada. Que foi um caminho pejado de alguns perigos, que fomos aplanando, aprendendo a valorizar-nos. E assim, ‘la nave va’…
Se a quadratura for «crescente» suporá um compromisso mais profundo com as nossas forças vitais, afastamento do que é ambíguo, fixando metas mais razoáveis. Se a quadratura for «minguante» passaremos a ter uma perspectiva mais realista e mais profunda da vida, ficando mais aptos à adaptação, sem utopias.
É a aprendizagem da subida ao patamar da sabedoria.
Passem bem. Muito obrigado.
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