Estranho planeta do bêbado

E o Pequeno Príncipe se despediu da sua caprichosa rosa e partiu... e chegou na região dos asteróides 325, 326 ....330 , e começou a visitá-los, queria se instruir, procurar uma ocupação.

Eis que um dia encontrou o planeta habitado por um bêbado...

" Esta visita foi muito curta, mas mergulhou o principezinho numa profunda melancolia.

- Que fazes aí? perguntou ao bêbado, silenciosamente instalado diante de uma coleção de garrafas vazias e uma coleção de garrafas cheias.

- Eu bebo, respondeu o bêbado, com ar lúgrube.

- Por que é que bebes? perguntou-lhes o principezinho.

- Para esquecer, respondeu o beberrão.

- Esquecer o quê? indagou o principezinho, que já começava a sentir pena.

- Esquecer que eu tenho vergonha, confessou o bêbado, baixando a cabeça.

- Vergonha do quê? investigou o principezinho, que desejava socorrê-lo.

- Vergonha de beber! concluiu o beberrão, encerrando-se definitivamente no seu silêncio.

E o principezinho foi-se embora, perplexo.
As pessoas grandes são definitivamente muito bizarras, dizia de si para si, durante a viagem."

Realmente bizarras somos nós as pessoas grandes! isto é um fato, pequeno menino.
Quantos de nós nos viciamos em algo que nos intoxica, que nos faz mal, e de tanto repetir o mesmo ero, chegamos a um ponto que sentimos vergonha.
Sentimos que estamos "desajustados", que somos aquele que "entra constantemente no baile à fantasia com roupa de gala".
Sentimos que somos motivo de vergonha, mas não entendemos o porquê.
É difícil enxergar com a visão do outro, principalmente quando nossos defeitos ou vícios fazem nossos amados sofrerem. A culpa nos abate, inconscientemente. Nem sempre somos os "abandonados", e sim aquele que abandona a vida em prol de um mal secreto.
Quem está do lado de fora também não "entende' o nosso sofrer pois a dor também habita em seus corações, justamente por nos amarem tanto.

Culpamos tantas vezes a vida e a má sorte...entretanto não nos detemos perante um ato que tornará a nossa vida um constante penar.
A bebida, os vícios são caminhos que degradam o homem.
Alegam muitos que sofrem, por isto bebem, se drogam, vão aos poucos penetrando num mundo paralelo...
o prazer netuniano de "fazer viagens", de ser feliz, de cantar, de ter ilusões se transforma ...num repente em pesadas correntes.

Por que me tocou agora este trecho do "Pequeno Príncipe"?
Já o li há tantos anos... eis que pondo ordem nos meus livros, justo hoje esta história me escolheu.

Tenho acompanhado e trabalhado com homens e mulheres que são alcoólatras, muitos jovens.
E, num coincidència acabei de receber de presente de uma amiga, um livro espírita psicografado por um viciado, homem bom mas transtornado pela bebida, fez de sua vida e da sua família um verdeiro "inferno astral", ele conta sua triste e difícilima recuperação após a morte no plano espiritual.
As cenas, passavam na minha mente como aquelas imagens do filme Ghost...
E já vi casos e casos de alcoólatras que nitidamente estavam "companhados de entidades já falecidas e que não entendiam este novo "estado", precisando dos homens viciados, presas fãceis, dos quais sugavam suas energias, parasitando seus hospedeiros, sugando todos os vapores do álcool, trazendo momentâneo e fugaz conforto. sempre em busca de mais... obliterando as mentes ( o que o álcool já por si o faz) e muitos indo ao extremo da loucura.

Amigos, quem acredita sabe que:
"A natureza não dá saltos" ...
ninguém dorme aqui neste plano e acorda imediatamente no céu,
sem carregar a bagagem que seu espírito se habituou a conviver.
Somos os donos deste corpo que amorosamente nos acolheu nesta Vida.
E como este é o hospedeiro da Alma, há que estar sempre vigilantes;
Orar e Vigiar...
Vigiar muito e Orar para que nunca deixemos de estar de olhos abertos às ditas "arapucas" que caímos sem pensar no Amanhã.
Muitos vivem com mariposas, procuram o prazer, a luz e ...vão cegas na direção da lamparina que queimarão sua asas, tirando-lhes a vida...

Numa sessão de regressão no trabalho cura pela Terapia de Vidas passdas, temos que estar firmes na nossa análise e observação, pois encontramos pessoas , presas a vícios, que carregam junto obsessores assim, companheiros de botequim, alguns até se manifestando.

É fácil saber quem é quem?
Não e Sim!
Opto pelo Sim, pois muito trabalhei e trabalho deixando que haja esta comunicação entre os dois mundos. Quem trabalha com o seu lado espiritual sabe identificar os mecanismos que se manifestam este intercâmbio.

Temos que cuidar muito bem de nosso corpo,
ninguém está livre de "cair em tentação".
Mas todos somos livres para andar pelos melhores caminhos.
Queridos amigos, quantas cartas recebo com relatos de uma vida de sofrimento.
Quantos atendi com o vício.
Começaram numa brincadeira ou num tentativa de fuga aos problemas da vida e...
uma névoa cinza já estava instalada no seu coração.

A Dra Edith Fiore, psicóloga norte -americana especializada em doenças mentais, começou a perceber - nos seus atendimentos em casos de algumas "personalidades múltiplas" de pacientes, que antes tratava como "doenças mentais" - que estava à frente de algo que ia além de sua compreensão, usando apenas o método científico.
Surpresa, em nada acreditando, diz que o primeiro livro que procurou foi o "Livro Tibetano dos Mortos" e daí para uma literatura mais espiritualista, mais específica.
Ela não acreditava, é muito interessante o seu realato e a sua descrença neste mundo além corpóreo e em reencarnações,
mas afirma categórica que a cura dos sintomas acontecia, logo "algo" existia!

Isso também aconteceu com o Dr Brien Weiss que, de uma postura cientificista cética, passou surpreso a adentrar neste "outro Universo".
Vi numa entrevista um comentário do psiquiatra americano que isso a nos Estados Unidos era uma novidade, o efeito das descobertas eram mais impactantes.
Mas que aqui no Brasil já tínhamos uma cultura e religião que aceitava o Mundo Espiritual, e se surpreendeu nos locais em que se faziam trabalhos mediúnicos de desobessessão com a seriedade e devotação de médiuns que graciosamnte ajudavam aos seres encarnados e, amorosamente, intentavam o " despertar" destas almas errantes que ainda aqui estão presas, necessitando caminhar para a Luz!

Aqui, entretanto, quero deixar claro que o trabalho com a Terapia de Vidas Passadas não é uma sessão mediúnica. É um trabalho terapêutico, abordagem psicológica, que visa tratar dos sintomas que o corpo físico apresenta "cônscios" que a doença começa a se instalar primeiro nos corpos sutis que envolvem este corpo-matéria visível
e que, de tanta repetição, de constantes descuidos nossos...
vão aí sim , deixar marcas no corpo - as doenças que somatizamos.

Na Terapia , geralmente, nos chegam pessoas cujas dores são " Dores profundas da Alma".

Este é o diferencial: o homem é visto holisticamente: Corpo e Alma.
Visão ampliada ... as mensagens da Alma , da mente consciente, trazem à tona os mistérios do "inconsciente" e nas regressões a viagem é em busca da "Alma Desperta", atemporal;
as memórias se manifestam de modo mais claro.

E lá está o Terapeuta , que também entende esta "linguagem do mistério", ali junto a dar o direcionamento o mais correto possível...

NUNCA , JAMAIS colocando imagens, nem palavras na "boca" de seus pacientes.
Isto é totalmente Anti- Ético!

Minha formação foi extremanente rígida neste mister, incontáveis análises com nossa Mestra Celia Resende, em que nos fazia observar atentamente,
corrigindo o nosso modo de condução, nenhuma imagem pode partir do terapeuta.
Tudo é um relato do paciente!
Alguns dizem que é fantasia!
E eu a estes respondo: se a fantasia assombra... precisa ser ouvida e tratada com o devido respeito.

Amigos meus, nosso principezinho estava certo:
Somos pessoas Bizarras!
Em todos os problemas que nos assolam, nós, " os Bêbados e os Equilibristas" ...

Bebemos para Esquecer
Esquecer do Quê?
Esquecer da Vergonha
Vergonha do Quê?
Vergonha de Beber!
Cuidado para não entrar neste Círculo Vicioso!


* Trecho entre aspas, extraído de livro de Antoine Saint - Exupéry : "O Pequeno Príncipe".
cujo valor foi resgatado, por muito tempo depreciado pois nos Concursos de Miss Brasil era o livro mais citado como livro de cabeceira.
Puro preconceito, paradigmas forjados:
Não é um livro infantil, encerra um profundo conhecimento.
Era citado pois era moda, todos o leram, foi "best seller".
Se o compreenderam... ficamos sem o saber.
E mulher só porque é bonita não deve ser taxada de "burra",
este outro preconceito que caiu por terra
com as "novas e maravilhosas mulheres" do nosso Tempo!
Isto tudo foi desmistificado.

Como dizem meus amigos portugueses e que gosto muito:
Bem Haja!