Quem não se encanta com a Mitologia?

Ansiamos por compreender os porquês da Vida.
Essa grande aventura que é nossa existência.
Não concebo e, sinceramente, creio que vim com um "chip" conectado com o Cosmos.
Sempre acreditei em Deus.
Creio que já nasci acreditando na espiritualidade.
Bem, tenho Nodo Sul em Sagitário na casa 12 e sol Piscis.
Jupiter na casa 10, sou feliz quando me realizo profissionalmente, mas igualmente quando consigo manter minha imagem de ser espiritualizado.
Tenho fé.
Não nasci numa família de pessoas onde a religião era uma obrigação.
As escolhas foram minhas.
Acredito firmemente no Inconsciente Coletivo e que tudo que nos acontece tem o momento.
Nem sempre adianta forçar o destino.
O tempo , vezes é de ação, outro de espera, vezes semear, noutro colher.
Quanto mais semeamos boas sementes,
vê-mo-las crescerem,
dar belos frutos.
Adiante, vou postar uma fala de Campbel que gostava sempre de começar com uma história.
Aqui uma pincelada de uma história minha....
Pai espírita, e eu nem sabia o que era isto;
Mãe, que ia da igreja a centros de umbanda somente em festas de Cosme e Damião, onde havia mesa farta de doces para crianças.
Também ali nem suspeitava de estar num ato religioso.
E não gostava e nem comia nada.
Minha mãe esquecera que era regra da casa não comer em "casa de outros". Só se fosse permitido pelos meus pais.
E eu gostava era de brincar com as crianças, logo... fui levada a uma festa. Nem percebia entidades se manifestando, meus olhos focavam a alegria.
Lembro-me, entretanto, de não gostar de ir.
Gostava sim de ir à Igreja, mas vazia , sem ninguém.
Pedi à minha mãe para não ir mais à missa pois as meninas ficavam falando o tempo todo e olhando e fofocando sobre roupas e futilidades.
E eu, mesmo nada entendendo do que o padre falava, ficava embevecida com os sons, as imagens, o altar.
Até hoje, respeitar um Templo é algo de sagrado.
Meus pais riam de minhas idéias.
Certa feita, e isto me marcou, ela me levou a uma dessas sessões espíritas.
E foram momentos terríveis para mim, era tímida, meio medrosa (por fora).
Estávamos nós as crianças em círculos sentadas e surge um homem velho, alto , calvo e forte, pulando e brincando( minha visão de pequenina).
Passava de boca em boca uma cuia com guaraná e mandava beber.
Eu, com, dez anos, falei com minhas amiguinhas que não tomaria aquilo pois estava a cuia suja, cheia de cuspe.
Elas, que já conheciam aquele homem "enorme" me avisaram que eu não fizesse isso
pois ele era brabo e brigaria comigo.
Foram momentos de terror.
E, num repente, lá estava a cuia na minha frente.
Olhei para ele, tremendo por dentro, claro, agradeci
e disse:
Não! Eu não quero!
Ele parou, olhando firme para mim( não esqueço a cena) , olhou, olhou e eu a ele.
E foi embora.
Neste instante me senti uma heroína.
Tão grande como ele. Tremendo de medo mas...
Eu venci a batalha!
Comentei com meu pai, que afagou meus cabelos, como sempre. Era uma aceitação de minha atitude.
Nada falei para minha mãe ( ela não viu), pois se percebesse ele me obrigar a alguma coisa, a Dona Maria Espanhola faria a cuia voar na cabeça do homem que a entidade"subiria".
Ao assistir Nosso Lar comentava com meu marido e filho, que seria mais fácil ser ateu.
O porquê? Ora, para eles vive-se aqui , morre-se e pronto... acaba tudo.
O inferno e o céu é aqui.
Só!
E eu, para onde iria depois de morrer?
Opções:
O céu: tudo branco, nada a fazer, para mim um tédio.
O inferno, nem pensar!
O umbral... nossa, tenebroso.
Nós não temos noção de quanto o nosso corpo nos protege!
Depois de falecer, somos só períspirito ou que nome deem, as outras crenças. ficamos vulneráveis aos ataques dos outros invisíveis.
E não podemos esconder os nossos defeitos e imperfeições.
somos regidos pela Lei da Atração.
Minha família me pergunta:
- Ora, por que você não faz tudo direitinho e vai para o Nosso Lar!?
E... eu não sei se aguento só ficar ouvindo música clássica a beira dum lago lindo,
plantando flores, só falando temas edificantes, lições de moral o tempo todo.
E levar bronca a toda hora.
Imagina, e as piadas "mais picantes"?
Caracoles... eu não sou santa do pau oco.
Sou normal.
Muitas pessoas que vejo nos locais religiosos são assim, falam, dão lições aos outros e quando são contrariadas, perdem toda o verniz "santificado".
Quanto orgulho!
Quão bom seria se lembrassem do que dizem, que ouvissem mais e vivenciassem as palavras dos Espíritos de Luz!
Sentem-se privilegiados até por serem voluntários, imagina quando são médiuns.
Mudam de persona quando vestem branco.
Esquecidos que a alma é que deve se cobrir de branco.
Sei que isto é normal.
E nem me incomodo com tais atos.
Eu quero e me basta trabalhar num cantinho, se possível, bem escondida.
São nos locais religiosos que comparecem todos nós necessitados de aprendizagem.
Mas não tolero hipocrisia...
ser bom não significa "tomar guaraná cheio de bactérias" só para se dizer santo.
Quero ser reconhecida pelos mentores... eles enxergam quem eu sou!
No mais... é trabalhar com honestidade, convictos que quando amamos o que fazemos,
com real caridade...
Deus sabe.
E Ele me basta!!!
E olhem que eu acredito profundamente na Vida Após a Morte.
Penso, porém, que aqui deste lado não temos noção do que realmente se passará no ato último.
Que se aprende a morrer, morrendo.
A cada vida, nova aprendizagem nestas idas e vindas de lá para cá.
Cada renascer e cada adormecer é sempre inimaginável e único.
Tive certeza que existe vida após a morte ao acariciar o rosto de meu pai, quando faleceu , eu aos 14 anos.
Não era possível tanta sabedoria, energia, bondade, inteligência, nobreza... ir para o Nada.
A vida continuava sim!
Creio que talvez seja este o motivo de amar a Mitologia.
O Mito existe na forma do inconsciente coletivo.
Quem estudar astrologia não precisa decorar nomes para designar este ou aquele planeta ou signo, é só ler e entender o mito. Entenderá os mistérios.
Ouçam o que narra o vídeo abaixo sobre O Poder do Mito.
Transcrevo um trecho:
"Joseph Campbell achava que tudo começava com uma história.Uma de suas favoritas:'Estava no Japão, numa conferência sobre religião quando ouviu um filósofo novaiorquino dizer a um monge xintoísta:
- Já estive em suas cerimônias e seus templos. Mas não compreendi sua ideologia.O monge refletiu e disse balançando a cabeça:- Nós não temos ideologia nem teologia. Nós dançamos. 'Joseph Campbell foi um homem muito espiritualizado... mas não tinha ideologia nem teologia.Para ele a Mitologia era a Canção do Universo,tão enraizada no nosso inconsciente coletivoque dançamos mesmo sem sabero nome da melodia."Lindo , não?