Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O meu amor vibra em mil corações

Eu simplesmente amo-te
Eu amo-te
sem saber como,
ou quando,
ou a partir de onde.


Eu simplesmente amo-te,

sem problemas ou orgulho:

eu amo-te desta maneira

porque não conheço
qualquer
outra forma de amar
sem ser esta,

onde não existe
eu ou tu,

tão intimamente

que a tua mão sobre o meu peito

é a minha mão,

tão intimamente

que quando adormeço
os teus olhos fecham-se.



Pablo Neruda,

in "Cem Sonetos de Amor
"



O meu amor
não tem nome

o meu amor
tem coração

que bate no mesmo ritmo que o meu!

O meu amor não é um

são mais outros
que têm seus próprios compassos
mas eu os sinto aqui dentro de mim.

O meu amor
tem mil nomes

se espalham por mil cantos das terras
tocam sinfonias
que não as minhas

mas que vibram
junto ao meu coração!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Um Natal pleno de Jesus para todos nós!

Nós o chamamos de Senhor, mas Ele afirmou ser nosso amigo e mestre.

As igrejas fizeram-no Deus, confundido na santíssima trindade. Mas Ele disse que era o "filho do homem" e nosso irmão.


As lendas tornaram-no milagroso, sobrenatural, divino. Contudo, segundo suas palavras, poderíamos fazer tudo quanto fez e muito mais.


Fixaram-no na mangedoura e na cruz e insculpiram, sua face triste e abatida. Entretando Ele andou entre publicanos e meretrizes, comeu e bebeu com fariseus e pescadores.


Transformaram-no no messias que os judeus procuram. Mas Ele veio, como declarou, dar testemunho da verdade.


Coroaram-no rei entre os reis, embora - de acordo com os relatos - recebesse uma coroa de espinhos, andasse descalço e não tivesse uma pedra para repousar a cabeça.


Envolveram seu nascimento nas brumas da fantasia e do mito, na virgindade de Maria, na viagem ao Egito, ainda que Ele adotasse como família, mãe e irmãos não apenas os que compartilharam do lar humilde de Nazaré, mas todos quantos ouvissem sua palavra e cumprissem a vontade do Pai.


As gravuras mostram seu rosto com expressões diversas. Outros cuidam do detalhe das mãos ou do contorno de seu porte. Mas na verdade, Ele superou os processos e indicou o que cada um pode ser. Porque veio para ser o padrão do homem comum nos séculos vindouros.


Ensinou o amor e amou.


Ensinou a verdade e viveu-a.


Ensinou que a vida se desdobra infinita, em apelos de evolução e trabalho, para que o espírito cresça e se torne um deus. E, para dar dar testemunho inconteste da imortalidade, voltou do túmulo, na radiosa presença do Espírito Imortal, no caminho de Emaús, diante de Tiago e no histórico diálogo da Estrada de Damasco.



Por tudo isso, sem fantasias, sem misticismo, sem mitologia, mas na simplicidade da verdade que emana da fonte viva de seus ensinamentos, nós somos levados a amá-lo, como resposta ao seu amor.




Somos compelidos a procurá-lo, porque sabemos que encontraremos paz e conforto.



Ansiamos por encontrá-lo, porque será o encontro com nós mesmos, início do desabrochamento das potencialidades que repousam em nosso espírito, obra do mesmo Pai que Ele nos revelou como sendo "o meu Deus e o vosso Deus".


Sabendo-nos frágeis e aflitos, confusos e amedrontados, diante dos desafios do crescimento interior, consolando-nos disse:


"No mundo tereis tribulações, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo".


Autor: Jacy Régis



in Mensagem ao Amigo de Sempre
"Reflexões de Natal"
segundo o pensamento de 45 colaboradores espíritas
1980 - Instituto Maria, Juiz de Fora

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ouço a voz do lobo em mim... aquieto-me.



Hoje, nestes tempos, preciso voltar a ser loba.
Vou fechar os olhos
e juntar-me ao meu animal de poder.
Ele me chama...

já enviou muitos sinais

surge em todos as noites
em meus sonhos,
sinto seu calor, sinto ao meu lado nos fundimos num só respirar
Alerta-me da força que reside em minha alma.

Quedo-me...

Inquieto-me...
Aquieto-me...

Entrego-me...

Transformo-me...

Volto ao âmago de meu ser...
Necessito do sábio silêncio!

Sufoca-me a palavra dita
ou não a pronunciada.

A palavra que machuca em mim.

A palavra que eu falo e que ao outro fere.
Basta!!!

A voz que não nos compreeende
- passados os tempos de ouvi-las -
desnecessárias e tristes,
os tempos mudaram... eu mudei!
Tudo que é supérfluo
vira espectro, adoece e morre.
E precisamos mudar,
rasgar as usadas vestes,
despirmo-nos do escuro
sentimento do vazio.
O silêncio tristefaz doer o coração
assim como a palavra mau dita.

O silêncio da alma
é a mais pura conecção com o divino.
Este é o silêncio que minha alma loba anseia...




O Poder do Silêncio

“Pense em alguém poderoso.
Essa pessoa briga e grita como uma galinha
ou olha em calmo e em silêncio, como um lobo?
Lobos não gritam. Eles têm uma aura de força e poder.
Observam em silêncio.
Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio.

Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas.

Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos. Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis.

Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia e continua a trabalhar mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota.

Olhe. Sorria. Silencie. Vá em frente.

Lembre-se de que há momentos de falar e há momentos de silenciar.

Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso.

Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a (falsa) idéia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques. Não é verdade.

Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir.
Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal.
Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça.

Você pode escolher o silêncio.

Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenócrates,
mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar:
“me arrependo de coisas que disse, mas jamais de meu silêncio”.

Durante os próximos sete dias, responda com o silêncio, quando for necessário.

Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais.
Use o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa
para não ter que responder em alguns momentos.
Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas.

E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.”

autor: Aldo Novak

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O desafios nos fazem crescer

"Se eu fosse planta,
gostaria de um meio propício que me ajudasse a crescer.

Mas, sou homem...

Prefiro, por isto, um meio adverso
que me desafie a crescer."

in Hermógenes


É o senso comum que para crescermos fortes devemos sofrer
nem que sejam pequenos penares;
afinal, nem é preciso que se lavrem leis nem decretos
para tal dolores.
Eu que já vivo há mais de três milênios
já vi toda a história se repetir.
O homem já nasce sofrendo
já sai do que chama de nada e luta por muito tempo
para achar-se como alguém.
Uns sofrem mais que outros,
ou aproveitam da desdita
e brotam árvores frondosas
ou se tornam fragelos,
nem conseguem sentir-se humanos
tal decepadas suas vidas são.
Outros se refastelam em prazeres
como se nascessem em berço de ouro
como se o destino lhes outorgasse o honoris título de rei.

O mundo me parece, por vezes, que anda meio ponta cabeça,
sem medidas e sem pesos.
Há pessoas que moram ao lado
e têm um oceano que as separam.
Tanto desequilíbrio entre a fome e a abundância...
já conhecemos tanto sobre as coisas da terra e as coisas da alma,
e mutos não conseguem possibilitar ao mais pobre
o direito de plantar e colher.
Os poucos ricos querem mais, mais e mais.
Será que já houve a inversão dos pólos da Terra
e não nos apercebemos?
Não, ainda vejo daqui
as Três Marias que mora em cima do povo do sul.

Temos chaves, grades, erguemos muros,
industrializa-se o seguro
cada vez mais ajudando o ladrão.

Por que não se educam os homens?
por que não lhes ensinam a ler,
a interpretar a palavra escrita e falada.
A discutir idéias
mesmo que loucas,
a reunir-se em bandos
a falar sobre os livros dos sábios.
Alguém me dirá:
mas eu leio na igreja os livros sagrados.
Sei tudo
de cor e decorado!
E és melhor hoje do que ontem?

Eu estudo a "minha" religião.
E quando a religião ensina?
E quanto a religião liberta?
Se a religião é ancorada na fé,
e a fé não nasce no livro
nem na palavra falada ou escrita!
Ela implode de dentro para fora.
Ela desce dos céus em raios luminosos
que nos atingem direto no coração.
É a voz de Deus
que encontrando-nos abertos
ao cerne do seu Amor
nos faz crescer em entendimento!
E a compreensão numinosa
também sobe em nós como flechas
penetrando pelos nossos pés
ao pisarmos no solo sagrado,
raios de amor moram no ventre da Mãe Terra.

A religião nos diz:
sofre, aguenta firme, um dia passa.
E se não passa?
Como fica o revoltado ser?
Mas a voz de Deus,
que nos guia e asserena
não nos promete aqui
neste mundo o impossível
pois este é invísivel aos olhos da carne.
Deus nos mostra que"apesar de"...
se abrirmos nosso coração,
se ficarmos atentos às benesses
que, de tão pequenas, são imensas
como...
enxergar o por do sol,
o ouvir a voz do teu filho,
o cuidar do teu pai velho,
aquele que até teu nome esqueceu,
ao dividir o pão que tens
ou dá-lo todo
(por que não?)
ao morto de fome...
já estás vivendo o milagre da vida!

Já se encontraram
no centro de ti,
os raios celestes e telúricos,
explodindo em luz!
E já és,
pobre ou rico,
um homem feliz...
com ou sem problemas, que importa?
Foste atingido em cheio, no alvo,
pela força do amor do universo.
pela magnânima e doce mão de Deus!
Entrega-te a ti mesmo...
Ouve a voz de Deus
que já veio marcada
bem no centro do teu coração!



*** Sou extremamente religiosa,
acredito em Deus com imensa fé e creio que, um dia, o homem aprenderá
a respeitar a si mesmo e ao seu próximo. miv***

domingo, 11 de dezembro de 2011

Para que serve a utopia?



"A utopia está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso:
para que eu não deixe de caminhar."

*autor: Eduardo Galeano*


Penso que há muitos séculos ando atrás da utopia...

Já encontrei muitos rostos,
reconheço o som de tantas vozes,
por muitos corações me apaixonei...
Se hoje tenho tudo que gosto...
o que e por que não consigo parar?

Por que ainda persigo a nuvem
que, célere, corre nos céus
e nem me olha?


Por que quero tocar aquela estrela

que sorri para mim
todas as noites,
e malvada,
indiferente,
desaparece ao amanhecer?

Por que ando tanto
,
caminho entre pedras,
já colhi mil flores
e ainda, crédula e tola,
sangro-me em seus espinhos.

Voo livre com as borboletas
,
durmo na terra úmida e fresca das estepes;
já cegou-me o sol no árido deserto.

Procuro ainda
o pássaro sagrado

que numa época remota
um profeta me contou que existia!

Por que sempre insisto

continuo a caminhar
... não páro?

Por que?

Se ao meu lado
tenho tudo
que gosto e mais quero?


Será que é este o meu destino?

Ir sempre além da linha do horizonte
ao encontro da terra da utopia?

É a voz do santo, do mestre ou do louco que me guia?


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cada um conta seu conto e o re-conta como quiser...

* óleo sobre tela 70X70 da artista Tereza Mazzoli


"Um velho sábio chinês caminhava por um campo de neve quando viu uma mulher chorando.

- Por que choras? - perguntou ele.

- Porque me lembro do passado, da minha juventude, da beleza que via no espelho, dos homens que amei.
Deus foi cruel comigo porque me deu a memória. Ele sabia que eu ia recordar a primavera da minha vida, e chorar.

O sábio ficou contemplando o campo de neve, com o olhar fixo em determinado ponto.
A certa altura, a mulher parou de chorar:

- O que estás vendo aí? - perguntou.

- Um campo de rosas - disse o sábio.
Deus foi generoso comigo porque me deu a memória.
Ele sabia que, no inverno, eu poderia sempre recordar a primavera, e sorrir."

- Paulo Coelho, in Maktub

Se eu pudesse, trocaria o sexo destes personagens!
Bem, eu posso...
afinal, aqui é meu pequeno mundo.
Comecemos :
Não era um sábio...
era uma sábia mulher camponesa e, poderia ser chinesa, nenhum problema quanto à nacionalidade.
Quero apenas reservar à mulher o lugar da sabedoria e não, o das lamúrias pelo tempo perdido, beleza e tudo o mais.
Todos os Contos de Fada mostram as heroínas tão tolas e preocupadas com o corpo físico como se nunca houvesse dentro de nós, mulheres, novas ou mais velhas, um coração num peito valente que não se verga com vicissitudes nem verte lágrimas sem fim por uma beleza jovem.
Existem as mulheres que ouvem a Voz da natureza bravia, que conseguem entender o som do trovão, que se extasiam com os raios que caem do céu nas tempestades...
que mesmo nas suas casas, cuidando de suas crias, ou em fábricas e escritórios,
conseguem ouvir os sons dos pássaros canoros
e, desapercebidas, bailam ao som das músicas
que ecoam das florestas e da canção dos rios.


Qual mulher sábia e bem resolvida desejaria perder a memória?

E que mulher pararia de chorar, se desesperada estivesse com rugas ou com os amores perdidos, para ser tão curiosa, intentando saber o que o homem chinês olhava tão fixamente?

Ora... este sábio não sabe o que é uma mulher a chorar por vaidades e futilidades!!!!???

Só a visão de um creme poderosíssimo, milagroso ou um anúncio de um perfume francês, uma lingerie belíssima caindo à sua frente, exato tamanho para ela!

Feito o meu protesto tribal, grito visceral de uma raça
que já mudou há muito tempo
e muitos ainda não se deram conta ou não querem enxergar...

pois mulher com sabedoria não é facilmente administrável,
nem atende aos desmandos patriarcais...
portanto, são perigosas!


Volto ao texto.
Foi apenas uma pequena "viagem" minha
nas "entrelinhas que de tanto serem entrelinhas",
viraram "Tratados" cerceadores do poder do feminino,

sufocaram as fêmeas
que ousavam correr descalças,

sem amarras
no seu pensamento, ideais e filosofia,

mesmo sem sair do lugar,
paradas onde estavam...

conseguiram dar um mergulho
no seu eu mais profundo
na busca da feminilidade
reencontrando a garra
e a força ascestral
das suas deusas.


Volto aos personagens originais pois eles não tem sexo.
E sim ,
há a moral da história...

que se aplica tanto ao homem como a mulher ,
ao ser humano que um dia,
limitado por pressões familiares, sociais, econômicas;

mágoas, desamores, ou injustiças
se esqueceram
que eram
maravilhosamente humanos.

E não simples máquinas
que se desgastam com o tempo,

perdem a validade, ficam desatualizadas,
sendo defenestradas diariamente
substituídas por modelos mais sofisticados.


Nós temos sentimentos.

Somos vulneráveis - somos gente
Entretanto fomos agraciados
por excelsa dádiva dos deuses
- temos um Coração!

E este não envelhece
se nutrido, amorizado
e sabiamente conduzido.


Se movidos por sentimentos nobres;
estes, nunca nos deixarão
a margem do caminho,

perdidos a chorar
por estarmos sós!

Temos em nós o poder renovador
de sermos sazonais,

e, como deidades divinas,
podemos florescer em todos os tempos,
a cada dia escalar mais alto...
ser mais e mais livres
para enxergar

e plasmar
as mais belas flores
que sonhamos ter
por todo o sempre,
em nossas mãos.

Somos verão, outono, inverno e primaveras...
quando assim o quisermos!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

No aconchego do colo de meu Pai



"Os místicos dizem que, quando começamos nosso caminho espiritual, queremos muito falar com Deus...
e terminamos por não escutar o que Ele tem a nos dizer.


Diz o mestre:

Relaxe um pouco.

Não é fácil;
temos a necessidade natural de sempre fazer a coisa certa,

e achamos que vamos conseguir isto
se trabalharmos sem cessar.


É importante tentar, cair, levantar e seguir adiante.

Mas vamos deixar que Deus nos ajude.

No meio de um grande esforço,

vamos olhar para nós mesmos,

deixar que Ele nos revele,
e nos guie.


Vamos permitir que, de vez em quando,
Ele nos segure no colo.

*Paulo Coelho. in Maktub

Já lutei tanto, meu Deus,
aqui a nadar contra a correnteza
compreendendo, sim, com fé
as lições que a mim
chegaram num repente.

Até que acordei
numa manhã iluminada
e percebi que eu a resignar-me com a minha dor
não estava a te agradar
nem a louvar Teu Nome.
Estava ainda assim trabalhando,
num esforço supremo
de ir sempre além das minhas forças!

Clareando a mente,
iluminada ao raiar do dia,
num amanhecer
em que o meu coração valente
mas alquebrado do sofrer matéria,
sentiu o tocar
de um raio do Teu sol:

- Pára!
Aquieta esta alma!
Quero que ao acordares,
voltes a sonhar Comigo!

Não te esforçes a chegar a mim,
não te reconheço
pelos teus esforços sofridos!
Eu te conheço desde o sempre.
Estou contigo...
tua alma é parte
do Todo que criei.

E o calor do tempo de renascer
novamente volta,
timidamente temeroso
no reencontro,
mas cônscio e crédulo
de que é tempo de resgatar
a memória das minhas rosas
e esquecer dos espinhos - ensinamentos
transmutadores e sábios!

E renasce aqui
novas Memórias...
de que novamente
mais uma parada de tanto esforço vão
neste meu tempo- vida se fez necessária.
Estava e permaneço confiante,
aquecida no Teu doce colo.

És meu Pai...
me aquieto,
aconchego-me...

É meu tempo de escutar
a voz de Deus em meu coração.
E de aprender
e de espalhar
o que ouço das vozes
que falam aos ventos,
sobre as suas histórias!

Continuo aqui,
sem lutas,
nem aflições descabidas.

Sigo agora
ao sabor da correnteza
das águas cristalinas e calmas
que emanam
do puro amor divino.