Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O meu amor vibra em mil corações

Eu simplesmente amo-te
Eu amo-te
sem saber como,
ou quando,
ou a partir de onde.


Eu simplesmente amo-te,

sem problemas ou orgulho:

eu amo-te desta maneira

porque não conheço
qualquer
outra forma de amar
sem ser esta,

onde não existe
eu ou tu,

tão intimamente

que a tua mão sobre o meu peito

é a minha mão,

tão intimamente

que quando adormeço
os teus olhos fecham-se.



Pablo Neruda,

in "Cem Sonetos de Amor
"



O meu amor
não tem nome

o meu amor
tem coração

que bate no mesmo ritmo que o meu!

O meu amor não é um

são mais outros
que têm seus próprios compassos
mas eu os sinto aqui dentro de mim.

O meu amor
tem mil nomes

se espalham por mil cantos das terras
tocam sinfonias
que não as minhas

mas que vibram
junto ao meu coração!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Um Natal pleno de Jesus para todos nós!

Nós o chamamos de Senhor, mas Ele afirmou ser nosso amigo e mestre.

As igrejas fizeram-no Deus, confundido na santíssima trindade. Mas Ele disse que era o "filho do homem" e nosso irmão.


As lendas tornaram-no milagroso, sobrenatural, divino. Contudo, segundo suas palavras, poderíamos fazer tudo quanto fez e muito mais.


Fixaram-no na mangedoura e na cruz e insculpiram, sua face triste e abatida. Entretando Ele andou entre publicanos e meretrizes, comeu e bebeu com fariseus e pescadores.


Transformaram-no no messias que os judeus procuram. Mas Ele veio, como declarou, dar testemunho da verdade.


Coroaram-no rei entre os reis, embora - de acordo com os relatos - recebesse uma coroa de espinhos, andasse descalço e não tivesse uma pedra para repousar a cabeça.


Envolveram seu nascimento nas brumas da fantasia e do mito, na virgindade de Maria, na viagem ao Egito, ainda que Ele adotasse como família, mãe e irmãos não apenas os que compartilharam do lar humilde de Nazaré, mas todos quantos ouvissem sua palavra e cumprissem a vontade do Pai.


As gravuras mostram seu rosto com expressões diversas. Outros cuidam do detalhe das mãos ou do contorno de seu porte. Mas na verdade, Ele superou os processos e indicou o que cada um pode ser. Porque veio para ser o padrão do homem comum nos séculos vindouros.


Ensinou o amor e amou.


Ensinou a verdade e viveu-a.


Ensinou que a vida se desdobra infinita, em apelos de evolução e trabalho, para que o espírito cresça e se torne um deus. E, para dar dar testemunho inconteste da imortalidade, voltou do túmulo, na radiosa presença do Espírito Imortal, no caminho de Emaús, diante de Tiago e no histórico diálogo da Estrada de Damasco.



Por tudo isso, sem fantasias, sem misticismo, sem mitologia, mas na simplicidade da verdade que emana da fonte viva de seus ensinamentos, nós somos levados a amá-lo, como resposta ao seu amor.




Somos compelidos a procurá-lo, porque sabemos que encontraremos paz e conforto.



Ansiamos por encontrá-lo, porque será o encontro com nós mesmos, início do desabrochamento das potencialidades que repousam em nosso espírito, obra do mesmo Pai que Ele nos revelou como sendo "o meu Deus e o vosso Deus".


Sabendo-nos frágeis e aflitos, confusos e amedrontados, diante dos desafios do crescimento interior, consolando-nos disse:


"No mundo tereis tribulações, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo".


Autor: Jacy Régis



in Mensagem ao Amigo de Sempre
"Reflexões de Natal"
segundo o pensamento de 45 colaboradores espíritas
1980 - Instituto Maria, Juiz de Fora

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ouço a voz do lobo em mim... aquieto-me.



Hoje, nestes tempos, preciso voltar a ser loba.
Vou fechar os olhos
e juntar-me ao meu animal de poder.
Ele me chama...

já enviou muitos sinais

surge em todos as noites
em meus sonhos,
sinto seu calor, sinto ao meu lado nos fundimos num só respirar
Alerta-me da força que reside em minha alma.

Quedo-me...

Inquieto-me...
Aquieto-me...

Entrego-me...

Transformo-me...

Volto ao âmago de meu ser...
Necessito do sábio silêncio!

Sufoca-me a palavra dita
ou não a pronunciada.

A palavra que machuca em mim.

A palavra que eu falo e que ao outro fere.
Basta!!!

A voz que não nos compreeende
- passados os tempos de ouvi-las -
desnecessárias e tristes,
os tempos mudaram... eu mudei!
Tudo que é supérfluo
vira espectro, adoece e morre.
E precisamos mudar,
rasgar as usadas vestes,
despirmo-nos do escuro
sentimento do vazio.
O silêncio tristefaz doer o coração
assim como a palavra mau dita.

O silêncio da alma
é a mais pura conecção com o divino.
Este é o silêncio que minha alma loba anseia...




O Poder do Silêncio

“Pense em alguém poderoso.
Essa pessoa briga e grita como uma galinha
ou olha em calmo e em silêncio, como um lobo?
Lobos não gritam. Eles têm uma aura de força e poder.
Observam em silêncio.
Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio.

Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas.

Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos. Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis.

Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia e continua a trabalhar mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota.

Olhe. Sorria. Silencie. Vá em frente.

Lembre-se de que há momentos de falar e há momentos de silenciar.

Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso.

Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a (falsa) idéia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques. Não é verdade.

Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir.
Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal.
Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça.

Você pode escolher o silêncio.

Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenócrates,
mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar:
“me arrependo de coisas que disse, mas jamais de meu silêncio”.

Durante os próximos sete dias, responda com o silêncio, quando for necessário.

Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais.
Use o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa
para não ter que responder em alguns momentos.
Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas.

E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.”

autor: Aldo Novak

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O desafios nos fazem crescer

"Se eu fosse planta,
gostaria de um meio propício que me ajudasse a crescer.

Mas, sou homem...

Prefiro, por isto, um meio adverso
que me desafie a crescer."

in Hermógenes


É o senso comum que para crescermos fortes devemos sofrer
nem que sejam pequenos penares;
afinal, nem é preciso que se lavrem leis nem decretos
para tal dolores.
Eu que já vivo há mais de três milênios
já vi toda a história se repetir.
O homem já nasce sofrendo
já sai do que chama de nada e luta por muito tempo
para achar-se como alguém.
Uns sofrem mais que outros,
ou aproveitam da desdita
e brotam árvores frondosas
ou se tornam fragelos,
nem conseguem sentir-se humanos
tal decepadas suas vidas são.
Outros se refastelam em prazeres
como se nascessem em berço de ouro
como se o destino lhes outorgasse o honoris título de rei.

O mundo me parece, por vezes, que anda meio ponta cabeça,
sem medidas e sem pesos.
Há pessoas que moram ao lado
e têm um oceano que as separam.
Tanto desequilíbrio entre a fome e a abundância...
já conhecemos tanto sobre as coisas da terra e as coisas da alma,
e mutos não conseguem possibilitar ao mais pobre
o direito de plantar e colher.
Os poucos ricos querem mais, mais e mais.
Será que já houve a inversão dos pólos da Terra
e não nos apercebemos?
Não, ainda vejo daqui
as Três Marias que mora em cima do povo do sul.

Temos chaves, grades, erguemos muros,
industrializa-se o seguro
cada vez mais ajudando o ladrão.

Por que não se educam os homens?
por que não lhes ensinam a ler,
a interpretar a palavra escrita e falada.
A discutir idéias
mesmo que loucas,
a reunir-se em bandos
a falar sobre os livros dos sábios.
Alguém me dirá:
mas eu leio na igreja os livros sagrados.
Sei tudo
de cor e decorado!
E és melhor hoje do que ontem?

Eu estudo a "minha" religião.
E quando a religião ensina?
E quanto a religião liberta?
Se a religião é ancorada na fé,
e a fé não nasce no livro
nem na palavra falada ou escrita!
Ela implode de dentro para fora.
Ela desce dos céus em raios luminosos
que nos atingem direto no coração.
É a voz de Deus
que encontrando-nos abertos
ao cerne do seu Amor
nos faz crescer em entendimento!
E a compreensão numinosa
também sobe em nós como flechas
penetrando pelos nossos pés
ao pisarmos no solo sagrado,
raios de amor moram no ventre da Mãe Terra.

A religião nos diz:
sofre, aguenta firme, um dia passa.
E se não passa?
Como fica o revoltado ser?
Mas a voz de Deus,
que nos guia e asserena
não nos promete aqui
neste mundo o impossível
pois este é invísivel aos olhos da carne.
Deus nos mostra que"apesar de"...
se abrirmos nosso coração,
se ficarmos atentos às benesses
que, de tão pequenas, são imensas
como...
enxergar o por do sol,
o ouvir a voz do teu filho,
o cuidar do teu pai velho,
aquele que até teu nome esqueceu,
ao dividir o pão que tens
ou dá-lo todo
(por que não?)
ao morto de fome...
já estás vivendo o milagre da vida!

Já se encontraram
no centro de ti,
os raios celestes e telúricos,
explodindo em luz!
E já és,
pobre ou rico,
um homem feliz...
com ou sem problemas, que importa?
Foste atingido em cheio, no alvo,
pela força do amor do universo.
pela magnânima e doce mão de Deus!
Entrega-te a ti mesmo...
Ouve a voz de Deus
que já veio marcada
bem no centro do teu coração!



*** Sou extremamente religiosa,
acredito em Deus com imensa fé e creio que, um dia, o homem aprenderá
a respeitar a si mesmo e ao seu próximo. miv***

domingo, 11 de dezembro de 2011

Para que serve a utopia?



"A utopia está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso:
para que eu não deixe de caminhar."

*autor: Eduardo Galeano*


Penso que há muitos séculos ando atrás da utopia...

Já encontrei muitos rostos,
reconheço o som de tantas vozes,
por muitos corações me apaixonei...
Se hoje tenho tudo que gosto...
o que e por que não consigo parar?

Por que ainda persigo a nuvem
que, célere, corre nos céus
e nem me olha?


Por que quero tocar aquela estrela

que sorri para mim
todas as noites,
e malvada,
indiferente,
desaparece ao amanhecer?

Por que ando tanto
,
caminho entre pedras,
já colhi mil flores
e ainda, crédula e tola,
sangro-me em seus espinhos.

Voo livre com as borboletas
,
durmo na terra úmida e fresca das estepes;
já cegou-me o sol no árido deserto.

Procuro ainda
o pássaro sagrado

que numa época remota
um profeta me contou que existia!

Por que sempre insisto

continuo a caminhar
... não páro?

Por que?

Se ao meu lado
tenho tudo
que gosto e mais quero?


Será que é este o meu destino?

Ir sempre além da linha do horizonte
ao encontro da terra da utopia?

É a voz do santo, do mestre ou do louco que me guia?


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cada um conta seu conto e o re-conta como quiser...

* óleo sobre tela 70X70 da artista Tereza Mazzoli


"Um velho sábio chinês caminhava por um campo de neve quando viu uma mulher chorando.

- Por que choras? - perguntou ele.

- Porque me lembro do passado, da minha juventude, da beleza que via no espelho, dos homens que amei.
Deus foi cruel comigo porque me deu a memória. Ele sabia que eu ia recordar a primavera da minha vida, e chorar.

O sábio ficou contemplando o campo de neve, com o olhar fixo em determinado ponto.
A certa altura, a mulher parou de chorar:

- O que estás vendo aí? - perguntou.

- Um campo de rosas - disse o sábio.
Deus foi generoso comigo porque me deu a memória.
Ele sabia que, no inverno, eu poderia sempre recordar a primavera, e sorrir."

- Paulo Coelho, in Maktub

Se eu pudesse, trocaria o sexo destes personagens!
Bem, eu posso...
afinal, aqui é meu pequeno mundo.
Comecemos :
Não era um sábio...
era uma sábia mulher camponesa e, poderia ser chinesa, nenhum problema quanto à nacionalidade.
Quero apenas reservar à mulher o lugar da sabedoria e não, o das lamúrias pelo tempo perdido, beleza e tudo o mais.
Todos os Contos de Fada mostram as heroínas tão tolas e preocupadas com o corpo físico como se nunca houvesse dentro de nós, mulheres, novas ou mais velhas, um coração num peito valente que não se verga com vicissitudes nem verte lágrimas sem fim por uma beleza jovem.
Existem as mulheres que ouvem a Voz da natureza bravia, que conseguem entender o som do trovão, que se extasiam com os raios que caem do céu nas tempestades...
que mesmo nas suas casas, cuidando de suas crias, ou em fábricas e escritórios,
conseguem ouvir os sons dos pássaros canoros
e, desapercebidas, bailam ao som das músicas
que ecoam das florestas e da canção dos rios.


Qual mulher sábia e bem resolvida desejaria perder a memória?

E que mulher pararia de chorar, se desesperada estivesse com rugas ou com os amores perdidos, para ser tão curiosa, intentando saber o que o homem chinês olhava tão fixamente?

Ora... este sábio não sabe o que é uma mulher a chorar por vaidades e futilidades!!!!???

Só a visão de um creme poderosíssimo, milagroso ou um anúncio de um perfume francês, uma lingerie belíssima caindo à sua frente, exato tamanho para ela!

Feito o meu protesto tribal, grito visceral de uma raça
que já mudou há muito tempo
e muitos ainda não se deram conta ou não querem enxergar...

pois mulher com sabedoria não é facilmente administrável,
nem atende aos desmandos patriarcais...
portanto, são perigosas!


Volto ao texto.
Foi apenas uma pequena "viagem" minha
nas "entrelinhas que de tanto serem entrelinhas",
viraram "Tratados" cerceadores do poder do feminino,

sufocaram as fêmeas
que ousavam correr descalças,

sem amarras
no seu pensamento, ideais e filosofia,

mesmo sem sair do lugar,
paradas onde estavam...

conseguiram dar um mergulho
no seu eu mais profundo
na busca da feminilidade
reencontrando a garra
e a força ascestral
das suas deusas.


Volto aos personagens originais pois eles não tem sexo.
E sim ,
há a moral da história...

que se aplica tanto ao homem como a mulher ,
ao ser humano que um dia,
limitado por pressões familiares, sociais, econômicas;

mágoas, desamores, ou injustiças
se esqueceram
que eram
maravilhosamente humanos.

E não simples máquinas
que se desgastam com o tempo,

perdem a validade, ficam desatualizadas,
sendo defenestradas diariamente
substituídas por modelos mais sofisticados.


Nós temos sentimentos.

Somos vulneráveis - somos gente
Entretanto fomos agraciados
por excelsa dádiva dos deuses
- temos um Coração!

E este não envelhece
se nutrido, amorizado
e sabiamente conduzido.


Se movidos por sentimentos nobres;
estes, nunca nos deixarão
a margem do caminho,

perdidos a chorar
por estarmos sós!

Temos em nós o poder renovador
de sermos sazonais,

e, como deidades divinas,
podemos florescer em todos os tempos,
a cada dia escalar mais alto...
ser mais e mais livres
para enxergar

e plasmar
as mais belas flores
que sonhamos ter
por todo o sempre,
em nossas mãos.

Somos verão, outono, inverno e primaveras...
quando assim o quisermos!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

No aconchego do colo de meu Pai



"Os místicos dizem que, quando começamos nosso caminho espiritual, queremos muito falar com Deus...
e terminamos por não escutar o que Ele tem a nos dizer.


Diz o mestre:

Relaxe um pouco.

Não é fácil;
temos a necessidade natural de sempre fazer a coisa certa,

e achamos que vamos conseguir isto
se trabalharmos sem cessar.


É importante tentar, cair, levantar e seguir adiante.

Mas vamos deixar que Deus nos ajude.

No meio de um grande esforço,

vamos olhar para nós mesmos,

deixar que Ele nos revele,
e nos guie.


Vamos permitir que, de vez em quando,
Ele nos segure no colo.

*Paulo Coelho. in Maktub

Já lutei tanto, meu Deus,
aqui a nadar contra a correnteza
compreendendo, sim, com fé
as lições que a mim
chegaram num repente.

Até que acordei
numa manhã iluminada
e percebi que eu a resignar-me com a minha dor
não estava a te agradar
nem a louvar Teu Nome.
Estava ainda assim trabalhando,
num esforço supremo
de ir sempre além das minhas forças!

Clareando a mente,
iluminada ao raiar do dia,
num amanhecer
em que o meu coração valente
mas alquebrado do sofrer matéria,
sentiu o tocar
de um raio do Teu sol:

- Pára!
Aquieta esta alma!
Quero que ao acordares,
voltes a sonhar Comigo!

Não te esforçes a chegar a mim,
não te reconheço
pelos teus esforços sofridos!
Eu te conheço desde o sempre.
Estou contigo...
tua alma é parte
do Todo que criei.

E o calor do tempo de renascer
novamente volta,
timidamente temeroso
no reencontro,
mas cônscio e crédulo
de que é tempo de resgatar
a memória das minhas rosas
e esquecer dos espinhos - ensinamentos
transmutadores e sábios!

E renasce aqui
novas Memórias...
de que novamente
mais uma parada de tanto esforço vão
neste meu tempo- vida se fez necessária.
Estava e permaneço confiante,
aquecida no Teu doce colo.

És meu Pai...
me aquieto,
aconchego-me...

É meu tempo de escutar
a voz de Deus em meu coração.
E de aprender
e de espalhar
o que ouço das vozes
que falam aos ventos,
sobre as suas histórias!

Continuo aqui,
sem lutas,
nem aflições descabidas.

Sigo agora
ao sabor da correnteza
das águas cristalinas e calmas
que emanam
do puro amor divino.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Google homenageia Mark Twain

Hoje o Tio Google homenageia o 176°aniversário de

Mark Twain
,

pseudônimo de Samuel Longhorne Clemens,
(30 de Novembro de 1835, Flórida, Missouri, EUA
- 21 de Abril de 1910, Redding, Connecticut, EUA)

Escritor e humorista norte-americano.



Aprecio imenso o senso de humor.
O humor é uma característica marcante de pessoas inteligentes.

Trago algumas pérolas:

O Saber da Experiência


"É sempre melhor comprovar as coisas pela experiência do que apenas saber.
Porque se se depende da adivinhação ou suposição
ou de conjecturas, nunca se fica educado.


Há coisas que não podemos descobrir
mas nunca perceberemos

se são desse tipo se não experimentarmos.

Pois é, temos de ser pacientes e perseverar na experiência

até compreendermos que não podemos compreender.

E é maravilhoso quando assim é, torna o mundo tão interessante.


Se não houvesse nada para descobrir seria uma chatice.


Só mesmo o tentar descobrir e não conseguir

é tão interessante
como o tentar descobrir e consegui-lo,
se calhar até mais, não sei..."

Mark Twain, in 'O Diário de Adão e Eva'


E mais:

"Algumas pessoas nunca cometem os mesmos erros duas vezes.
Descobrem sempre novos erros para cometer."

"Não abandones as tuas ilusões.
Sem elas podes continuar a existir,
mas deixas de viver."

"Coragem é a resistência ao medo,
domínio do medo,
e não a ausência do medo."

"O nome do maior dos inventores: acaso."

domingo, 27 de novembro de 2011

Somos um pequeno nada... que é tudo!


" O que me tranquiliza é que tudo o que existe,
existe com perfeição absoluta.

O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.

Tudo que existe é de grande exatidão.

Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade
chega a nós como um sentido secreto das coisas.

Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição."

- Clarice Lispector -


Se pudéssemos nos momentos de infinita aflição,
no meio das tormentas...
nos pequeninos mas profundos nãos
ditos a nós que nos entristecem,
nas derrotas constantes que,
em movimentos cíclicos,
serpenteantes,
vão sutilmente,
diminuindo nossa auto - estima,
matando aos poucos nossos sonhos...
nos reportar ao momento
em que no ventre materno
fomos um pequenito nada,
afoito pela vida,
esperançoso
em vir a ser
o tudo que hoje somos,
teríamos mais fé na vida!

Fomos pequena cabeça de alfinete,
tamanho exato,
única no mundo,
nela contida
tudo o que nos era destinado ser:
um dia, no agora ou no além mais distante
atingiremos a... Perfeição !


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Por que aprendi a falar... se preciso fazer silêncio?


Palavras minhas

"De que adianta
se o Cosmos é uma explosão infinita de cores,
se eu não apreciar a visão do mundo...
De que adianta o sol nascer,
se eu não o celebro a cada amanhecer...
e se eu não ouvir os sons da alegria,
os apelos da dor,
e se não parar para escutar a voz do silêncio?

E se não falamos o que realmente pensamos e somos;
se não mudamos de opinião quando é preciso;
se não escutamos aquele que nos dirige a voz;
se falamos palavras vãs.
De que adianta, então?
E por que tornou-se premente
aqui no ocidente
em que nasci,
por algum motivo e razão,
num predestinado destino
traçado por ditames
maiores de minha'alma,
ter que calar a voz
que ecoa no âmago
do meu simples e complexo ser?
"


Silêncio...
preciso aprender mais lições sobre
o dualismo palavra e silêncio.

Não posso seguir modismos.
tenho que seguir meu sizo,
minha visão de mundo mudou,
a cada dia acrescento um ponto.
Visão de mundo,
construída no decorrer da minha vida.

Quando o silêncio é salutar e necessário?
De que adianta ter voz e não usá-la?
Preciso meditar com muita reverência...
ou seja,
preciso expulsar de minha mente
todos os meus pensamentos - palavras.
Como ficar no vazio?!

Eu medito de olhos abertos...
fixo um ponto, uma imagem
em sintonia com a vibração de meu corpo-mente-espírito
e me entregosem resistência
se penso... nem lembro,
sou a imagem em mim
sou a vibração sutil
sou a conexão com minha alma!

Ó Vida Minha ...
vida difícil para uma ocidental comum
nem sábia nem profeta,
e desprovida de hipócritas mentiras e angelitudes falsas.

E por que aprendi a falar se preciso agora ouvir
que o antigo sábio me recomenda:
- Cala!
- Não calo!
Falo!
Já calei-me tanto
quando era inocente e pequenina
Vi (e vejo) meio qu perplexa ainda...
elevarem-se as vozes dos maléficos, ignorantes e loucos!
E eis o que aconteceu com o mundo!

As vozes que proferem palavras de luta e paz
são portadoras da liberdade de almas e nações!
São bem Vindas vozes que digam Não! aos desvarios
E Sim! à benevolência e fraternidade!
O mundo rico está assustado com a recessão?
A criança faminta da África não...
ela sente na sua esquelética imagem o Efeito Fome!

As vozes que lutam com Sim e Não na medida exata
são aquelas que abrem os caminhos
dos que têm lúcidos pensamentos
mas que não sabem os nomes, verbos e provérbios,
mas sabem das coisas simples,
usam palavras toscas,
nem seus nomes de batismo escrevem
mas são os responsáveis pela lavoura fértil,
sabem quando é tempo da chuva
e quando a colheita é farta;
laboram para que o leite chegue à mesa do filho do letrado homem;
sabem como proteger o ninho dos passarinhos
enquanto os letrados os empalham em museus
ou põem-nos em cruéis gaiolas.

Um amigo, trabalhador simples, para me agradar fez um pequeno lago
e, efusiante, disse-me que meu lago sonhado
já estava repleto com uma 'manada' de peixinhos.
Gentilmente lhe disse: olha não é manada.
Manada é um monte de elefantes,
Omiti os búfalos e os que mais houverem...
(seria demais , um impropério)
De peixes é um cardume...
e ele nem me ouviu
tal a sua satisfação em me mostrar seu presente!
Já era velho, não sabe ler, mal escreve seu nome, o copia.
Sobreviveu sem coletivos até hoje...
e nem aí... me mostrou toda a manada de peixinhos..
E, repetia feliz:
- Tem muitos!
e nem ligou para o nome 'cardume'.

E concordei, pois refleti...
ora, eu não sei fazer um laguinho
e nem saberia como enchê-lo
com tanto amor e tão lindamente...
só para me agradar...
ah.... abençoada manada de peixinhos!

E cantei e dancei em honra do presente recebido!

Li uma vez que o mal do mundo na atualidade
é que "antigamente os homens inteligentes falavam
e os burros ouviam bem calados...
hoje, os burros discursam, fazem leis e tratados
e os inteligentes, acuados, se calam".

Ó Sábio, Ó Leitor
e seguidor do guru pós-moderno
Nós vivemos no Ocidente,
nem entendemos as nobres palavras dos Sábios Ancestrais do Oriente.
Se não tivermos um livro com as interpretações...
ficamos analfabetos funcionais

Somos aplaudidos quando pequeninos
articulamos sons, falamos cedo
e nos expressamos com frases com sentido.
E se, compreendermos e interpretarmos
as mensagens implícitas nos textos
somos considerados "verdadeiros prodígios"!
......

É...
repito repito,
solto a palavra minha:
se não falamos o que realmente pensamos e somos
se não mudamos de opinião quando é preciso
se não escutamos aquele que nos dirige a voz
se falamos palavras vãs.
De que adianta, então?
......

Enfim...
hoje sou proprietária próspera:
tenho manadas
de pássaros,
de abelhas,
de famílias de "jacus"
(salvos dentro do meu espaço da fúria do homem que o come),
de borboletas
- pois não ponho agrotóxicos -
e mais manadas
de ouriços,
de gambás,
de cobras,
de ariranhas briguentas,
e de calangos.
São bonitos?
Nem sempre...
mas são "meu cardume",
a terra era deles
eu é que sou a invasora.

......

Assim deveriam pensar
os construtores de Belo Monte,
com a voz da razão aliada a voz do coração
dar peso maior à alma,

serem magnânimos
não só com a flora e fauna...
lembrar que
os índios, ribeirinhos
e o Rio Xingu têm alma
O Brasil não está à venda!!





- Maria Izabel Nuñez Viégas -

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Euripedes Barsanulfo... espírito que me acalma a alma

Euripedes Barsanulfo, o Apóstolo da Caridade


Já trabalhei numa das inúmeras casas espíritas que levam o seu nome
e o tem como abnegado e abençoado mentor.

Tenho aqui na minha casa o seu retrato...
dizem que em Minas Gerais muitos lares também o têm como reonhecimento e crença na sua proteção.
O que valeria uma imagem?
Nada... se ao vê-la tudo que mais dorido ou qualquer pensamento mais infeliz não se dissipasse.
Espírito iluminado, que muitas vezes senti ao meu lado...
Presença espiritual amiga a socorrer a todos os necessitados de alento e paz.

Somos humanos tão frágeis perante quaisquer obstáculo
que à nossa frente se interpõe entre nós e aquilo que tanto desejamos...

esquecidos do quanto sofreram os verdadeiros mestres na sua passagem pela Terra.

Vida difícil, pobreza, injustiça, descrença... tudo suportado com abnegação e bondade!

Hoje senti tanta saudade de ti, Mestre...
não te conheci... só em sonhos...
e até hoje, a tua lembrança abre os canais mais puros do meu coração.
Entretanto, grande é meu respeito, admiração e Amor

Iluminado...

Euripedes Barsanulfo
Apóstolo da Caridade,
mais uma alma pura nascida nas Minas Gerais.




... a imagem * ¹
... sua biografia aqui

Duas histórias da Vida de Euripedes.

Histórias do Livro:
"Euripedes, o Homem e a Missão"
autora: Corina Novelino

I. O Menino Cresce em Amor:

"Aos quatro anos Euripedes era uma criança comum, condicionada à ingenuidade própria da idade.
Conta-se que, certa feita, brincava com outros meninos na via pública, junto à sarjeta alta. Ao ver os companheiros com alguns níqueis, deixou transparecer o desejo de ossuir uma moeda também.
Queria comprar um doce na venda.
Os outros, maldosamente, sugeriram ao pequeno:
- Passe aquele caco de telha na pedra até que fique redondinho e fino como o nosso "quarentão"(quarentão era a menor fração de mil réis. Leve-o ao vendeiro e compre o seu docinho...
Assim fez o menino, enquanto os outros se afastavam sob risos abafados.
Pacientemente, a criança burilou o pedaço da telha. Em seguida foi à venda.
O dono da quitanda sorriu bondosamente, tomou o caco burilado e deu-lhe o doce.
Euripedes ficara exultante.
Já podia comprar doces como os outros meninos.
Sabia fazer dinheiro..."

II. Os primórdios

Meca procura o filho...
(Dona Meca , mãe amada de Euripedes)

" A família de Euripedes, apesar de respeitar as decisões do moço, após um ano de conversão dele ao Espiritismo, já se refizera do primeiro choque.
A mãezinha, porém, um dia, corre em busca do filho, na residência deste, entrando logo ao que viera:

- Euripedes, seu pai manda pedir-te que queime esses livros espíritas. Porque ele não quer um doido em casa...


- Meu pai conhece o espiritismo?

Meca não entende a serena intervenção do filho e prossegue:


- Dou-lhe o recado de seu pai, simplesmente. Só sabemos que o Espiritismo é arte do demônio. Você precisa abandonar essas coisas, meu filho...

Havia muita ternura na quase queixa do coração materno.
Naquele momento de singular troca de vibrações afetivas, o filho acercara-se de Meca, enlaçando-a, todo carinhoso.
E derrama-lhe no coração querido a ânfora de consolações racionais, que a Doutrina dos espíritos oferece.
Ela ouviu o filho, com enlevo e admiração. Penetrou-lhe a firme coragem, que o levara a modificar convicções e hábitos.
O doce coração de Meca ia recolhendo as lições doutrinárias tão importantes.
Sem surpresas. Com naturalidade. Como o filho, seu Espírito, muito avançado em experiências pretéritas,achava-se preparado para receber as verdades novas.
Apenas aguardava, sem o saber, o momento psicológico de acolher a semente, cujas energias latentes haviam de germinar poderosamente.

E aquela mulher corajosa, horas depois, chega-se ao marido, confia-lhe ao coração, tocada de sublime determinação, a grande notícia:

- Mogico, sou espírita!


E ante a estupefação do fiel companheiro de tantos anos, Meca concluiu:

- Euripedes manda dizer a você que estude o Espiritismo e vá conversar com ele, com inteiro conhecimento de causa.


Anos depois, toda a família se convertera à Terceira Revelação, sob a benéfica influência de Euripedes.
E Meca tornou-se a mais devotada colaboradora do filho, nos serviços de assistência, colocando em funcionamento suas faculdades curadoras."

Todo meu carinho a este Mentor de Luz pois sua infinita bondade penetrou em minh'alma.


*Imagem ¹ :
Foto de Euripedes Barsanulfo, retirada e ampliada de um grupo, sem nenhum retoque, com diferenças marcantes da fotografia mais divulgada do missionário sacramentano. com trações fisionômicos adulterados ( Gentileza da Revista Internacional de Espiritismo)
_ página 168 da obra citada abaixo.

** Créditos: extraído do Livro: "Euripedes, o Homem e a Missão"
autora: Corina Novelino
IDE - Instituto de Difusão Espírita
Quarta Edição, Janeiro / 1981

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A rosa mais linda das deusas



A Noite do Meu Bem

Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
quero a primeira estrela que vier
para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero paz de criança dormindo
quero o abandono de flores se abrindo
para enfeitar a noite do meu bem

Quero a alegria de um barco voltando
quero ternura de mãos se encontrando
para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero o amor, o amor mais profundo
eu quero toda beleza do mundo
para enfeitar a noite do meu bem

Mas como esse bem demorou a chegar
eu já nem sei se terei no olhar
toda ternura que eu quero lhe dar"

Canção de Dolores Duran



Uma canção que embalou meus sonhos.
Sonhos de um coração - criança que
vezes tanto esperava um amor chegar
outras tantas sabia que ele não viria...
que era passado
Não seria no agora.

Quantas lágrimas sozinha a menina derramava
Por que as meninas derramam lágrimas por nem sabem quem?
Por que as meninas nasceram tão sonhadoras?

Hoje, olho e vejo que essas saudades eram de outros tempos
Sonhos , recordações
marcas das mulheres-deusas que foram um dia
E que sumiram no pó das estrelas.

Hoje percebo com alegria
que as deusas - meninas
estão voltando
não só no inconsciente das meninas;
os meninos também sentem no peito
a chama azul irradiante e bela.

Hoje já estamos todos ,
poetas, místicos, atores e atrizes.
homens e mulheres do povo
a suspirar
cada vez que chega ,
novamente,
quieta e mansa
renascida e trazida a nós
numa brecha no tempo-espaço,
num canal de luz....
a energia da mulher - deusa
morta e esquecida
em eras distantes do outrora.
Hoje homens e mulheres
sabem e intuem o poder do feminino.

São chegados os tempos de Amar ...
o Amor mais profundo
e se entregar ao abandono de flores se abrindo
sem medos, preceitos ou preconceitos,
pois o feminino e o masculino
são complementares em nós.
Somos dualmente unos.
Somos um único sexo -
o fraco que cada vez mais forte -
impregna todos os corações
de suavidade,
generosidade,
abundância
e paz.

Somos Eros, o etéreo , o éter
Somos a esperança da gestação
Somos a seiva que perfuma a veia
do homem,
da mulher,
da criança no ventre mátrio,
das águas dos rios,
dos córregos, cachoeiras e mares
Somos o amor que nutre o ventre do planeta!

Ah... não chore o amor que demora a chegar
Ele virá... aguarda
Sempre vivendo
Nunca deixe de sonhar
E sim, eu sei
que terás no olhar
toda a pureza
que mereces
ter em ti
e para dar.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O tempo não pára...


"Para tudo há um tempo
Debaixo do céu há momento para tudo
E tempo certo para cada coisa
Tempo para nascer e tempo para morrer
Tempo para plantar
E tempo para arrancar a planta
Tempo para matar e tempo para curar
Tempo para destruir e tempo para construir
Tempo para chorar e tempo para rir
Tempo para gemer e tempo para bailar
Tempo para atirar pedras
E tempo para recolher pedras
Tempo para abraçar
E tempo para se separar
Tempo para procurar e tempo para perder
Tempo para guardar e tempo para jogar fora
Tempo para rasgar e tempo para costurar
Tempo para calar e tempo para falar
Tempo para amar e tempo para odiar
Tempo para guerra e tempo para paz."

Eclesiastes 3: 1-8

Quedo-me triste.
Os tempos não me são favoráveis
Em nada recomendam
que eu me deite sob as árvores frondosas
corra pelas estepes entre flores azulis
Onde o cavaleiro galante
que me prometera chegar
no tempo em que o sol nascesse brilhante
com o fulgor das mais brilhantes estrelas?
Onde a emoção,
a aventura de galopar em verdes campos
Sentir o sol a aquecer meu corpo
e atravessar córregos de águas cristalinas.
Onde a brisa a acariciar meu rosto?
Onde a voz cálida de meu amor
a falar-me versos de pura paixão?
Para onde foram os poetas
os menestréis que antes eu ouvia
a cortejar-me em sonhos.
Onde o sonho virou realidade?
Onde a realidade
acabou de vez
com a esperança minha
de conhecer -te...
Onde? Como?
Para onde fugiram
as torres mágicas,
os peões do jogo
que juraram me ajudar
a vencer o meu jogo da vida;
a pintar de colores vibrantes
os dias cinzas em que vivo
e me escondo
da neblina ,
do negrume da dor
do não ser nada
nem ninguém?
E eu que sonhei tanto
Que esperei com tanta fé e crença
num despertar
nos celestiais castelos
Onde?
Onde?
E agora que acordei
no plano etéreo
que me prometeste
só vejo a negritude de minh'alma
que chora
que sozinha e triste...
que triste...
e sozinha...
vou despertando...

Desperto meio que sonada,
ouvindo a voz de um pequenino,
me chama:
Mãe mãe mãe!!!
Uma mãozinha pequenina
me toca a face,
puxa meus cabelos
num alvoroço...
me chama
-Mãe, mãezinha,
por que choras?
Eu estou aqui a te chamar
estou ao teu lado
É hora de acordar!!!!
Vem!!!
Tu me prometeste levar ao parque
para brincarmos de pique-esconde.
-Acorda...
deixa de ser preguiçosa.
Hoje é domingo
faz sol
está brilhando
Vamos...
Acorda, mãe!!!
Eu estou aqui a te chamar faz tempo!
Vamos... vem!
Tu não dizes que temos que aproveitar o tempo
que amanhã seria domingo
e que iríamos galopar
no parque?
Acooooorda!
Vem!
O amanhã é hoje!
Tu me prometeste!
Ai, mãe dorminhoca...
No dia da escola tu me acordas, não é?
Anda!
O ontem já passou,
hoje é domingo
E domingo
é nosso dia de brincar
de galopar no parque!
Hoje é o amanhã que tu me prometeste a semana toda!
Acorda para a vida, mãe!

Alívio meu...
tudo é tão simples,
existe um tempo de dormir
outro de acordar.
Um dia os pesadelos acabam
e todos os sonhos
se tornam reais.
Só é preciso acordar!
A felicidade existe
e veio numa manhã de domingo
a me tirar da nebulosa- idade do passado.

Minha criança linda,
meu pequenito cavaleiro,
te amo te amo
mais que tudo nesta vida!

Tu és meu sonho, meu passado,
minha esperança do amanhã ditoso.
Vieste como o mais gentil cavaleiro
e me proteges
com tua armadura doirada
reluzente como o sol
que aquece
minha dantes sofrida alma!

Meu filho amado!


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Por que ainda falo, se nem vejo o brilho do seu olhar?


Um profeta chegou certa vez a uma cidade
para converter seus habitantes.

A princípio, as pessoas ficaram entusiasmadas com o que ouviam.

Mas – pouco a pouco – a rotina da vida espiritual era tão difícil,
que homens e mulheres se afastaram,
até que não ficou uma só alma para ouvi-lo.


Um viajante, ao ver o profeta pregando sozinho, perguntou:

— Por que continuas exaltando as virtudes e condenando os vícios?
Não vês que ninguém aqui te escuta?


— No começo, eu esperava transformar as pessoas
– disse o profeta.

— Se ainda hoje continuo pregando,

é apenas para impedir
que as pessoas me transformem.


in Paulo Coelho



Creio que assim como o profeta,
guardadas as devidas proporções,
pois de profeta nada tenho.
Fui e sempre serei uma professora,
me dá prazer ensinar
e aprender com o meu próximo.

Embora hoje ,
me resgardo dos maus conselhos
e me extasio com as mentes iluminadas
das pessoas, como eu, comuns...

não santos.
Que são sábios na sua essência e nem se apercebem de seu valor.
Penso que falo
não para convencer pessoas,
influenciar-lhes pensamentos, escolhas e decisões.

Ainda aqui estou...
falando para pessoas que não vejo nem acaricio seus rostos,
nem sei o brilho de seus olhares.
Pois acredito que se aqui vêm,
me procuram,
trazem com elas
uma energia no ar

que é misteriosa e bela
Sinto amor .

Falo sobre as lições que aprendi,
para que eu nunca me esqueça
dos caminhos que trilhei
e de tudo que assimilei na construção da minha história.
Fui e serei eternamente mestra,
nem que seja só de mim!

E continuo a falar
assim como o profeta,
para que nunca me convençam
de que devo abandonar meus príncipios
e deixar que o mundo me transforme
em algo que não sou.

O meu carinho a você que me visita
segue aqui comigo,
e ouve minha voz...
Obrigada!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Uma sessão de regressão... a minha floresta


Aconteceu comigo há alguns anos...
faço meu relato.

A TVP envolve uma série de procedimentos, aqui não vou especificar todos.
Muitos têm medo de "dormir" e não voltar a si.
É o estigma do imaginário que cerca a hipnose.
Já ouvi testemunhos de profissionais sérios, que fazem uso da hipnose;
no caso, por exemplo, de um cirurgião - dentista que em pacientes com impossibilidade de uso da anestesia ou por pânico, se submeterem a este tratamento com sucesso.

Numa sessão de regressão a vidas passadas usamos uma hipnose leve, em que o paciente tem controle de si. Não fica em hipnose profunda.
Por tal é de eficácia comprovada e nada há a temer pelo paciente em regressão.
Claro que temos prévios cuidados como terapeutas:
fazer uma anamnese numa sessão inicial,
observando atentamente que tipo de problema psicológico o traz a nós.
Analisar atentamente seu estado de saúde, problemas cardíacos é fator preponderante de não realização da regressão,
e se é portador de alguma psicopatia mais grave .
Qualquer dúvida por parte do terapeuta, recorre-se a um psiquiatra(profissional mais indicado para tal diagnóstico), caso percebamos sintomatologia que aponte para desequilíbrios mais sérios.

Começar a trabalhar as linhas condutoras sintonizadas pelo material psicológico trazido, seus traumas, suas "dores da alma".

Começando meu relato abreviado:

"Faço um relaxamento, aos poucos entrando em hipnose... seguindo os comandos de meu terapeuta, visualizo uma ponte.
Ouço o seu comando, uma contagem ressessiva... sua voz pausada, calma, suave.
Meu corpo vai ficando pesado... mas não estou dormindo, sinto-me entrando em outro tempo-espaço.
Onde estou?
Na ponte...
Há um rio, não... não quero atravessar o rio. Sinto medo.

Pergunta-me se vejo meus pés.
Sim, meus pés descalços, são pés femininos, sim. São "meus pés" - da mulher que sou agora... Sigo, a cada contagem , vou mais e mais me distanciando ...
A ponte é de madeira, estou só...

Já não estou mais nela.
(Interessante, estou em pé ... e meu corpo físico ali deitado).

Pergunta-me onde estou, se atravessei a ponte.

Sim, não há mais ponte alguma.
Meus pés? Olho, são pés de um homem...
Não consigo saber quem sou...
Outro comando:
já estou em outro lugar:
sou um jovem,
uso botas de couro leve...
O terapeuta pede que eu olhe e descreva onde estou.
Não sei... só sei que quero sair dali...
Não lembro bem o que me diz , mas vou seguindo sua voz...
me conduz: "não tema, nada te acontecerá"...
Sim, sei que sou eu a mulher de agora, mas ali "sou aquele jovem".
Paralisado fico, vejo uma floresta de árvores altas , troncos retos.

O que vê?
... só as árvores.
Páro. Não consigo respirar,
tenho medo, muito medo.

Medo? De que tem medo?
Não... não... não.
Meu coração pulsa mais forte.

Ouço a voz do terapeuta , dizendo sempre meu nome de agora, não tema.
Isso já passou... fica "tranquila .

(* atentem, dirigia-se a mim, usando meu nome: que "eu" tranquila ficasse - isso é feito para trazer o paciente ao tempo agora, quem estava ali era "eu de agora" em regressão)

Olha. Reconhece esta floresta?
Sim! Eu andava nela, sei todos as suas trilhas...
Quer entrar?
Não. não.
Vejo névoas, não entro pois nada enxergo...
Vê alguma pessoa? Não, aqui do lado de fora, estou só.

Novos comandos.
Agora ouço vozes , são jovens como eu, um grupo, velhos amigos de infância, lutávamos juntos... angustio-me.
Lutavam ?
Sim, mas não com armas... éramos as "vozes".
O que dizem?
Nao sei, não quero escutar.
Páro à frente duma imagem como a acima.
Só vejo o nevoeiro, as vozes e um profundo pesar... por que estou triste e não choro?
Continuo parado(a) , não quero entrar nesta névoa...
Sofro muito, não choro, doe-me o peito...
arrependo-me... falo.
Arrepende-se... ( o terapeuta me diz)
Sim, muito... não quero falar...
Quero sair daqui.
(*vezes é impossível olhar... tal o sentimento de culpa que nos invade)
Novos comandos, ir mais à frente.

(Entendemos após que minh'alma não estava preparada ali para ver o que aconteceu.Tudo tem seu tempo...)

E num momento - tempo- luz, já ultrapassei a floresta.
Minha idade? 25 anos. Sou um homem "feito", desiludido... casado, com uma mulher que detesto. Ela quer ter filhos...
Nunca! Nunca terei filhos com ela. Casei-me por interesse.
Sou agora um destes poderosos que tanto lutei contra.
Desprezo-os, consegui tudo que quis, tenho mais que eles... sou só.
Nunca terei filhos, ela que os tenha com quem quiser.
Dou-lhe a riqueza, mas amor... nunca.
Meu amor ficou lá atrás, na névoa da floresta...

Novos comandos.
Sou um velho enrijecido, solitário e triste. não quero viver...
tenho 40 anos, sou um velho.

Minha última visão, nesta sessão, voo a galope mata adentro....
amo meus cavalos, minhas únicas paixões.
Cavalgo ... páro num local que sei ser perigoso.
Entro na mata, desço... espero, não sei o quê.
Sinto, de repente, uma dor terrível.
Dor real, no meu corpo físico... na coxa. Dói muito.
(*senti dores fortíssimas na minha coxa)

Novamente o terapeuta me tranquiliza... não lembro suas palavras;
estranho, estou calmo... espero friamente;
era o que eu merecia, morrer, tenho culpa;
Não consigo viver com a culpa.
Perdi no passado os meus ideais de luta.
Mereço.... esta cobra, ela me ajuda.
Tenho sono, vou ficando dormente...
dormente, cada vez mais...
um sono letárgico...
fecho meus olhos.
Se sinto dor?
Muita dor...
(continuam os sintomas físicos no meu corpo que antes deste momento não existiam).
Mas foi o preço de vender minha vida... meu ideal.
Mereço, sim, mereço... a culpa doi mais que a dor ferina.
Durmo profundamente.
Ao comando do terapeuta, sou transportado para outro lugar... durmo, mas libertei-me...

Obedecendo à sua voz , muito longe, (estava em hipnose leve, recordando)
a um novo comando sou levado a um lugar onde de mim cuidam,
não vejo nada, só sinto calma....
E aos poucos, vou voltando...
pareço descer uma escada.
mas não a vejo. Estou leve...
Na contagem , recebo o comando de abrir meus olhos.
Volto... nenhuma dor.
Passou.
Atravessei a ponte,
novamente a escolhi como caminho...
voltei."


* Analisamos esta regressão, que na verdade saiu do fio cármico que estava sendo seguido...
foi uma emergência da alma...
Uma emergência espiritual!

Como terapeutas( eu e ele), analisamos os conteúdos trazidos à tona .
Alguns pontos se delinearam e vi o porquê pedi urgente que meu terapeuta me atendesse:
estive num sítio, numa viagem, na mata, e fomos atacados por abelhas. Lá tudo correu bem, cuidamos, nada de mal me aconteceu.

Comecei a sentir uma " estranha sensação", uma sensação de depressão, vontade de voltar para minha casa na cidade, uma tristeza sem motivos pois estávamos felizes.
Nenhum acontecimento ruim me acontecera,
a viagem foi programada por mim,
estava eu feliz, nada anormal, que já não fosse previsível e costumaz.
Eu, conscientemente, estava fazendo o que planejara, mas algo aconteceu ,
atribui ao fato de termos de deslocar colméias,
fui picada, mas nada grave, só uma ardência.
Interessante...isso já acontecera mais de uma vez.
naquele dia, porém, algum "nó do passado" foi tocado.
Tive que voltar antes do dia previsto,
a tristeza sem motivos, a angústia aumentavam.

No nível consciente, fiquei e fico feliz pois salvo as abelhas que sempre invadem minha casa. Coloco "caixas especiais"nas árvores para um amigo apicultor, que as retira,
sempre sai agraciado por belos enxames.

Nosso inconsciente, porém, vai buscar a no fundo do baú, memórias, situações "gatilhos".
Não sei dizer o exato momento crítico.
Cremos, o terapeuta e eu, esta ter sido uma delas.

Após a terapia regressiva...
tudo voltou ao normal.

Entretanto, como conheço muito bem meu mapa astral... reconheci muitos sinais.
Mais que isso... peças de um mosaico que faltavam foram preenchidas.

Mesmo sem ter problemas de fobias,
com certeza não tive uma "síndrome de pânico",
mas um ataque de pânico,
motivado por algum resíduo cármico alojado em meu insconsciente...
que naquele momento foi acionado.
E ataques de pânico, isolados... a maioria das pessoas têm ou já o tiveram um dia!
Infelizmente, ao procurarem auxílio, recebem um tarja-preta,
que mascara os sintomas...
não soluciona!

É... por tal que amo ser Terapeuta de Vidas Passadas.
Somos viajantes...
em cada vida trazemos as memórias necessárias para nosso aprendizado.
Precisamos tê-las guardadas, como dizem alguns: "ao nascer o esquecimento é necessário".
mas... quem vive em perfeita harmonia?
Neste mundo que nem sempre podemos ser aquilo que viemos traçados para ser.

O resto da história... fica comigo!

Para quem sabe astrologia, tenho Nodo Sul na casa 11 em Sagitário(casa 12 em sagitário)
e Nodo Norte na casa 5 em Gêmeos, com Urano em Gêmos bem pertinho...
casa 5 em touro.
E Saturno em 17°57 Câncer conjunto a Marte 18°07'...

Um detalhe: muitas vezes tive visões e comprovações de "coisas do passado",
aquelas "coincidências" .
E analisando minha vida... há links que contam a mesma história.

Esta vivência foi algo que nunca nem em sonhos percebi...

Continuamos as regressões , seguindo os fios cármicos ligados a esta vida e que ainda não tinha eu conseguido solucionar.
A terapia de vidas passadas é indicada somente para aqueles casos em que nosso ser consciente não consegue expurgar os feridas do passado.
E estas voltam sempre, ciclicamente, trazendo os mesmos sintomas.

Como reconhecer se são fantasias, sonhos , recordações desta vida , da nosa infãncia?
Isso , que para muitos céticos, são sandices, ilusões;
que são motivo de descrença para os cientificistas e até mesmo, vistas por terapeutas holísticos de outras áreas, como mera recordações biográficas...
eu pergunto...
que diferença faz?
se o paciente melhora seus sintomas,
que ao reviver seus traumas mais profundos,
ele renasce,
há a cura do mal que o afligia!

O que me preocupa é o quanto pessoas sem qualificação técnica querem utilizar esta terapia;
é preciso ter ética profissional e conhecimento.
Precisamos saber como trabalhar a carga emocional que o pacinte vivencia.
Estamos com "cristais" delicados aos nossos cuidados, uma escuta e um direcionamento sem interferências, sem colocar imagens nossas nem palavras durante o trabalho.
Somente saber onde e quando parar e o quando seguir.
Um comando atento aos mistérios da alma.
As regressões no tempo não são histórias da carochinha,
não são passeios, nem viagens turísticos.
Não sabemos que nem o que encontraremos lá atrás,
quem ou o quê está escondido em nós,
alegrias tristezas dores...
tudo é uma incógnita!
Nunca se fazer por curiosidade.
Quem deve analisar se há necessidade da regressão é o profissional.
Muitos, nas memórias inconscientes desta vida trazidas à tona,
as libertam, chegando a soluções curativas.

Até porque tudo que vivenciamos durante nossa vida
traz a marca do que fomos e de tudo aquilo
que precisamos nos melhorar, nos apurar;
trouxemos as benesses - que sejam sempre percebidas e bem vindas e aproveitadas!
e os problemas repetitivos que nos angustiam
- são os "saltos" que nos impulsionam para o porvir,
mais cônscios de nossa missão de viver,
ser homens e mulheres de bem,
ser mais felizes, sem culpas.
Livres, aptos a exercer o ato de perdoar a si mesmos.

*** Este é o relato de uma sessão.
Como disse, emergencial.
Uma ressalva, meu terapeuta é um colega meu de Curso, já era formado, eu ainda em formação. E é formado em medicina, toda a dor que eu senti e fui relatando a angústia da morte, segundo ele, eram os sintomas de envenenamento por veneno de cobra.
Algumas pessoas me perguntam se, ao regredir, verão tal ou aquela pessoa.
Não sei responder, pode ser ou não.
Pelo que já vivenciei comigo e com pacientes,
a alma sofrida vai seguindo o fio cármico condutor relacionado a esta vida e ao problema que a trouxe ao consultório.
O nosso trabalho é identificar ste fio condutor ligado aos sintomas
e focar este fio com habilidade, atuando no momento certo.