Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Qual é o Eu que comanda teu ser?



Tenho Mais Almas que Uma

Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.

Tenho mais almas que uma.

"Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.

Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu escrevo."

Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa


Vivemos imersos num grande oceano de energias - formas - pensamentos.

Hoje lembrei-me desta poesia ao olhar esta foto da Terra imersa num sem fim de focos de luz, que na verdade, satélites ou sucata deles, abandonados, lixo espacial a orbitar em volta de nós, presos ad eternum. É o resultado da primorosa ação da ciência tecnológica. A cada um que fica obsoleto, lança-se mais e mais.

Certa feita, uma amiga postou esta imagem* e junto um belo texto sobre a magnitude da Terra. Algo belo que em nada condizia com a realidade da foto: o lixo espacial que nos envolve. Escrevi-lhe in off pedindo que pesquisasse sobre o assunto.
Ela o fez, seus olhos estavam inocentes. Não foi por mal.
Mas todo cuidado é pouco...

Aliás, vivemos bem assim, aqui neste plano,
enlevados com imagens
que na realidade são o protótipo da nossa falta de percepção,
a antítese do que vemos como belo e bom!

Nos extasiamos com a beleza de um linda árvore rara
e, nem percebemos que, sem noção,
pisamos nas sementes ou mudas
da raridade que caem ao seu entorno,
destruindo a espécie.
Belos animais com pedigree nos atraem
e passamos ao largo de animais sofridos e feridos, abandonados doentes,
nem sequer um olhar lhe direcionamos.
E gente, por causa do medo que hoje é geral, dar uma moeda, nem pensar! Muitos reclamam do incômodo que lhes causam.
Sempre agradeço aos céus, 'infelizmente', quando um pobre ou criança me pede algo.
Bem melhor do que uma arma apontada para nossa cabeça,
não mais "pedindo", e sim, "mandando", "exigindo"!

Enfim, o que tem a ver a poesia e o lixo em torno de nós?
Penso que somos assim como a Terra,
vivemos cercados de tantas formas - pensamentos,
nossos ou pensamentos dos outros que se cruzam
e que não nos damos conta dos efeitos sobre nós.

Quantos de nós, num repente, mudamos de humor
num determinado lugar, perto de alguém.
Quantas imagens desconexas passam em relâmpagos na nossa mente.
Algumas frutos de nós mesmos.
Outras , energias que captamos de outros seres deste plano ou de outras dimensões.
Num mesmo dia podemos mudar radicalmente de idéia.
Ficamos tristes, até com raiva, sem entender os porquês.

Para aquelas pessoas sensitivas ou médiuns é um treino essa percepção contínua
do que faz parte de nós e o que provêm de fora.

Já perceberam que quando fazemos atividades que não gostamos, parece que outro ser passa a habitar em nós?
Surge em nossa tela mental imagens de pessoas que nos magoaram ou tristes cenas,
e daí já incorporamos um fardo pesado de maus pensamentos,
num pessimismo angustiante.
Outras vezes, num exemplo, cuidando de um jardim,
mexendo com água, ouvindo belos sons, num contrário,
tudo em nós é paz e serenidade. Começamos a trabalhar
com o hemisfério direito do nosso cérebro,

morada das intuições, abrimo-nos para a beleza,
para a espiritualidade maior.

Sempre me imagino no meio das ondas de rádio e televisão
que cruzam nosso espaço não visível.
Brinco, as vezes, que devo estar dentro de um filme de guerra
ou numa comédia ou romance, navegando
em ondas eletro-magnéticas da televisão.
Somos atravessados por outros Eus.

Dentro de mim moram vezes anjos outros nem tão angelicais assim.
E eu sou muitos eus.
E , creio, que é normal.
Somos seres a viver, cotidianamente,
em vários ambientes,
lidamos com várias pessoas.

E, eu preciso ser diferente, tantas vezes, no trato com cada situação.
Em casa, no trabalho, nas minhas caminhadas matinais, quem anda ali?
Que Eu comanda minha mente, meus passos?

E com aquele parente insuportável,
ou com meus amores,
serei sempre o mesmo Eu?

"Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou."

Dizem que: "a cada um segundo suas obras".
É justo ser sempre receptiva, a "boazinha"
com aqueles que não podem entrar em mim?

Devo respeitá-los, com certeza,
mas não posso deixar
que o Eu do outro esteja em mim.
Carrego seus fardos?
Posso escutar seus penares,
ter imensa e fraterna empatia com suas mazelas,
ajudá-los amparando-os, entretanto,
não posso levar comigo a sua dor,
nem sua tristeza, nem seu mau humor.
Senão serei um espectro dos outros,
não Eu.
Já me bastam os meus próprios Eus
de que fala o poeta!

Penso como Pessoa,
"Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar:
eu falo."

Sim, falo
com a minha personalidade,
com o meu caráter.
Estes falam mais alto.

Tenho que estar sempre atenta para "entender"
quem me pede morada,
quem vem "por e através" de mim.

E, se as energias desses Eus me fazem mal,
se não me trazem felicidade e paz na alma:
"Ignoro-os.
Nada ditam"
Sou Eu que lidera meu ser!

"A quem me sei: eu escrevo."
Eu sou eu,
vezes anjo, vezes nem tão angelical assim
Escrevo para... vocês!
Me contem, por favor:
seus Eus ou seu Eu me entenderam?

Se não gostarem,
coloco a culpa num dos meus outros Eus.

Simples Ser... Complicado Ser.



*Foto da Agência Espacial Européia(2009):
"Segundo a Agência Espacial Européia, entre o primeiro lançamento do Sputnik(1957) e janeiro de 2008, cerca de 6 mil satélites já foram enviados para a órbita terrestre. Destes, apenas 800 estariam ativos e 45% estariam localizados a uma distância de até 32 mil quilômetros da superfície terrestre".

SURREAL:
Reciclamos nosso lixo aqui!
Campanhas e mais campanhas, politicamente corretas.
E lá, do lado de fora,
QUEM deve reciclar este lixo?
Nós, o povo; nós, simples mortais?!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Faz brilhar Tua luz onde estiveres!


"Vóis sois a luz
que clareia o mundo.
Não se pode ocultar uma cidade
iluminada no alto da montanha.
Também não se acende
uma lâmpada para escondê-la
debaixo da mesa
ou dentro do armário.
Ao contrário, nós a colocamos
em lugar onde possa oferecer
luz a todos na casa.
Assim, portanto, que vossas
obras sejam como
lâmpadas que a todos iluminem.
E, ao ver tais obras,
as pessoas sejam levadas a
reconhecer a presença de Deus."

Evangelho de Jesus,
*Sermão da Montanha*

Olho com imenso carinho o pequenino ser menino
que começa a aprender as primeiras letras,
a distinguir os sons do mundo,
a ouvir histórias que pertencem ao relicário do tempo.
Vibro, sinto a alegria das redescobertas,
quando a vencer seus medos,
re- interpretando, a seu jeito inocente,
novamente cada idéia
e organizando os pensamentos
que num amanhã serão
a sua imagem de novo homem.

E me quedo, sempre perplexa,
ao ouvir o homem velho,
ainda desconhecendo a filosofia
da soma dos pensamentos de todos os homens sábios.
Ele desconhece que já inventaram a roda e, num desatino,
insiste em contruir a mesma obra,
repete sempre, sempre a mesma história,
não valoriza os conhecimentos que já fazem parte
do Grande Livro do Saber Humano.

Vivemos a queimar a cada instante,
novas Bibliotecas de Alexandria!

Ainda hoje, clama por justiça e liberdade,
quando vive atolado no mar que criou com suas críticas e preconceitos.
Quando, ao invés de somar esforços,
dar as mãos ao ser que vive ao lado,
quer ser mais, quer ter o poder e glória,
não assume as faltas
que por ventura cometa
e nem sabe reconhecer a luz
dos seus irmãos companheiros de jornada.

Livros e livros espalhados sobre o mesmo tema,
histórias desconexas,
cada um com a sua "verdade".
E se possível, impondo-a aos demais seres que lhe são subordinados.

De quantas religiões, seitas ou crenças precisa o homem para ser mais feliz.
Se é que as cria para ser mais conectado ao sagrado.
Ou se as usa pra religar-se ao material profano.

Quer o ser humano alçar vôos ou quer fincar cada vez mais os pés na "sua" terra.
E quantas mais terras tiver o homem, mais poder e glória.

E para que filósofos, escritores, mestres, poetas, pensadores?

Formula-se novos ideários, vazios, ocos de sentido moral, honestidade e honra.
Esquecidos de toda a sabedoria acumulada no inconciente coletivo do planeta!


E cada vez que vejo surgir na Terra mais um menino,
me encanta a imagem de que essa criança
seja o Mestre voltando e que todos os seres
ouçam sua voz serena,
a repetir o Sermão do Monte:

Abençoados sejam todos os que sofrem a injustiça
de não poderem acender as suas velas,
de não poderem expressar suas idéias!
Abençoados sejam!

E que ninguém mais ouse calar a voz da criança-luz
que traz na inocência a mensagem de amor
que ecoa há milênios por todos os quadrantes do planeta.

Homens do mundo,
acendam a sua luz e não a esconda.

E que seja uma luz que clareie o mundo .
Que não colabore sua palavra para apagar
as luzes dos homens - pensamentos iluminados
- que já nasceram antes,
nem que profetizem mais dores e tragédias!

Pára, escuta a voz do seu irmão,
da sua mãe, do seu pai, do seu filho,
do homem pobre, do triste,
do louco que vagueia!

Quem sabe ele não é aquele
que tem a mais clara e pura luz!

Quem sabe não é ele o portador
do novo lume
que une todos os homens.

Que faça reinar aqui
no chão da terra
a perene e tão sonhada
Chama da Alegria!

Abençoados todos aqueles que ouviram
não se esquecem e seguem
as palavras proferidas

no Sermão do Monte!

Só estas já bastariam para criar

um mundo mais amoroso e justo!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Estamos a procura do sentido da vida.


"Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida.
Não penso que seja assim.
Penso que o que estamos procurando
é uma experiência de estar vivos,
de modo que nossas experiências de vida,
no plano puramente físico,
tenham ressonância no interior do nosso ser
e da nossa realidade mais íntimos,
de modo que realmente sintamos o enlevo de estar vivos."

- Joseph Campbell,
in O Poder do Mito

Campbell sempre nos faz rever alguns conceitos.
Dar novos enfoques acerca de nossas experiências vivenciais
e tudo aquilo que afirmamos ser nossas verdades.
O Conhecer-te a ti mesmo", a meu ver, é umas das mais complicadas aventuras do nosso ser.
Lutamos contra mil cabeças da Medusa exteriores, pelo menos é assim que nos parece.
E no entanto, apesar de saber que tudo aquilo que critico e me incomoda
é algo não bem trabalhado dentro de mim.
Aquilo que não tenho em mim,
que não se esconde como uma sombra,
não me surpreende nem me chama a atenção.
E acontece que outros tantos defeitos de outrem
para nós é uma virtude,
pois encontra ressonância em nosso ser.
Já muito ouvi de pessoas, no contato com o ser religioso,
que muito gostaria de saber o porquê de "estar aqui" encarnado.
E se está cumprindo sua missão.

Penso ser estas as dúvidas daquele que está vivendo a experiência de estar vivo
aqui no plano matéria e que apesar de todas as setas e direcionamentos,
nas dificuldades e nas conquistas, estão sempre do lado de fora, como expectadores de si mesmo.
Acredito mesmo que quem vive , na Astrologia por exemplo, a procurar em fenômenos, nos movimentos dos astros, as respostas para seus temores, não está vivendo a vida.
E por mais que sejam orientados por bons astrólogos** ¹
e analisado seu mapa astral,
está sempre de olho arregalado
nos possíveis efeitos
de Jupiter entrar em Touro,
em Urano ter entrado há pouco em Áries
e, imaginem, Netuno estar em Peixes, este no seu próprio signo (moderno não tradicional)
que já começam a fazer perguntas,
sem nexo nem sentido.

Esquecendo-se de tudo aquilo que foi-lhe dito:
que olhasse sempre em que casa do mapa natal está o planeta,
em qual casa está transitando,
(claro e na observância dos "assuntos" e pessoas pertinentes),
se este planeta possue aspectos desarmônicos,
se realmente , em seu mapa este planeta lhe trouxe no passado algum evento desfavorável
e o como lidou com os assuntos inerentes.
Ouvi de uma pessoa que tinha medo de Plutão, perguntei-lhe a razão:
-Ora ele é o senhor da Morte!
E daí?
Logo após vemos tais pessoas falarem em que devemos sempre estar em transformação, renovar, transmutar!
E o que é transmutar, senão morrer e nascer de novo?
E quantas vezes, na nossa existência terrena, no agora, nesta vida, morremos e renascemos.
O dormir e o acordar já pode ser descrito como um morrer e despertar!

Estas pessoas não estão procurando o sentido da vida, pois só sabem fazer perguntas. Ou melhor, não sabem formular as perguntas certas.
Pois não sabem observar no cotidiano, que a cada instante, nós recebemos do Cosmos ,
mais e mais respostas, esquecidos de parar,
fazer silêncio n'alma para escutá-las!

Se vivenciarmos cada experiência da vida,
procurando enxergar as ressonâncias no nosso interior,
o que aprendemos, o que nos dá prazer
real, espiritual, transcendental...
perceberemos que sim!
Sim!
Estamos Vivos!
E assim o estando, agradecidos,
sentir mais e melhor este imenso prazer
de ainda termos tempo
para acertar mais,
entendendo o que é
para nós acerto e se este acerto nos faz bem;
para descobrir quem erra, qual o erro e se é erro.
E como trabalhar a nosso favor,
não contra nós mesmos!
E SENTIR O ENLEVO DE ESTAR VIVOS!!!
Sem lenço e sem documentos,
pois o coração é o passaporte para a alma.

E, se possível for, ser um Ser Coletivo.
Pois a cada dia estamos tão individualizados
que esquecemos que
nenhum agrupamento humano
na História do Mundo sobreviveu sozinho.
Só no coletivo é que juntamos forças para sobreviver.

E, hoje, nosso planeta precisa muito dessa União.
Melhor se unir, do que se dividir em seitas e preconceitos,
Exercitar o Ser Político
que nos traz a cidadania urgente para a Reconstrução do Mundo!

Esta , meus amigos, acredito humildemente,
ser a Mensagem maior dos planetas entrando nos signos:
é na linguagem dos astros a codificação
do teor do sentido vital do Ciclo Planetário que estamos a vivenciar!

** ¹ Vi e Gostei muito sobre os astrólogos e a Astrologia.
Há aqui uma sensata reflexão para as pessoas que procuram consultas astrológicas. O que realmente as impulsiona, previsões ou um diálogo onde analisa-se as melhores possibilidades de seguir o caminho por uma rota mais segura, sempre cônscios de que há necessidade de mudar velhos hábitos, procurar atingir realizar mais e melhor as energias prometidas no seu mapa natal, retrato de sua alma aqui nesta encarnação.


... em António Rosa, do Blog "Cova do Urso"

"Um astrólogo comum prevê o teu futuro,
um bom astrólogo planifica o teu futuro,
um excelente astrólogo ajuda a criares o teu futuro"

- New York School of Astrology -

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ainda existes, esperança?


Esperança.
Eu te conheço? Quem és?
Tens forma, cor, cheiro, qual gosto se sente no momento em que entras nos seres?

Alguns poetas te comparam a borboletas, asas batendo ao sol, livres e belas.
Se és livre, como prender-te dentro de nós?
Com correntes douradas, que louvem tua beleza, não... não pode ser!
Correntes representam a dor do aprisionar.
Então, se presas, há sofrimento.

Será que aquele bater descompassado no meu peito de criança ao imaginar-me quando crescesse e fosse bem grande, cercada das coisas mais belas; quando sonhava ser alguém
que mandasse nos meus próprios passos;
que fosse respeitada pelo que seria e que ajudasse aos outros,
curando, amparando os mais fracos e injustiçados,
será que eras tu, a iniciar-se no meu pequeno ser, pequeno e inocente?

E quando, menina - adolescente, ao sonhar com o primeiro amor,
a chorar lágrimas - frenesi - paixão - suspiros
ao despertar do amor brejeiro,
a procurar ouvir sinos
tocando no primeiro beijo,
eras tu, esperança, a perseguir-me, sôfrega,
correndo atrás dos meus muitos primeiros amores?

Coitada de ti, se é que existes,
deve ter sido complicado estar comigo?
Nada me encantava.
Não te dava morada no meu inconstante coração juvenil.

E quando vi cravados em mim, pela primeira vez,
olhinhos ora assustados ora zombeteiros dos meus primeiros alunos,
era a esperança se tornando adulta, responsável,
já me fazendo parar de sonhar brincadeiras
e aprendendo a construir o meu castelo do trabalho sério?
A começar a deixar para trás os medos e a cuidar dos meus pequeninos,
alguns felizes outros tão sofridos,
que insistiam em me olhar buscando em mim
o saber, a palavra amiga, o carinho
que precisavam tanto para crescer.

Quem era, naquele momento mágico,
os portadores da esperança:
eles, os donos dos olhinhos
ou eu, me transformando
no que sonhei em ser quendo crescesse?

E no encontro com o amor da minha vida,
não aquele infante primeiro amor, mas o amor - eterno,
o amor passado e futuro, eras tu, esperança, fantasiada de festa
que chegou sem que percebêssemos
e que transformou para sempre meu destino?
Iluminando a minh'alma?

Se és como as borboletas livres dos poetas,
é porisso que a vida corria célere
traçando mais e mais caminhos.

Tenho dúvidas.
Acho que te vi um dia nos olhos azuis do meu primeiro filho.
Quando decidi guardar- te, semente - vida,
meu fruto, bem perto do meu coração.

Quando optei o caminho da maternidade,
o ser materno,
cumprindo os planos
traçados lá no outro plano...
acho que te vi passar sorrindo por mim.

Mas não eras uma borboleta,
eras um anjo!
E quando, mais duas vezes, novos frutos sementes cresceram em mim,
eu te vi , eras o anjo!
E eu os amei tanto, mais dois meninos...
eu nunca mais seria só!
Eles três eram tão bonitos,
tinham olhinhos que também me olhavam com carinho.
No entanto, nos três - algo diferente surgia -
não era mais eu a procurar-te, Senhora Esperança.

Os olhinhos deles queriam que eu lhes desse a esperança.
Mas como dá-la a eles,
se eles é que eram a doce esperança no meu amanhã?

E agora, penso hoje,
a conversar contigo:
eu que já subi e desci ladeiras,
já provei do amargo fel e do mais doce mel,
que já caí e me levantei...
sempre e sempre tentando,
que já aprendi tanto sobre o todo,
ainda duvido sobre tua existência,
no tudo que de feio e triste encontro.


Ao olhar cada árvore frondosa
derrubada pelos homens sem rosto.
Pelas águas dos rios, mares e oceanos
poluídas pelo lixo da cobiça.
Quando vejo os seres humanos
com o poder da inteligência e tecnologia,
se armarem uns contra os outros belicamente.
Quando vejo a pobreza ainda maioria num mundo tão farto,
quando vejo os humanos a construirem
novas Torres de Babel,
insanos, estonteantes, enlouquecidos,
imersos em tolas diferenças de classes e idéias religiosas.



Ó esperança,
tenho que lutar para continuar a ver-te
na simplicidade de olhares e pensamentos puros.

Escondo uma leve tristeza,
e, muitas vezes, temerosa fico,
como aquela criança que já fui um dia,
se realmente existes,
se foste apenas um sonho,
uma ilusão
ou, então,
que em desencanto...
já partiste para um outro mundo,
lá no bem distante!

* A foto primeira é:]
Green Butherfly, do fotógrafo Rhett A. Butter

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um lindo presente do amigo Marcelo Dalla

Ontem, dia 9 de junho, recebi um presente do meu amigo Marcelo Dalla.
Fui premiada num sorteio lá no Dalla Blog. Ele fazia aniversário e quem ganhava presente eram seus amigos!!! E eu fui a sortuda. E olha que tenho sorte na vida, mas ganhar prêmos só me lembro de aos 10 anos um bolo delicioso, enorme, decorado com uma festa junina, uma blusa num chá beneficiente e....

este azulejo belo da Virgem Maria, nossa Mãe Santíssima.
Apreciem a belezura.
Estou até agora com um sorriso do tamanho do mundo!!!


Obrigada, amigo querido, esta Virgem chegou na hora certa. Meu coração precisava da sua benção. E da mais que generosa benção da sua amizade!!! Obrigada por existir, amigo meu, por tudo e toda a beleza que nos oferta com seu trabalho! Na verdade, creio que Marcelo é uma alma que veio ao mundo pelas mãos dos deuses, com certeza!!! Falar da sua competência profissional creio ser desnecessário: está expressa em todo o seu trabalho: suas telas, mandalas divinas, seus "causos" e histórias geniais.
Quem não conhece o Marcelo Dalla?
O comunicador multi-mídia? O artista gráfico? O escritor? O ator? O astrólogo?
O geminiano?


Creio que Hermes o trouxe aqui para a Terra e, pelos caminhos, foi ensinando todos os seus truques, sabedoria e magia! Acho que nosso geminiano amigo ganhou de Hermes o capacete da invisibilidade, pois o amigo querido consegue fazer e estar em mil lugares ao mesmo tempo!! E a fraterna amizade com que nos acarinha sempre, nos blogs ou no facebook, sempre com este sorriso largo, olhos de menino levado.
E descobriu lá no seu coração o Caminho que leva aos Locais Sagrados da espiritualidade. Cada vez mais adentrando neste Universo infinito de sabedoria.


Como tenho um Sol, Mercúrio e Vênus lá na casa 3, vou usar um pouquinho desse meu "quê" de contadora de histórias e adentrar com meu sol pisciano nesse universo das mandalas, fazer a releitura do momento em que o presente me chegou às mãos.
E viajar com Dane Rudhyar nas suas interpretações dos graus sabianos.

Meu jeito meio geminiano - pisciano de contar um Conto:

O mensageiro (carteiro via sedex) ;)) chegou aqui sorrindo me perguntando se eu tinha feito café. Uai, não! Por que? O senhor quer um cafezinho?
- Não, minha senhora, é que da sua casa tá saindo um cheiro tão gostoso de café! Dá gosto de sentir.
Morri de rir. Não tinha aroma nenhum.
E saiu me dando um festivo até logo, bem ao estilo Dalla de ser!
Fiquei com o pacote na mão, olhando, amassando curiosa, sem saber o que era mesmo!
Caramba essa letra é igualzinha a do meu irmão! Ganhei um presente do céu!
Subi, fui ao meu novo espaço de trabalho e , aí, me lembrei que existe algo chamado destinatário e 'remetente'! Eita pisciana das boas!
E abri com tanto cuidado pois sabia que lá dentro tinha uma santa!

E no dia anterior, tive aborrecimentos que me enuviaram mente e coração de tristeza, eu perdi a paciência, muito questionei se tudo valia a pena. À noite, orei, e pedi aos espíritos iluminados que não me lembrasse dos sonhos, que fosse levada para junto de meus mentores e que aprendesse algo sobre a paz. na manhã seguinte, nada lembrei, acordei leve. Fiz com que a minha realidade se tornasse outra, não deixei que nada impedisse a harmonização minha e do meu entorno.

E assim foi...
veio , através do amigo, a mensagem objetiva com a leitura subliminar espiritual da Santa. Chegou na hora certa e eu compreendi, Marcelo amigo! Com a letra lembrando a do meu irmão que já se foi e eu o incluí nas minhas preces. E conto para que saibas o quanto participaste nesse momento iluminado em que entendemos o que "não está escrito", é coração: sente-se! Grata por mais este presente!


Meu lado pisciano que ama penetrar nas verdades espirituais:


Dia 8/6/2011 às 13:04 -

Análise dos Graus Sabianos
(Livro: "Uma Mandala Astrológica", autor: Dane Rudhyar)

Sol - 19° Gêmeos
Mercúrio - 15° Gêmeos

Como o ascendente do momento estava no signo de Libra - simbolizando os relacionamentos, o nosso desejo de viver harmoniosamente, ponderando e sendo gentil o mais possível... dei uma olhadinha em Vênus, seu regente, aquilo que nos dá prazer, do que gostamos, de nossos bens - aqueles que optamos para nos trazer segurança e beleza.
Vênus - grau sabiano: 1° Gêmeos

Três imagens, três idéias básicas que na realidade , expressam o que o Cosmos aqui nos revela.

Sol 19° Gêmeos: "Um grande volume arcaico revela uma sabedoria tradicional"

Idéia básica:
"O contato com a mente planetária integralmente humana que subjaz em toda mentalidade cultural e pessoal."

Fala-se aqui de livros antigos, que veiculam por meio de símbolos, os processos arquetípicos que se acham na raiz de toda a existência humana. esses livros permanecem nas mãos de determinados Adeptos, são a "exteriorização" do conhecimento e da sabedoria ancestral.
Evoca-se a "técnica" por meio da qual a mente humana descobre os fundamentos da sua natureza. Adquirem-se as "idéias - sementes". Conhecimento - Semente das manifestações cósmicas do planeta.

** Todos nós que temos consciência mais aberta, aqui estamos a adentrar neste grande universo de Idéias - Sementes- Conhecimento. Cada um tem seu modo específico de ser este "adepto". Abrir os olhos que vêem além do horizonte.

Mercúrio a 15° Gêmeos: "Duas crianças holandesas conversam entre si, trocando conhecimentos."

Idéia básica: "A necessidade de esclarecer as próprias experiências por meio de contatos reais com indivíduos que pensem da mesma maneira."

Traz a mensagem de que as experiências transcendentais e faculdades paranormais devem ser testadas e esclarecidas através da comunicação. Essas "crianças holandesas" nos falam da lisura e do espírito aberto das discussões, algo típico da Holanda.
E "crianças" pois que as novas experiências ainda estão frescas e requerem eesclarecimento, exigindo mente "limpa" e aberta, ansiosa por testar aquilo que é experimentado numa troca de pontos de vista com seus pares.
Ao nos comunicarmos com nossos pares há a confirmação (objetividade, razão) de tudo que for compreendido subjetivamente a partir de analisar uma experiência semelhante.

** De um certo modo aqui estou tentando analisar com vocês que me lêem aquilo que "apreendi" num ato objetivo de Marcelo Dalla criar e mostrar suas obras, e a subjetividade minha ao receber o presente dentro de um contexto vivencial meu, para mim uma experiência que foi além da matéria, do prazer pelo presente recebido, fou um ato de sincronicidade que só focando com os olhos da alma posso expor e admirar a beleza da transpessoalidade do ser.

E termino com
Vênus a 1°de Gêmeos: "Um barco de casco transparente revela maravilhas submarinas."

Idéia básica: " A revelação das energias inconscientes e de estruturas psíquicas submersas."

Resumo e me expresso imersa nas águas psíquicas, nas águas do amor, amizade, coração:
"Uma nova dimensão da realidade é captada por aquele que busca com afinco.
Temos aqui o sentimento de
Admiração:
Eu não sabia que isso podia existir!
Que beleza!"


OBRIGADA, amigo querido Marcelo Dalla, AMEI!!!

Na troca fraterna , no ato de criação do Marcelo Dalla,
a sua sempre constante urgência em ser um agente da Comunicação,
através dos Símbolos que intui e com sua habilidade,
ele expressa e capta a linguagem cósmica.
E tudo se expande,
cada um de nós recebendo e interpretando dentro da nossa realidade física e espiritual.
Trocamos nossos conhecimentos, dialogamos com mentes abertas.
Recebemos as sementes dos ancestrais, do Divino e, com nossos pares, vamos dando forma e nova cor aos conhecimentos que nos chegam em insights, sob a forma de iluminadas idéias-sementes.
Somos os humanos os mensageiros dos deuses, para que possamos, cada um a seu jeito,
ser a mudança que em cada Ciclo Planetário torna-se necessária.

O que eu procuro tanto



"Falo de Ti às Pedras das Estradas"

"Falo de ti às pedras das estradas,
E ao sol que e louro como o teu olhar,
Falo ao rio, que desdobra a faiscar,
Vestidos de princesas e de fadas;

Falo às gaivotas de asas desdobradas,
Lembrando lenços brancos a acenar,
E aos mastros que apunhalam o luar
Na solidão das noites consteladas;

Digo os anseios, os sonhos, os desejos
Donde a tua alma, tonta de vitória,
Levanta ao céu a torre dos meus beijos!

E os meus gritos de amor, cruzando o espaço,
Sobre os brocados fúlgidos da glória,
São astros que me tombam do regaço!"

*** Florbela Espanca


Não, não falo de alguém que mora lá fora de mim.
Não procuro outro ser nos mastros que apunhalam os luares.
Estes gritos de amor que lanço aos espaços sem fim,
e os astros que tanto anseio conhecer de perto ,
reconhecer e pisar o solo,
do qual sinto tanta falta e saudade.

Não são desejos de amores correspondidos,

não são companheiros no aqui,
parceiros e amigos.
estes estão perto de mim,
moram ao meu lado,

são companheiros de viagem.

Sonho , corro no meio dos sonhos,
viajo entre nuvens e as estrelas,
mergulho fundo
nas profundezas escuras e frias

e escalo o mais elevado ponto da montanha,
para simplesmente,
solamente...


encontrar a mim mesma.
Conhecer-me.

Pois o mundo,
as pessoas,

tantas vezes,
me confundem

e infundem
a incerteza,

de quem sou, para quê e por quê
estou aqui vivendo este Ser
que, na minha lembrança.
era
o mais puro e belo
sonho de realidade,
da minha real imagem.

Apontam cruéis
como se eu fosse
a sombra daquilo

que num remoto tempo
plasmei um corpo puro para sê-lo.

Continuo...
nos versos,
na dança dos astros,
nos cantos
e desencantos.
Em sonhos ou
na vigília atenta.

Continuo...
a te procurar,
pois sinto que existes.

Só choro por saber-te tão perto
e, ao mesmo tempo,
tão longe dos meus olhos.