Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A dor de não se encontrar...

"Eu"

" Eu sou a que no mundo anda perdida
Eu sou que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte,
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida.
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendido!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou.
Alguém que veio ao mundo prá me ver. E que na vida nunca me encontrou!"

Florbela Espanca


A maioria dos poemas que li de Florbela são impregnados
de intensa paixão ou de doloridas "sombras".
A sua morte foi um final -tragédia que talvez ...
quem sabe, hoje teria outro fim...
era nítido a forte depressão que assolava
esta mulher tão inteligente e linda!

Já vi pessoas a me contarem suas vidas e sempre há algo doloroso,
que parece que não tem aqui nesta vida explicação.
Problemas familiares e financeiros, amor que os traiu,
paixão não correspondida sempre deixando marcas .

Acho, algumas vezes, que somos divididos em dois grupos:

os que vieram já prontos, mais cônscios e assumindo os riscos
e aqueles que parece que entraram na vida num repente,
ninguém perguntou:

- Queres voltar?
Estás pronto para repetir velhos padrões?

É como uma imposição irrecusável:
- Deves voltar!

Existem marcas e. feridas n'alma de todos nós...
nunca podemos dizer que a dor do outro é menor que a nossa.

Todos sabem a história da cruz do homem que reclamava que a sua era a maior de todas,
seus penares eram os mais pesados...

Perde-se tempo num "desnecessário olhar para a vida que o outro leva"...
presumindo sempre que sua cruz seja maior que a do outro.

Triste final: a sua, concebida carinhosamente pelo Supremo era a menor...
e do tamanho que lhe coubera carregar, por merecimento ou prova.

Por que teimamos em estar sempre a tentar adivinhar
o que deveríamos ter sido
deixando de, com todas as forças, remar sempre à frente...
despreocupados dos motivos e razões da Vida nossa!

Nascemos...já é uma dádiva!
Infância triste... creio que a maior parte do planeta a teve.
E nem por isso deixam-se quedar por ventos e tempestades.

Mas dor da alma é REAL...
ela não se vê,
mas é um veneno
tomado em doses homeopáticas.

Quem permite colocar o cálice amargo em nossa boca?
Por que deixamos e nos entregamos?

Porque somos, como Jesus disse:
os Homens de pouca Fé...
em si e nas coisas do espírito.

Usamos nossa razão para embotar nossos sentimentos.
Colocamos óculos cor de rosa fingindo ser o que não somos
ou óculos escuros para não mostrar que nosso olhar já está enevoado.

Nossa auto-estima foi burlada e ferida quando crianças, ou no agora?
Primeiro passo:
reconhecer nossas mazelas,
abrir nossos corações.

Quando falo em abrir nem é preciso sair
falando aos quatro cantos sobre sua vida
e sim, RECONHECER que precisa de ajuda!

Reconhecer que a alma está doente...
e com ela...
o corpo adoece igualmente no mesmo ponto
que a dor deixou as marcas.

Aceitação!

Abrir nosso coração para novo "sentir", novas conquistas pessoais,
deixar "entrar" a energia cósmica e crística.

Olhar no espelho e ficar observar os sinais:
Há brilho nos seu olhar ,
há um sorriso amável e sincero na face,
há um olhar de Amor a quem te rodeia,
há alguém ao seu lado que te ame
Que te respeite assim do jeitinho que és?
Olhar no interior de nós: conhecer-se

Olhar no entorno:
o que ou quem
me faz sofrer
e o que devo despir de mim,
livrar de minh'alma?

Citando o Apóstolo Paulo na sua Primeira Epístola aos Corinteos (cap.13):
"Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido."

Precisamos crescer moralmente, não só intelectualmente. Precisamos ver a vida com a pureza de uma criança mas com o olhar de adulto!

Infelizmente quantas mulheres e homens maravilhosos e especiais como Florbela Espanca viveram o tormento da dor, enlouquecidos de tanto sofreres da Alma, sem os conhecimentos e os meios que temos de encontrar as soluções!

Lembremos que a Nova Era nos aponta para os caminhos da Luz!

E que ainda hoje ecoam fortes as vibrações energéticas destas palavras , em ondas vibratórias sentidas pelos que têm o coração aberto:

"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor. ( Paulo)


2 comentários:

Anônimo disse...

Olá amiga!
Legal o novo visual!
Obrigada por suas palavras lá no SPA! Fiquei refletindo no que disse e esse post parece até uma continuação rs...

Não podemos jamais julgar a dor do outro menor que a nossa. Na verdade sentimentos são coisas que não podem ser medidas, e somente cada pessoa sabe onde e como lhe dói.

Creio que o perdão seja sempre o melhor meio de cura da alma e até mesmo do corpo. Mas como é difícil... Contudo tbm nós precisamos de perdão, não é mesmo?

E assim, perdoando, tbm nos redimimos...

Bjo na alma, querida!

Cris Tarcia disse...

Olá!

Maravilhoso este texto, realmente todos nos temos nossas dores, tem momentos que falamos demais, queremos atenção do outro, o importante é superar, pegar este limão e fazer uma limonada deliciosa.

Um beijo e uma linda noite