Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

sábado, 29 de dezembro de 2012

Um Ano Novo pleno de amor e paz!!!!



Que é isto que aperta meu peito?
Minha alma 
quer sair para o Infinito
ou a Alma do mundo 
quer entrar no meu coração?

Rabindranath Tagore*


FELIZ ANO DE 2013, AMIGOS!

Que a alegria da alma do mundo, 
que o esplendor do Universo 
encontre morada em vossos corações!

Que haja Paz, Amor e Alegria em vossas vidas!!!

Beijos nos vossos corações.
Com carinho,
Maria Izabel Nuñez Viégas

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Que sejamos mensageiros da Luz!



"As vezes tenho idéias felizes,
Idéias subitamente felizes, em idéias
E nas palavras em que naturalmente se despegam...
Depois de escrever, leio...
Por que escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto
Isto é melhor do que eu...
 Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?"

 - Álvaro de Campos -
Heterônimo de Fernando Pessoa


Sim, ó poeta, assim me parece.
Somos todos médiuns do Universo, recebemos mensagens  dos anjos, 
podemos  - se distraídos - sermos mensageiros do mal,
dos adoecidos da alma.
Todo cuidado é pouco...

Passam por nós mil ondas de energia.
Posso estar aqui e agora 
e por mim passar um programa de televisão 
num mar de ondas de pensamentos.
Somos também aqueles 
com infinitas possibilidades de ser 
propagadores da luz ou da escuridão.
Somos mensagens de amor ou de dor.
Todo cuidado é pouco...

Prefiro, é meu desejo que eu seja a mensageira dos pensamentos dos ancestrais.
Médiuns dos mentores que precisam que aqui falemos a palavra que edifica.
Nós estamos aqui,
poetizando, 
blogando, 
contando histórias!!!!
Descobrir novas idéias,
traçar novos ideais.
Espalhar como a flor 
o pólen da alegria,
da esperança ser a voz!
Ensinar. 
Educar. 
Transmutar.
Semeando idéias - pensamentos que farão este nosso mundo melhor!


"Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?"

Que bom seria!!!!!!!!!

O amor através das reencarnações, na poesia de Drummond

Este é um tema que eu, como Terapeuta de Vidas Passadas, amo de paixão!








O grande Drummond, hoje é reconhecido e cultuado merecidamente, 
entretanto como todos os que se arriscam, ousam, criam e são diferentes por generosa e bela natureza, escandalizou os que veneravam a poesia em versos rimados 
ao lançar a "sua pedra no meio do caminho".
Abençoados sejam os homens que, na diferença, são chamados de 'loucos'...
abrem as portas para que as palavras dos simples mortais sejam ouvidas pelo mundo dos ditos 'normais'.
Imagino o que causou de espanto esta poesia em que a reencarnação é o seu tema.

E mais me encanta, ao lançar com palavras bem certas,
ajudando no estudo do tema,
a nem tão velha mania de
"todos serem reis ou rainhas" no passado,
no caso seu amor era uma troiana, não Helena!
Só sei que eu,
uma dessas simples mortais,
que de tão 'louca'
acredito que meu amor
vem comigo
entre encontros e desencontros,
desde tempos imemoriais.
Amo, venero,  cultuo e adoro
a irreverente
genialidade e loucura
aqui o transcrevo...


"Balada do amor através das idades"

Eu te gosto, você me gosta

desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos.

Virei soldado romano,

perseguidor de cristãos.
Na porta da catacumba
encontrei-te novamente.
Mas quando vi você nua
caída na areia do circo
e o leão que vinha vindo,
dei um pulo desesperado
e o leão comeu nós dois.

Depois fui pirata mouro,

flagelo da Tripolitânia.
Toquei fogo na fragata
onde você se escondia
da fúria de meu bergantim.
Mas quando ia te pegar
e te fazer minha escrava,
você fez o sinal-da-cruz
e rasgou o peito a punhal...
Me suicidei também.

Depois (tempos mais amenos)

Fui cortesão de Versailles,
espirituoso e devasso.
Você cismou de ser freira...
Pulei muro de convento
mas complicações políticas
nos levaram à guilhotina.

Hoje sou moço moderno,

remo, pulo, danço, boxo,
tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável,
boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
eu, herói da Paramount,
te abraço, beijo e casamos.

Carlos Drummond de Andrade,

Itabira Minas Gerais, 31 de outubro de 1902 - Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987

sábado, 22 de dezembro de 2012

Que amemos muito nestes dias!!!!!


Feliz Só Será




"Feliz só será
A alma que amar.

Estar alegre
E triste
Perder-se a pensar
Desejar
E recear
Suspensa em penar
Saltar de prazer
De aflição morrer _

Feliz só será
A alma que amar."


- Johann Wolfgang Von Goethe, in Canções*




Como será nosso amanhã?
Como será o Ano que se aproxima _ 2013?

Serei feliz?
Não sofrerei as dores 
que acompanham 
todos os seres do mundo?
Ah, eu não quero!
Quero ser feliz, só e simplesmente, feliz!

Viver bem com a pessoa amada!
Ou encontrar logo o meu par aqui na terra, 
eu mereço e quanto desejo!
Não ter problemas por todo o sempre!

Afasta de mim este cálice, Pai!
Afasta de mim este cálice, Pai, de vinho tinto de sangue.
Por que beber desta bebida amarga?"

Esqueço-me:
 sou um simples ser humano,
feito de carne frágil.
Esqueço 
que mais que carne _ sou alma!
E alma não sofre
Ela entende o tudo dentro do nada 
que nós, em mente, compreendemos.
Tão somente, a mente entende pois não sente.

Ó Pai, se sofrer faz parte do meu carma,
dai-me o código secreto de minh'alma.
Para que eu posso discernir 
os males que são bens para meu crescimento.
E os bens não necessários à elevação,
 da minha missão a ser cumprida!

Ajuda-me, ó Pai, 
a encontrar a paz 
no equilíbrio
desse dual sem fim:
"Estar alegre
E triste
Perder-se a pensar
Desejar
E recear
Suspensa em penar
Saltar de prazer
De aflição morrer..."


É amando que a pessoa cresce!
É o amor que tudo aquieta e cura!
Amar incondicionalmente.
Amar a Vida!
Amar o Amor!

Amar ser nesta vida... gente!
E, do jeito que puder,
salvar o nosso abençoado mundo!

- Maria Izabel Viégas -



* a poesia de Goethe _  agradeço ao Site Citador!

sábado, 15 de dezembro de 2012

A Biografia da minha alegria, in Blogagem coletiva de Natal

Participando da III Blogagem Coletiva 
do Blogue  ESPIRITUAL-IDADE,
da amiga querida Roselia Bezerra.
Tema: A Biografia da nossa Alegria




História da Minha Alegria


Por que tenho em mim a alegria?

Claro que pelos 
mais simples motivos
ou sem motivos assim.
Não há explicações para alegria.
Ela vem no nosso gene,
é hereditária.
Nasci com ela em mim.
Vi-a no riso farto de minha mãe Maria,
na dança de castanholas de mi aguella Izabel
No sorriso maroto do meu pai Alberto.
E creio que se balançasse
minha árvore genealógica
de lá cairiam sorrisos fartos.
Uma força estranha
o mistério de encarar a vida de frente,
não recuar ao primeiro,
nem ao segundo,
nem terceiro
choque da tristeza.
A sublimar as dores
das perdas e das mortes.
A continuar vivendo
mesmo que  a alma
chorasse em prantos.
Apesar de sofrer
desamores
das dores sofridas
lá estava ela,
a alegria,
escondida,
atrás da janela da alma,
pedindo calma!
Vai passar!
Vai passar!
Um dia
tudo que é seu
volta!
Abre um sorriso,
olha o jardim
nasceu uma flor
que veio da semente
que ficou presa
no escuro do frio chão,
mas que um dia,
numa explosão
de força e alegria
se elevou
e virou
caule
folha
semente,
flor,
e frutificou.

É através da alegria

que a vida se espalha nos ares,
que contagia
que faz os dias nascerem
e nos acolhem no seio
de todos os anoiteceres.

É assim,

que eu sei
meus amigos
que nada nos incentiva
a ser alegria.
O incentivo
vem do lado de fora.
Muda com os fatos 
e aconteceres 
do cotidiano da vida.
Se não tivermos 
no cerne do ser
a motivação interna,
que nos nutre a alma,
cairemos a cada tropeço
nas pedras do caminho
e nos quedaremos ali
sentados
sofrendo
sentindo
pena de nós.
Eu penso
- é quase certeza minha -
que todos nós que
antes fomos anjos
e aqui renascemos,
trazemos lá dentro
presa num laço
- fita de cetim -
um cadinho de Deus,
uma semente de alegria.
Só que ao nascer,
pobre anjinho,
aconteceu alguma 
coisa esquisita
que o fez perder
numa caixinha
fechada a sete chaves
num canto qualquer do coração.
Se você se acha
um ser triste,
olha lá dentro,
procura,
abre os braços,
canta
se encante com a vida
que é sua
toda sua,
um presente.
Na verdade,
a vida é
o maior valor
que a gente tem!

- Maria Izabel Viégas -


Amigos queridos,
desejo a todos
um Natal pleno da certeza
de que tudo na vida passa.E que nascemos para ser felizes.
E que a alegria e o amor curam,
livrando-nos de todos os males.
Felizes dias, muita Paz 
e um coração repleto de abençoada alegria! 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O homem deveria ser julgado bom ou mau?







"Um dos preconceitos mais conhecidos e mais espalhados consiste em crer que cada homem possui como sua propriedade certas qualidades definidas, que há homens bons ou maus, inteligentes ou estúpidos, enérgicos ou apáticos, e assim por diante. Os homens não são feitos assim. Podemos dizer que determinado homem se mostra mais frequentemente bom do que mau, mais frequentemente inteligente do que estúpido, mais frequentemente enérgico do que apático, ou inversamente; mas seria falso afirmar de um homem que é bom ou inteligente, e de outro que é mau ou estúpido. No entanto, é assim que os julgamos. Pois isso é falso. Os homens parecem-se com os rios: todos são feitos dos mesmos elementos, mas ora são estreitos, ora rápidos, ora largos, ora plácidos, claros ou frios, turvos ou tépidos." 

-Leon Tolstoi, in "Ressurreição" - escritor russo, 1828 a 1910




Ele é um homem mau. Ela uma mulher caridosa. Julgando-os estou.
E eu, sou quem, sou o quê? Sou aquela que não sabe , na verdade...  sou isto ou aquilo. Regozijo-me de ora ser mais isso, ora ser mais aquilo, por que não?  
Sou alguém que ainda, após tantos tropeços e acertos, ainda sou momentos. 
Em meu favor, posso afirmar que não vim fadada aos fracassos, nem a sofrer mais que o tempo necessário o luto das desilusões. Sou mais coragem do que medo. Sou mais amor que paixão desvairada. Mais verdade que mentiras. Entretanto, confesso: sei mentir e muito bem. Aprende-se a mentir quando se vai crescendo.
Somos intimidados pelos nãos e ao desviarmos das negativas aos desejos bem pequeninos, bem inocentes e pueris, sem explicações que nos preencham com verdades verdadeiras, vamos aprendendo a arte de dizer o que querem ouvir. Com certeza, quem me ensinou a dissimular sentimentos foram eles,  os mais velhos. Eram maus? Não! Aprenderam, inofensivos assim como eu, pois todos fomos crianças um dia, com seus pais, e estes com seus pais e assim, deu-se a espiral dos medos das palavras verdadeiras. 

Um dia aprendemos a força do abraço, do aconchego, do beijo carinhoso, dividimos o pão que iria nos matar a fome e aprendemos que éramos, enfim, bons. 
E não será o homem mau, numa certa hora do seu dia, feito de pura poesia, 
não terá ele um gesto de amizade, um momento de perdão?  
Temos a mesma herança genética de todos os homens da Terra. 
Todos, homens , animais, árvores , rios e plantas temos o mesmo DNA desde o primeiro espécime que aqui adentrou e se espalhou no nosso planeta. 
Ouvi de um cientista cético  que era a genética que nos tornava a todos os seres deste mundo - irmãos por todo o sempre. Não por sermos filhos do mesmo pai - o Deus religioso.  
Então, somos feitos de momentos inteligentes, estúpidos, enérgicos ou apáticos, 
bons ou maus. Somos sim, "assim como os rios, feitos dos mesmos elementos, ora estreitos, ora rápidos, ora largos, ora plácidos, claros ou frios, turvos ou tépidos." 
Que alegria, ó meu Deus, eu nasci gente, penso, sinto, amo e desamo, me magoo, perdoo e ainda me magoo, novamente, perdoo. 
Hossanas ao Senhor  -  sou ainda capaz de fazer minhas escolhas! 

Quem sabe, noutra vida, venha na forma de um  elefante, uma águia, um golfinho , um lobo, um gato siamês ou um cão bem vira-latas. 
E será que serei bom, mau, valente ou covarde... 
ah, melhor ficar assim como estou: gente. 
Talvez me seja imerecida a extrema graça de ser como um animal, tão evoluído e puramente inocente... 
A vida é complicada. A vida descomplica. A vida é madrasta. A vida é generosa e bela. 
Tudo são momentos. 
Aproveitemos enquanto há luz no nosso olhar e um vivaz brilho de esperança! 
Olá! Estamos vivos!

-  Maria Izabel Viégas -


A vida, segundo Freud e Fernando Pessoa - e eu, esta que vos fala.


* Créditos: Site Citador, aqui, agradeço!

Com a palavra dois gênios:

Freud:
O ego é sempre o padrão pelo qual a pessoa mede o mundo externo. A pessoa aprende a compreendê-lo por meio de uma comparação constante consigo mesma.

Fernando Pessoa:
A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe é pouco, esse império é um campo.

Somos exatamente do tamanho do nosso ego.
E ouço muito a máxima de que devemos abandonar nosso ego, que não devemos ser controlados pelo ego. Ele é o vilão da vez.
E se abandono meu ego,  quem e o que coloco em seu lugar?
Quem me dará a medida certa de quem sou?
Como Freud o define será ele o padrão, a base com o qual nos confrontaremos - não no sentido de embate, luta - e sim, no estar face a face com a vida, a sociedade. Sociedade esta na qual fui inserida e que me deu as coordenadas do meu modo de agir.
Nasci e fui criada numa família, núcleo primevo que foi me moldando a seu modo. E daí saindo fui para a escola, o trabalho, já tendo na bagagem valores, muitos frutos da educação que recebi.
Não vi ninguém neste ninho a cometer sérios pecados capitais. Não tenho esta herança,
mas uma criança que nasce no meio de tiroteios e drogas, com muita probabilidade, pode achar tudo isto normal.
E quem nasce num meio familiar rico em posses  poderá ser atado a valores materiais cuja perda seria a morte. Se bem direcionado, grandes feitos poderá deixar de legado ao mundo. Se mal orientado, poderá , assim como o menos favorecido, acostumar-se a cometer os mesmos tipos de crime, só que mais requintados, talvez até podendo dependendo da sua influência na sociedade civil ser de alta periculosidade, pois sua ação atingirá uma coletividade inteira.

Afirma-se que até os sete anos o ego ainda estará mais influenciável para que uma educação nobre melhore este pequeno ser.
Após, vamos nos recordando dos ditames norteadores desta nova encarnação.
Chegamos aos 29 anos, e aqui me remete ao primeiro retorno de Saturno, o Senhor do Carma, o Professor que andou de sete em sete anos a nos apontar com desvelo não de verdugo, como muitos fatalistas proclamam, mas de 'pai' ali presente, atento, olhar de mestre.
Nesta fase cíclica,  começamos a separar os valores que nos ensinaram,  daqueles que julgamos como parte de nossa história;  escolhemos os nossos próprios valores.
Fase difícil para quem se deixou levar e não assumiu responsabilidades por si mesmo. Quem não sabe separar o seu "trigo" do manancial de joios que a educação em sociedade nos bombardeia cotidianamente.

Nada tenho contra o meu ego. Ele existe, quem sou eu para discutir com Freud.
Ele nos dá forma, tamanho, proporções, pesos e medidas.
Eu é que posso como um doidivanas inflá-lo com orgulhos desmedidos, posso fazê-lo maior do que minha estatura.
Posso ser a essência do camponês que o campo é meu reino, amando os bens morais, intelectuais, e captar a imagem da plenitude da harmonia e beleza no que conquistei e sempre continuar a arar minhas terras, tornando-a mais fértil.
Ou posso, vestir meu ego de ouro e pedrarias, construir castelos que me justifiquem o poder da ambição desmedida, tomar para mim a soma de todos os medos de perder meus campos. Tornar-me rei dum reino perecível pois na matéria tudo um dia acaba , se transforma. Não somos eternos.
Posso também fazer do meu reino um manancial de bênçãos, onde muitos venham se refrescar nas águas dos meus rios.
É tudo uma questão do como direcionamos nossa vida.
Uma simples questão de valores: materiais, morais e espirituais.
Quais priorizamos, melhor seria todos, guardadas as devidas proporções.
Mas isso já é outra história...
Você sabe quais são os seus reais valores? Na verdade, num nível primitivo a maioria das pessoas sabem de pronto quais seus valores materiais,; os morais, já começam alguns enganos e, tantas, não atingem a devida valorazão dos espirituais.
Eu os redescobri, discernindo melhor, no estudo da astrologia.
Um caminho de auto-conhecimento, onde encontrei minha bússula apontando para o Norte!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Somos livres?






"Só conheço uma liberdade, 
e essa é a liberdade de pensamento"

(Antoine de Saint Exupéry)

Amigo meu
que aqui pacientemente
escuta meus pensamentos
se gosta, não o sei...
és tão delicado 
só de me ouvir!
Agradeço.

Existe outro tipo de liberdade
que não seja 
o de livre pensar?

Não existe nenhum homem que seja
meio livre ou meio escravo.

A liberdade deve ser arrebatadoramente livre!
E quem o é?
Na materialidade do ser, penso ninguém.
Na subjetividade dos meandros da nossa alma...
parece que sim, somos!
Podem nos tirar tudo de posses que tivermos,
bens materiais, poderes, 
nossas vestes carnais,
nosso sacro corpo humano,
tudo que possível se pese ou meça.
Mas somos livres nos recônditos da nossa mente.
Esta só pode ser aprisionada por nós mesmos.
Se nós mesmos plasmarmos nossas invisíveis algemas.
Nossa alma, esta...
flutua,  baila etérea lá num ponto do universo
onde, creio, que 
só nosso coração 
sabe os caminhos!
E o Supremo Senhor da Vida 
o Deus Cósmico, 
o Ser Sagrado tem acesso a ela.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Os cisnes




Encontrei esta poesia num livro meu de poesias que colecionava aos quinze anos,
eu, tão menina...

"Os Cisnes

A vida, manso lago azul algumas
vezes, algumas vezes mar fremente
tem sido para nós, constantemente,
um lago azul sem ondas nem espumas.

Sobre ele, quando desfazendo as brumas
matinais, rompe o sol vermelho e quente,
nós dois vagamos indolentemente
como dois cisnes de alvacentas plumas.

Um dia um cisne morrerá por certo;
quando chegar esse momento incerto,
no lago, onde talvez a água se tisne.

Que o cisne vivo, cheio de saudade,
nunca mais cante, nem sozinho nade.
Nem nade nunca ao lado de outro cisne."

- Julio Salusse -




E eu, tão jovem, me achava tão sozinha,
acreditava que nunca encontraria este amor
sequer sonhava que no seu olhar morava o meu cisne.
E que a vida num lago azul se tornaria,
a poesia acalentada, infantilmente,
era um presságio
de todo o amor
que preencheria o meu vazio.
Até hoje nadamos juntos,
houve sol quente e ardente,
houve muita calmaria,
nasceram outros cisnes.
e outros foram chegando.
O lago azul
parece que virou um mar
de ilimitados horizontes.
Ainda e sempre nadando juntos.



Hoje, porém, reflito
adulta e feliz por ter amado tanto
questino a mim mesma
se seria certo
que se, um cisne
daqui partir,
para morar do outro lado...
o cisne 'vivo'
deveria ficar assim tão triste.
Se ele acredita
que por todo o sempre
o outro não se foi...
mora ainda no seu coração,
encheu seu cálice de vida
com o néctar de amor mais puro.
Se a morte não existe
Se apenas é um
- até logo -
e que juntos
nadarão
na eternidade...
por que o cisne que ficar
deverá quedar-se
assim tão triste?

Por que manchar seu coração de negro luto
para que a alma do amado
a visite
e a encontre em prantos?
E, lá no etéreo o cisne liberto
se aprisione na dor do pranto?

Porque não nadar,

nem cantar?
O amor verdadeiro é eterno!


Por que não continuar a trocar
eflúvios de felicidade
entre os dois corações.
Criando per sempre,
elos entre os dois mundos.
Energizando-se em luz, dois corações.
Em amorosa harmonia e paz?



E por que não dançar mais com outros cisnes?
Há tanta vida num amor que dura.
Há que se nutrir outros iguais que vivem ainda tão sozinhos...

- Maria Izabel Viégas -

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

E eu que te desejo tanto...




"A Chave do Desejo"

"Todos os desejos são contraditórios como o alimento.
Gostaria que aquele que amo me amasse.
Mas se for totalmente dedicado, deixa de existir, e eu de o amar.
E enquanto não me for totalmente dedicado,
não me amará o suficiente.
Fome e saciedade.
O desejo é mau e ilusório, mas, no entanto, sem o desejo
não esquadrinhamos o verdadeiro absoluto, o ilimitado.
É preciso ter passado por isto.
Infelizes os seres a quem o cansaço subtrai
esta energia suplementar que é a fonte do desejo.
Infeliz, também, aquele a quem o desejo cega.
É preciso arrastar o desejo até o eixo dos pólos."

Simone Weil,in "A Gravidade e a Graça"



Simone Adolphine Weil, 
filósofa, escritora, anarquista, militante da Resistência Francesa, 
nascida em Paris a 3/02/1909 até 1943, seu falecimento.



Sentimentos nos fazem perder a razão...
A 'razão do mundo' necessita urgentemente impregnar-se do 'sentimento do mundo'...
Se desejo , posso assumir mais do que posso.
Se não desejo, fico parado no tempo, nada ambiciono?
O TAO, o Caminho do Meio - o equilíbrio é a solução. 
Comprovadamente, um  tanto difícil de encontrar, por mais que nos auto-denominemos 'zen', vivemos a esbarrar com egos, que me parece,  quanto mais se olham no espelho
 mais cegos se quedam no desejo de serem amados como santos.

Eu desejo aquilo que não tenho - é minha ânsia a ser saciada, meu desejo.
Se o tenho passo a não querê-lo?
Simone Weil mostra a faceta do desejo: a fome e o saciar-se após.
Nossa atenção se foca em outro desejo, em outro tipo de fome.
Se não sou correspondido.... se não me pertence, sofro.
Até que me ame, então, esqueço?
Volúvel e inconstante é o desejo.
Estaremos sempre à procura do que não temos.
E como será aquele que nada anseia, nada o traz à essa comoção estranha...
não experimentará a alegria, o prazer ilimitado.
É desditoso aquele que tudo anseia...
É desditoso aquele que é escravo dessa compulsão, o desejo o acorrenta.
Como equilibrar o desejo entre estes dois pólos, pois de tão forte,
se necessita de tamanha força para"arrastá-lo"?

Maria Izabel Viégas

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Já fui uma costela de Adão, no início dos tempos?

"Não tenhas medo do passado.
Se as pessoas te disserem que ele é irrevogável, 
não acredites nelas. 
O passado, o presente e o futuro 
não são mais do que 
um momento na perspectiva de Deus, 
a perspectiva na qual deveríamos tentar viver.
O tempo e o espaço, a sucessão e a extensão, 
são meras condições acidentais do pensamento.
A imaginação pode transcendê-las, 
e mais, numa esfera livre de existências ideais.
Também as coisas são na sua essência aquilo em que decidimos torná-las.
Um coisa é segundo o modo como olhamos para ela."

- Oscar Wilde, in 'De Profundis' -





Certo é não ter medo de nada. Mas medo não se controla. Parece que é uma doença que acompanha o ser humano desde o sempre, nascendo precisava sobreviver. Junto à sobrevivência , o medo de perder-se. Qual teria sido o primeiro pensamento de Adão ao  ser criado, logo após o assombro de se ver ali, num paraíso que não sei se veio no pacote de dados com ele, num office que agrega word, excel e mais; num paraíso repleto de aplicativos. Inclusive a cobra falante e mui malvada. Aquela que fazia desobedecer as ordens e mostrava o prazer. Certamente Adão teve medo da Eva, pois ela deve ter começado a 'discutir a relação' ou vice versa, isso eu não sei, quem começou essa história.

Observem,amigos, estou a re-inventar um passado ensinado como uma História Irrevogável.
"Uma informação irrevogável não pode ser contestada, pois certamente é uma informação verídica."
Neste caso, seguindo Wilde quando nos diz a imaginação pode  a tudo transcender, estou a definir a coisa naquilo que decidi transformá-la através da minha imaginação.
Decididamente, hoje eu estou a re-inventar muitas histórias, pois ando cansada desse mundo de "histórias e fatos" que nos enfraquecem. E não encontrando a razão para tanto temor ao ouvi-las, permitam-me o desabafo, totalmente saindo do tema.

Desde criança, ouvia muitos mitos e, por motivos óbvios, não nos eram permitidos desacreditar do que os adultos nos contavam.
Talvez tenha tudo começado pelo fato de ter nascido eu, o tal sexo frágil. Será que por sermos pobres mortais do sexo mulher, herdamos esse medo atávico de ter nascido de uma 'costela".

Com certeza, encontramos no mito melhores nascimentos, sem culpas, nem admoestrações.
Num exemplo, a deusa grega Athena , ao eclodir da cabeça do Supremo deus do Olimpo Zeus, aplicando-lhe terrível dor de cabeça -  foi sensacional na sua entrada no mundo!

E, como conta Hesíodo,  na sua Teogonia , o Cronos ao destronar o poderoso Urano, decepou o 'falo' de seu pai, que caindo ao mar fez erguer-se da espuma (aphros) -  esplendora e linda - a deusa do amor - a mais bela, Afrodite ou Vênus.

E nós, as mulheres, pobres mortais, nascemos de uma costela, história terrível, que nos remete a um medo maior que ser expulsa do paraíso por desobediência ou gula, isso não sei. Péssimo começo, eis o porquê do medo das mulheres fadadas a parir com dores seus filhos e a lutar pela sobrevivência, pelo pão nosso de cada dia.
Somos reféns do medo.

Graças a todos aqueles que contestam as histórias, vamos reinventando a vida através da nossa observação do mundo.
E, começamos a nos libertar,  descobrindo que não devemos ter medo do passado pois se é passado, já se foi, não tem mais jeito. Mais sensato é agir com mais bom senso no tempo presente.
Aquele que não tem coragem de revisitar os seus fantasmas, ficará preso, na teia do medo oriundo da culpa do que fez ou 'imagina' ter  feito.

Voltando ao início e repensando Wilde:
"o passado, o presente e o futuro não são mais do que um momento na perspectiva de Deus, a perspectiva na qual deveríamos tentar viver", é o pensamento do autor, fruto do modo de como ele aprendeu a lidar com a sua vida. 
É a sua verdade...

A 'minha' verdade (se é que existem verdades...)
Hoje, neste instante, talvez só por agora,
acredito que:
"as coisas são na sua essência aquilo em que decidimos torná-las.
Uma coisa é segundo o modo como olhamos para ela."
Tudo pode ser transformado pelo foco do nosso olhar.
E tudo que tenho, olho-as com ternura pois foram fruto de meu esforço e trabalho.
Tenho receio de perder pessoas , amores, amizades
Tenho medo, por vezes, não!  
Muitas vezes, que fortes ventos as levem.

Mas minha fértil  imaginação,
 doce cúmplice,
relembra-me que
se forem para o oeste,
num anoitecer...
darão a volta no mundo
e voltarão noutra manhã,
lá pelos lados do leste
trazidas pela luz do sol!!!  
São minhas sementes do amanhã, que plantei no passado e a cada dia semeio: voltam meus bens recobertos com minha alegria de tê-los. 

Mas com certeza, costela de Adão... isso eu não sou mesmo!




quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Recordando: meu primeiro post in Memórias de Vidas Passadas

Recordando... 
meu primeiro post, 
publicado em 01 de maio de 2009:



A Viagem no tempo

Aqui é o espaço que transborda a crença minha na reencarnação.
Sinto que muitas vidas já vivi, minha alma "desperta" tudo sabe , conhece meu passado, sabe os porquês desta minha encarnação. Por tal há sempre lampejos de recordações que brotam no meu consciente e que me conduzem na estrada nas horas de difíceis decisões; dar um passo atrás e "ouvir a sua voz", minha consciência é minha melhor conselheira. 
O tempo presente é o agora - que num piscar de olhos se torna no amanhã - triste ou ditoso - dependendo daquilo que decido fazer de mim;
meus sonhos são tão reais quanto meu acordar.
Entender os significados de quem está no leme, 
eu - ou o destino imutável?
Não existe passado- presente - futuro.
Tudo estava marcado e está em mim, meu eu interior conhece.
Preciso escutá-lo melhor...
Entender isto é ser mais suave, menos controlador e mais confiante .
Se sonho, sou eu a olhar o que minha alma vê e o que meu corpo deseja,
mas nem sempre pode ou deve fazer. 
Compreender o que posso ter e o que me faz mal, 
aquele fardo que não preciso carregar... 
ter a sabedoria de distingui-los, 
talvez meu maior desafio.

Premonições , sonhos, visões, viagens a outras dimensões, tudo é o real.
O imaginário é a dúvida que consome o incrédulo... este sofre muito mais.

Minha paixão: a VIDA.
Minha crença: todos merecemos a Felicidade.
Meu trabalho: Terapeuta de Vidas Passadas.

Eis -me aqui... vamos juntos alçar os mais altos vôos, ao mesmo tempo que caminhamos na mais segura das estradas?
- Maria Izabel -




Amigos meus...
Estarei afastada do meu Cantinho por alguns dias... 

Neste tempo de espera, 
que tal recordar 
o instante mágico meu do primeiro passo?
Que melhor momento para retornar no meu tempo,  
ao início deste blogue,
que é uma das minhas paixões,
Este Memórias - 
meu "Memórias de Vidas Passadas".
Sou por todo o sempre uma estudiosa de astrologia.
Entendendo os ciclos da vida, decodificando muitos porquês,
ajudando às pessoas a melhor se conhecerem.

E trabalho com Terapia de Vidas Passadas,

por Formação com a Mestra Celia Resende
e registro no SINTE (CRT) 
como Terapeuta Holística (psicoterapeuta).

Trabalho com o mais puro do ser humano, 
com a parte sagrado do meu paciente: 
sua 'alma desperta'.
A transpessoalidade do Ser.
Neste encontro, 
há que ser delicada, 
mãos e palavras de seda,
pois está aqui comigo o teu mais puro cristal... 
teus sonhos, 
tua memória, 
tua realidade, 
tua vida.
Amo isso tudo com desvelo e responsabilidade.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

De alma ...entende o poeta ? Só ele a entenderá?



"Não sei quantas almas tenho"


"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuadamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é.
Atento ao que sou e vejo.
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só.
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
releio e digo: "Fui eu?'
Deus sabe porque o escreveu."

Fernando Pessoa


Emociono-me ao ler o poeta, pois numa só vida se fez muitos, pois era preciso. 
Um era pouco para a luta, vários poetas poderiam vencer. E ficar na memória ancestral,
 na memória do povo que o soube entender.
Muito se fala nos heróis, filósofos, grandes mestres... 
esquecidos de que hoje eles cultuados o são. 
Mas nem sempre assim o foi...
Quem hoje aplaude o poeta, o mestre, o filósofo pensador, o herói - suportaria as críticas mordazes, o abandono em que na sua época foram relegados?
Tomaria a cicuta com Sócrates? 
Ser hostilizado pela sociedade, pela Igreja assim como Galileu Galilei?
Louco era Francisco - o de Assis - pois suas posses, seus trajes abandonou!


Cada pensamento, cada descoberta científica, cada modelo de sociedade 
não é sucedente linearmente no tempo adverte-nos Foucault. 
Muitas décadas, séculos separam paradigmas.
Hoje reunimos num só bloco - todos - de Aristóteles a Einstein,
 como se tudo que tivesse sido dito ou inventado, partisse de uma única fonte. 
Parece que todos se conheciam.

O que nos faz ou nos traz esta idéia atemporal?
O que será?

Eis que a verdade sempre foi trazida a nós por vários mestres.Entretanto, muito atraso houve pela religião e pelo poder que não permitia aos menos afortunados a gnose, o conhecimento; constituindo-se assim um dos "piores instrumentos de tortura": 
o véu da ignorância, o aculturamento do povo.
A triste e eficaz vulgarização de crenças que submetem o pensamento do homem ao não raciocínio, ao materialismo cruel. A um poder que se submete por inocência ou por astúcia -

 para cada lobo, mil cordeiros.

Vivemos numa época em que a alma não é mistério, ela existe. 
Adoecemos por dores d'alma 
e somos tratados  com fortes remédios, com psicotrópicos,  
pelos doutores que da cura da alma nada sabem, 
apenas a entorpecem. 
Cuida-se do corpo, não da alma.

Precisamos acreditar que novos paradigmas estão aflorando, 
eis aqui o Homem Holístico: corpo e alma necessitando de cuidados.
Paradigmas científicos newton-cartesianos são necessários, muito há a aprender com eles. 
Apenas se deve dar voz a novos paradigmas que surgem, não só na religião, 
mas nas ciências....
Há novas descobertas, a química, a neurociência, a Física Quântica... 
o Universo não é mais "invisível aos olhos" 
e o homem é mais corpo.
É mais, é alma!
E alma, entende-a os loucos, os místicos , os poetas e uma nova gama de cientistas que têm olhos e a visão aguçada e lúcida, transcendentais..

De alma entende o poeta, 
o Fernando, o Pessoa - os Pessoas!
Todas as pessoas que dialogam com a alma.

E porque ao ler este poema de Fernando Pessoa me reporto a tais "viagens"?
Estou lendo alguém que nos fala de uma luta civil, contra a ditadura da ignorância.
Estou frente a alguém que descreve a Alma do homem de modo soberbo.

Ao lê-lo lembrei-me de como me senti ao fazer regressões a minhas vidas pretéritas. 

Somos viajantes em muitos eus no aqui e no agora, 
pois somos o somatório de muitos personagens vividos pela nossa própria alma. 
Muitas vezes no retorno das "viagens", reconheci aqui e ali, falas , pensamentos, ações que tenho desde pequena onde eu nada sabia, só sentia.
O feliz ou o doloroso conviver com pessoas que foram partes marcantes de outra vida e que era necessário o reencontro.
Aparar minhas arestas, não as do outro, eis que a vida é minha, o condutor desta alma sou eu. 
A mim cabe mudar , não consigo mudar o outro. 
Posso sim, pelo meu comportamento, meu poder decisório nesta vida, 
transmutar incompreensões em momentos de harmonia.

Muitos me perguntam: por que encontrei tal pessoa, 
se ela não faz nem deve entrar mais no meu palco; 
já estão a postos e bem afinados todos os atores. 
A peça faz sucesso e sou feliz!
Por que exatamente agora ele ou ela apareceu?
Pense...
reflita... 
se este personagem não te faz falta , ame-o, sorria para ele 
e deixe-o ir, ao encontro da felicidade assim como você a encontrou. 
Ele talvez seja o passado que você reconheceu como tal;
ele simplesmente não te reconheceu. Deve partir, um olá e adeus!

Por tal a astrologia é para mim, com seus trânsitos planetários e ciclos de vida, uma revelação do autoconhecimento e reforma interior.
Ela nos mostra que num determinado trânsito, tipo de Netuno ou Urano,

 é melhor não tomarmos decisões, há possibilidades infindas de estarmos envoltos em névoas ou, irresistivelmente, propensos a rupturas.
Mas as mudanças e rupturas são descritas no nosso mapa, não afirmada ou confirmada no de outrem.
Cautela e paciência são alguns antídotos para precipitações.
A culpa de nossos desatinos não está nos planetas e sim, na nossa releitura da vida.
Só se acaba aquilo que "realmente" aconteceu. 
Só morre o que nasceu...
ou então era falso e se acabou. 
As escolhas são sempre nossas.
Os astros apenas abrem oportunidades cármicas para que nos testemos na nossa convicção ou não. Ou para que tomemos nossas decisões mais acertadas e firmes para novos começos e finais.
Amo a astrologia.
Assim como amo a crença nas reencarnações.

Como diz o poeta:
"Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é.
Atento ao que sou e vejo..."

Ao nascer vestimos um envoltório que nos faz 
e traz memórias que precisam ser recordadas pois é este o carma a ser trabalhado. 
Ao morrermos nos despedimos e partimos , novos aprendizados; 
e assim sucessivamente, vamos indo e vindo, com o objetivo maior 
de nos tornarmos uma alma pura. 
Liberta de imperfeições.
Nosso destino?
Ser parte da centelha divina que nos criou e subir sucessivamente 
a dimensões mais etéreas , mais sutis.
Ser mais próximos da Criação.
Ascensionar.
Ser um ponto de Luz!

*** Post buscado nas memórias do Blogue Memórias de Vidas Passadas. 

Anteriormente publicado em maio de 2009.

domingo, 25 de novembro de 2012

Minha preta velha Cambinda, clara é tua luz!




O meu amor e carinho à minha Vovó Cambinda,
que guiou os passos de minha mãe Maria e que me ampara em todas as horas da minha vida.
Bênção, minha Santa Guia Espiritual!


"Todas as Vidas"

"Vive dentro de mim
uma preta velha
de mau- olhado,
acocorada ao pé
do borralho.
Benze quebranto
Bota feitiço…
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo…
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d’água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde
de São-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha…
tão desprezada,
tão murmurada…
Fingindo ser alegre
seu triste fado.
Todas as vidas
dentro de mim:
Na minha vida -
a vida mera
das obscuras!"


poema: da magnífica Cora Coralina