Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tempo para cuidar do meu jardim, in Blogagem Coletiva.

Este post faz parte da Blogagem Coletiva
da amiga querida e escritora Glorinha L. de Lion
do Blog "Café com Bolo"

Tema: Minha idéia é meu pincel
Hoje:
"Monet - Irises in Monet's Garden"
( in Giverny)


Acredito no imenso potencial do ser humano de adentrar nas muitas esferas espirituais.

Somos almas que neste momento estamos morando
num corpo abençoado,

nosso habitat divino,
plasmado na matéria precisa
e tamanho exato
de nossas necessidades para melhor cumprirmos
a nossa missão,
aqui neste planetinha azul.


Estava eu a escrever este meu post, comunicando minha pausa aqui neste blog,
por um pequeno espaço de tempo, assim espero,
pois ando a precisar de "cuidar de meu jardim exterior".
E nele inseri um jardim.
Antes de publicá-lo, vi que a Glorinha havia proposto este tema.
Ao ver este jardim de Monet senti que este era o jardim que minha alma bailava.


Sincronicidade.
No mesmo momento a amiga querida e eu estávamos a colher flores.

Nossas almas juntas viajavam em sonhos - acordadas num mesmo tempo - espaço.





Existe um tempo para tudo na vida.
E a vida é eterna.
Existe no homem uma lembrança que transcende os limites de sua mente racional.

E neste jardim mergulho nos lilazes e sinto-me leve.

Uma sensação de paz me invade.

Olho o jardim...
Leve sensação de adormecer
Não sinto meu corpo
Fecho meus olhos
Não preciso
Começo a cobrir-me de lilás
Volito
Meus pés acima do chão
Estou no meio das flores
Volto no tempo
Olho ao redor
Sinto odores suaves
Enebriantes
Agora piso na terra úmida,
caminho entre as alamedas,
Ao longe vejo vultos
não os conheço
me acenam
roupas diferentes
de época
bem, sorrio e sorriem para mim
não são minha história
entrei num universo paralelo.
Volto...
e novamente
sinto meu corpo, leve
como uma pluma
deito-me entre as flores
suspiro
alegria, emoção, saudade
misturam-se no meu coração
Estendo as mãos
e encontro outras
num toque de seda,

sinto alguém ao meu lado
estou como num passe de mágica
ao lado de um homem
tez morena, vestes claras,
não brancas
um tom sem cor
toco na sua veste
será real
a trama do tecido
artesanal
pergunto confusa:
quem és?
sinto uma leve carícia em meus cabelos
sou teu companheiro de muitas viagens
sigo-te há séculos
sou aquele que me escolheste e te escolhi
somos nós dois
ora aprendiz ora mestre
És meu anjo?
Não,
sou um caminhante como tu.
Nosso aprendizado é lado a lado
a cada mudança tua eu avanço um passo
a cada mudança minha tu também assim vais.
Somos ambos partícipes
de uma longa jornada terrestre,
ao encontro da soma de todos nós
ao UM.
Tu só me vês em sonhos.
Eu pergunto;
na minha dimensão, onde ficas?
Ao teu lado perto ou longe...
sempre junto.
E tu me ouves?
Sim.
E tu também, escutas minha voz.
confundes muitas vezes
como se fosse a tua.
Ficamos assim um tempo,
eu - em êxtase
ele - pura expressão de paz e amor.
Damos as mãos
e caminhamos de volta
atravessamos muitos jardins
todos iguais
todos Monet
mas outros tons
e vou voltando
suavemente.
Ele me diz;
Agora,
só eu te verei,
mas tu me enxergarás
sempre quando quiseres
com os olhos da alma.
Como um sonho
acordo
aqui
olhando a tela
de Monet.
no meu office
sentada
à frente da tela do computador.
E mistério:
das mãos exalam
perfume de flores
cheiro de terra
ao meu lado
um ramalhete de flores lilazes.
Flores de amor
do mestre dos meus caminhos.
Eu nunca saí daqui,
quem viajou foi minh'alma.
Suspiro,
sinto-me em paz,
sinto sua presença...
mestre do meu coração!


"Tempo para Cuidar de Meu Jardim"


Estou a seis meses aqui a me recuperar do acidente.
Descobri que sou paciente e perseverante. Não me entrego assim tão fácil.
A recuperação tem altos e baixos. Ficar aqui sentada realmente me faz mal ao corpo físico, à alma não.
Minh'alma sempre fica em festa junto a vocês!
O segredo da nossa aceitação é entender que acontece estava lá marcado e que poderia ter sido pior.
Estar no Blog foi e ainda é muitas vezes difícil. Quero publicar mais sobre Vidas Passadas, este é meu trabalho, e nem sempre consigo me dedicar totalmente.
Aliado ao fato de que este ano fui obrigada a parar de trabalhar em TVP, em Astrologia e no meu trabalho mediúnico.
Muitas vezes acho que ando psicografando. As mensagens saem em minutos. São insights, são flashes em que adentro meus arquivos secretos e os exteriorizo.
Ora porque doi-me ainda a área atingida, apesar do tratamento feito, ora porque nestes tempos muitos acontecimentos têm dado novos rumos à minha vida.
Mudanças boas, neto nascendo, filhos partindo para novos vôos,
e nós a acompanhá-los pois é o tempo certo.
Sinto-me feliz, tenho visto
flores desabrochando, colhemos frutos...

E não posso perder o sol que brilha lá fora!
Vou precisar de um tempo,
dar uma parada estratégica

pois tenho que cuidar das flores
aqui, em tempo real, na minha vida!
Flores netos, flores filhos,
flores- recuperação,
flores- projetos de vida.
Renovação!
Vou enfeitar o meu espaço de trabalho
para meus atendimentos.

Volto a trabalhar ano que vem.
Esta dimensão precisa de mim,
para que, assim como o Pequeno Príncipe:
"Não nasçam baobás no meu planetinha..."
preciso olhar bem o chão da terra que piso!

Estarei andando pelos blogs amigos.

tenho muito que aprender com todos vocês!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Inteligência, ensina-me caminho para minh'alma


"Inteligência, Dá-me o Nome Exato das Coisas"

"Inteligência, dá-me
o nome exato das coisas!
... Minha palavra seja
a própria coisa.
criada por minha alma novamente.

Que por mim cheguem todos
os que não conhecem, às coisas;
Que por mim cheguem todos,
os que já as esquecem, às coisas;
que por mim cheguem todos
os próprios que as amam, às coisas...

Inteligência, dá-me
o nome exato, e teu,
e seu, e meu, das coisas."

- Juan Ramon Jimémez, in "Eternidades" -

Um cliente, numa consulta astrológica,
ao analisarmos situações vivenciadas por ele,
e pontuadas por mim como "possíveis" de acontecer,
pois ali estavam marcadas no seu mapa natal,
contou-me que tais fatos já tinham acontecido.
E que ele "escorregou".

Isto o fez abandonar suas atividades
e abalou suas crenças...
nos outros e em si mesmo.


Eu lhe perguntei, visto ser um ponto nevrálgico,
que "coisas" tão terríveis foram.


Por que o fiz?
Pois volta e meio, citava e não completava o que era.

E se não conseguimos falar, abrir o coração,
não podemos "expulsar os nossos demônios".

E a cada dia, presos, encarcerados na nossa mente,
ganham ao contrário do que se pensa, mais força.
Até o ponto de tornarem uma mácula negra.
Oblitera nossa razão e impede o acesso aos arquivos do nosso coração.

Insisti; e creio que, como sentiu que não era eu um juiz, falou sobre.

E pasmem, era um "nada" perto da maldade do mundo.
Este fato re-significou muitas atitudes e incertezas atuais.

Novamente fizemos um tour sobre os acontecimentos e sua vida,
sempre olhando o mapa natal,
seu roteiro de vida a ser "bem vivido".

É para isso que se analisa uma carta natal:
para ajudar, na medida do entendimento do ser,
quais os caminhos que apontam o Norte!

Não podemos olhá-lo dentro dos modelos dos outros seres do mundo.
E nem intentar ser como meu vizinho é.

O foco é:
o que eu tinha para fazer e não o fiz,
o que me aconteceu depois de minha má escolha,
e como podemos redefinir novas estratégias de mudança.

Não para negociar com a vida, nem com os planetas,
mas para entender que lições estes, os planetas,
representantes e espelhos de nós mesmos,
esperam que nós aprendamos.

Na certeza de que a verdade de cada um
só pode ser enxergada por ela própria ,
é que vamos "assuntando"
e revivendo fases, ciclos da vida
e quais as atitudes tomadas.


Bem, a introdução acima é para mostrar
que o"coisa ruim" não era assim tão feio.

Como este rapaz trazia um compromisso de não cair "nesta" tentação,
parece que ele carregava todas as cruzes do mundo.

Nem percebia ele que já tinha passado
por situações - problemas,
em que foi ferido como feriu.


Não podemos nos punir tanto
quando fizemos algo
num estado de ignorância,

ou até mesmo, pela idade, de inocência.
Talvez a culpa o fez ir "como mariposa para a chama".
E cada vez mais se acumulavam lamúrias e ais.

Por tal devemos clamar para que nossa inteligência,
nossa razão seja lúcida o mais possível
para que "aprendamos"

a dar nomes às coisas da vida corretamente.
Para que saibamos os nomes certos!

E saber o nome das coisas
é entender melhor os porquês da vida,
é tornar clara a visão de tudo
aquilo que nos dá prazer de ser e de fazer,

mas que não fere nosso caráter,
quando nos sentimos

como uma pluma ao acabar a obra feita,
quando paramos para escutar
o que a mente
nos aponta,
sem indecisões nem culpas.


Tudo aquilo que não fere nossos sentimentos.

Tudo que nos faz imensamente felizes!

A razão existe para nos decodificar a linguagem da alma.


O coração... este,
às vezes se engana,

sabemos todos nós.
mas será que se engana mesmo
ou somos nós que o "forçamos"
a "falar" ao invés de "sentir"?

Por tal somos feitos de matéria corpórea e espiritual -

corpo, mente, razão, coração e alma.
Somos tudo.
Só precisamos aprender a lembrar disto.
Não forçar a vida,
não remar contra a maré,

não ceder aos nossos impulsos irracionais.

Creio, na minha pouca experiência de vida,

que só devemos nadar contra a correnteza
para salvar a nossa Alma,

para atender o chamado Dela,
que nos ama, nos ama, nos ama...
pois somos Ela
e Ela é a nossa Verdadeira Vida!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O último negócio



O Último Negócio


"Certa manhã
ia eu pelo caminho pedregoso,
quando, de espada desembainhada,
chegou o Rei no seu carro.
Gritei:
— Vendo-me!
O Rei tomou-me pela mão e disse:
— Sou poderoso, posso comprar-te.
Mas de nada lhe serviu o seu poder
e voltou sem mim no seu carro.

As casas estavam fechadas
ao sol do meio dia,
e eu vagueava pelo beco tortuoso
quando um velho
com um saco de oiro às costas
me saiu ao encontro.
Hesitou um momento, e disse:
— Posso comprar-te.
Uma a uma contou as suas moedas.
Mas eu voltei-lhe as costas
e fui-me embora.

Anoitecia e a sebe do jardim
estava toda florida.
Uma gentil rapariga
apareceu diante de mim, e disse:
— Compro-te com o meu sorriso.
Mas o sorriso empalideceu
e apagou-se nas suas lágrimas.
E regressou outra vez à sombra,
sozinha.

O sol faiscava na areia
e as ondas do mar
quebravam-se caprichosamente.
Um menino estava sentado na praia
brincando com as conchas.
Levantou a cabeça
e, como se me conhecesse, disse:
— Posso comprar-te com nada.
Desde que fiz este negócio a brincar,
sou livre. "

Rabindranath Tagore,
in "O Coração da Primavera"




Fecho os olhos e vejo
uma linha de tempo:
nela marcados os tempos vividos.
Em cada idade um sonho,
nem todos se realizaram,
vi que eram sonhos, ficaram por lá
pinturas em aquarela,
pouco a pouco se desmanchando...
sem deixar marcas nem saudade!
Olho a vida como uma roda girando,
uma espiral
cada momento um desejo
cada instante uma alegria do querer
e uma lágrima triste do não ter.
E a cada dia passado a certeza de que
minha vida não estava naquela linha.

Transcendia o tempo,
voava em volta de mim uma estrela
um sopro de luz que me carregava sempre
oscilante num ziguizague a caminho de algo
que fosse maior que todo o sonho;
que fosse mais real que a realidade.
Um dia eu o vi chegando...
olhos azuis, cabelos dourados.
Era meu anjo que trouxe nos lábios um sorriso...
Nada trouxe para mim, veio de mãos vazias, procurando o meu colo.
Neste instante percebi que a minha felicidade
veio do Nada, veio nu e descalço...
Veio de dentro de mim.
E nos olhos dele encontrei o Tudo que eu precisava.
Trouxe mais dois companheiros...
E vi que começava alí outra espiral, outras viriam.
E assim, pouco a pouco foram me ensinado o caminho
onde se encontra a minh'alma:
no amor de três pequeninos...
aprendi como querer, ser e ter!
Amo vocês , filhos meus!
São as pérolas - sonhos que tanto procurei
e estavam escondidas na concha do meu coração!
E ainda estamos a cada dia
rodopiando em novas espirais...
mais sonhos, mais realidades,
mais Vida a construir!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Que eu nunca me esqueça...


Preciso nunca me esquecer
Que minha vida é digna de ser
plenamente vivida em liberdade.

Que meu pensamento é uma centelha de luz
que vai onde a escuridão do não saber exista
levando a palavra que edifica.
Que nunca eu permita que me dominem.
Que eu seja inocente e sábio.
Que eu seja guerreiro e o mais doce guia.
Que a minha voz seja ouvida e
ecoe pelos caminhos...
e que seja uma mensagem de paz!

Pois que nosso mundo precisa de dar amor...

à majestosa floresta e à mais pequenina grama verde,
à flor que embeleza nossa morada,
à criança que necessita de carinho, nunca maus tratos.
aos indefesos animais que precisam de nossa proteção.

Aos homens para que não sejam explorados;

e que todo homem que exerce o poder sobre outros homens ...
lembre-se da Lei, da Justiça...
que sejam justos.

Aos que sofrem as dores do corpo,
aos que têm marcas na alma e as dores do desamor...
o bálsamo, o lenitivo da cura.

A todos que ainda não se deram conta

do quanto são importantes na vida...
a compreensão do Valor do Ser Humano.


Àqueles que esperam a morte.... o sopro da vida.

Aos que vivem... a esperança e a força.

- Maria Izabel Viégas -

sábado, 2 de outubro de 2010

Imagens de mim


No espelho nem sempre vejo
a imagem que desejo ter.
Sou outra, metade de mim
que não me agrada

Delírio
Cega-me a imagem- reflexo.
Ela é maior do que sou

Ao mesmo tempo sinto
quão é pequena

ela sorri mas sem tom e cor;
e tanto minh'alma sofre;

Escondo no meu reflexo a sombra
da dor que insiste em mim se esconder.
Sinto-me fraca...
Sou máscaras - personagens
que por instantes me obrigam a ser.
Não sou eu,
Certeza tenho...
represento as mil faces
das máscaras que na vida
fazem-me sobreviver.
Nestes momentos não estou só...
Atrás de mim a triste figura
da dolorosa escura- sombra

das mágoas, medos, todo o meu sofrer.
No entanto, excelsa magia
de imagens - espelho,
Encanto... milagre da vida.

Nos dias mais difíceis,
naqueles em que as mais duras provas
preparam-se para me derrotar;
volto ao espelho e lá está ela
A alma à frente do corpo
retomando o comando de mim.
Não sucumbo, volto a existir.
Eis que minha essência volta;
Ressurgem de meu ser invisível
bem do fundo do coração
meus cavalos alados.
Bravos guerreiros:

força , coragem, lucidez;
a paz e com ela a doce alegria
.
Divino e inebriante instante:
eis que cae por terra

a pequenez do não-ser.
E em fortes clarões de luz
Retorno... renasce meu eu- pessoa
Volto a ser quem realmente sou!
Não sei contar o tempo que se passou:
instantes, horas, tempo não tempo?
Nada mais de sombra, olhos sem névoas
Só que agora o espelho
reflete a verdadeira
imagem
da mulher forte que sou!

Nada temo.
Tudo enfrento.
Me armo com o amor que me conduz
E meu reflexo no espelho
é do tamanho exato

daquela mulher que sou
e veio
neste mundo
para não ser imagem...
Para ser só
e simplesmente...
eu.


- Maria Izabel Viégas -