Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Google homenageia Mark Twain

Hoje o Tio Google homenageia o 176°aniversário de

Mark Twain
,

pseudônimo de Samuel Longhorne Clemens,
(30 de Novembro de 1835, Flórida, Missouri, EUA
- 21 de Abril de 1910, Redding, Connecticut, EUA)

Escritor e humorista norte-americano.



Aprecio imenso o senso de humor.
O humor é uma característica marcante de pessoas inteligentes.

Trago algumas pérolas:

O Saber da Experiência


"É sempre melhor comprovar as coisas pela experiência do que apenas saber.
Porque se se depende da adivinhação ou suposição
ou de conjecturas, nunca se fica educado.


Há coisas que não podemos descobrir
mas nunca perceberemos

se são desse tipo se não experimentarmos.

Pois é, temos de ser pacientes e perseverar na experiência

até compreendermos que não podemos compreender.

E é maravilhoso quando assim é, torna o mundo tão interessante.


Se não houvesse nada para descobrir seria uma chatice.


Só mesmo o tentar descobrir e não conseguir

é tão interessante
como o tentar descobrir e consegui-lo,
se calhar até mais, não sei..."

Mark Twain, in 'O Diário de Adão e Eva'


E mais:

"Algumas pessoas nunca cometem os mesmos erros duas vezes.
Descobrem sempre novos erros para cometer."

"Não abandones as tuas ilusões.
Sem elas podes continuar a existir,
mas deixas de viver."

"Coragem é a resistência ao medo,
domínio do medo,
e não a ausência do medo."

"O nome do maior dos inventores: acaso."

domingo, 27 de novembro de 2011

Somos um pequeno nada... que é tudo!


" O que me tranquiliza é que tudo o que existe,
existe com perfeição absoluta.

O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.

Tudo que existe é de grande exatidão.

Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade
chega a nós como um sentido secreto das coisas.

Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição."

- Clarice Lispector -


Se pudéssemos nos momentos de infinita aflição,
no meio das tormentas...
nos pequeninos mas profundos nãos
ditos a nós que nos entristecem,
nas derrotas constantes que,
em movimentos cíclicos,
serpenteantes,
vão sutilmente,
diminuindo nossa auto - estima,
matando aos poucos nossos sonhos...
nos reportar ao momento
em que no ventre materno
fomos um pequenito nada,
afoito pela vida,
esperançoso
em vir a ser
o tudo que hoje somos,
teríamos mais fé na vida!

Fomos pequena cabeça de alfinete,
tamanho exato,
única no mundo,
nela contida
tudo o que nos era destinado ser:
um dia, no agora ou no além mais distante
atingiremos a... Perfeição !


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Por que aprendi a falar... se preciso fazer silêncio?


Palavras minhas

"De que adianta
se o Cosmos é uma explosão infinita de cores,
se eu não apreciar a visão do mundo...
De que adianta o sol nascer,
se eu não o celebro a cada amanhecer...
e se eu não ouvir os sons da alegria,
os apelos da dor,
e se não parar para escutar a voz do silêncio?

E se não falamos o que realmente pensamos e somos;
se não mudamos de opinião quando é preciso;
se não escutamos aquele que nos dirige a voz;
se falamos palavras vãs.
De que adianta, então?
E por que tornou-se premente
aqui no ocidente
em que nasci,
por algum motivo e razão,
num predestinado destino
traçado por ditames
maiores de minha'alma,
ter que calar a voz
que ecoa no âmago
do meu simples e complexo ser?
"


Silêncio...
preciso aprender mais lições sobre
o dualismo palavra e silêncio.

Não posso seguir modismos.
tenho que seguir meu sizo,
minha visão de mundo mudou,
a cada dia acrescento um ponto.
Visão de mundo,
construída no decorrer da minha vida.

Quando o silêncio é salutar e necessário?
De que adianta ter voz e não usá-la?
Preciso meditar com muita reverência...
ou seja,
preciso expulsar de minha mente
todos os meus pensamentos - palavras.
Como ficar no vazio?!

Eu medito de olhos abertos...
fixo um ponto, uma imagem
em sintonia com a vibração de meu corpo-mente-espírito
e me entregosem resistência
se penso... nem lembro,
sou a imagem em mim
sou a vibração sutil
sou a conexão com minha alma!

Ó Vida Minha ...
vida difícil para uma ocidental comum
nem sábia nem profeta,
e desprovida de hipócritas mentiras e angelitudes falsas.

E por que aprendi a falar se preciso agora ouvir
que o antigo sábio me recomenda:
- Cala!
- Não calo!
Falo!
Já calei-me tanto
quando era inocente e pequenina
Vi (e vejo) meio qu perplexa ainda...
elevarem-se as vozes dos maléficos, ignorantes e loucos!
E eis o que aconteceu com o mundo!

As vozes que proferem palavras de luta e paz
são portadoras da liberdade de almas e nações!
São bem Vindas vozes que digam Não! aos desvarios
E Sim! à benevolência e fraternidade!
O mundo rico está assustado com a recessão?
A criança faminta da África não...
ela sente na sua esquelética imagem o Efeito Fome!

As vozes que lutam com Sim e Não na medida exata
são aquelas que abrem os caminhos
dos que têm lúcidos pensamentos
mas que não sabem os nomes, verbos e provérbios,
mas sabem das coisas simples,
usam palavras toscas,
nem seus nomes de batismo escrevem
mas são os responsáveis pela lavoura fértil,
sabem quando é tempo da chuva
e quando a colheita é farta;
laboram para que o leite chegue à mesa do filho do letrado homem;
sabem como proteger o ninho dos passarinhos
enquanto os letrados os empalham em museus
ou põem-nos em cruéis gaiolas.

Um amigo, trabalhador simples, para me agradar fez um pequeno lago
e, efusiante, disse-me que meu lago sonhado
já estava repleto com uma 'manada' de peixinhos.
Gentilmente lhe disse: olha não é manada.
Manada é um monte de elefantes,
Omiti os búfalos e os que mais houverem...
(seria demais , um impropério)
De peixes é um cardume...
e ele nem me ouviu
tal a sua satisfação em me mostrar seu presente!
Já era velho, não sabe ler, mal escreve seu nome, o copia.
Sobreviveu sem coletivos até hoje...
e nem aí... me mostrou toda a manada de peixinhos..
E, repetia feliz:
- Tem muitos!
e nem ligou para o nome 'cardume'.

E concordei, pois refleti...
ora, eu não sei fazer um laguinho
e nem saberia como enchê-lo
com tanto amor e tão lindamente...
só para me agradar...
ah.... abençoada manada de peixinhos!

E cantei e dancei em honra do presente recebido!

Li uma vez que o mal do mundo na atualidade
é que "antigamente os homens inteligentes falavam
e os burros ouviam bem calados...
hoje, os burros discursam, fazem leis e tratados
e os inteligentes, acuados, se calam".

Ó Sábio, Ó Leitor
e seguidor do guru pós-moderno
Nós vivemos no Ocidente,
nem entendemos as nobres palavras dos Sábios Ancestrais do Oriente.
Se não tivermos um livro com as interpretações...
ficamos analfabetos funcionais

Somos aplaudidos quando pequeninos
articulamos sons, falamos cedo
e nos expressamos com frases com sentido.
E se, compreendermos e interpretarmos
as mensagens implícitas nos textos
somos considerados "verdadeiros prodígios"!
......

É...
repito repito,
solto a palavra minha:
se não falamos o que realmente pensamos e somos
se não mudamos de opinião quando é preciso
se não escutamos aquele que nos dirige a voz
se falamos palavras vãs.
De que adianta, então?
......

Enfim...
hoje sou proprietária próspera:
tenho manadas
de pássaros,
de abelhas,
de famílias de "jacus"
(salvos dentro do meu espaço da fúria do homem que o come),
de borboletas
- pois não ponho agrotóxicos -
e mais manadas
de ouriços,
de gambás,
de cobras,
de ariranhas briguentas,
e de calangos.
São bonitos?
Nem sempre...
mas são "meu cardume",
a terra era deles
eu é que sou a invasora.

......

Assim deveriam pensar
os construtores de Belo Monte,
com a voz da razão aliada a voz do coração
dar peso maior à alma,

serem magnânimos
não só com a flora e fauna...
lembrar que
os índios, ribeirinhos
e o Rio Xingu têm alma
O Brasil não está à venda!!





- Maria Izabel Nuñez Viégas -

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Euripedes Barsanulfo... espírito que me acalma a alma

Euripedes Barsanulfo, o Apóstolo da Caridade


Já trabalhei numa das inúmeras casas espíritas que levam o seu nome
e o tem como abnegado e abençoado mentor.

Tenho aqui na minha casa o seu retrato...
dizem que em Minas Gerais muitos lares também o têm como reonhecimento e crença na sua proteção.
O que valeria uma imagem?
Nada... se ao vê-la tudo que mais dorido ou qualquer pensamento mais infeliz não se dissipasse.
Espírito iluminado, que muitas vezes senti ao meu lado...
Presença espiritual amiga a socorrer a todos os necessitados de alento e paz.

Somos humanos tão frágeis perante quaisquer obstáculo
que à nossa frente se interpõe entre nós e aquilo que tanto desejamos...

esquecidos do quanto sofreram os verdadeiros mestres na sua passagem pela Terra.

Vida difícil, pobreza, injustiça, descrença... tudo suportado com abnegação e bondade!

Hoje senti tanta saudade de ti, Mestre...
não te conheci... só em sonhos...
e até hoje, a tua lembrança abre os canais mais puros do meu coração.
Entretanto, grande é meu respeito, admiração e Amor

Iluminado...

Euripedes Barsanulfo
Apóstolo da Caridade,
mais uma alma pura nascida nas Minas Gerais.




... a imagem * ¹
... sua biografia aqui

Duas histórias da Vida de Euripedes.

Histórias do Livro:
"Euripedes, o Homem e a Missão"
autora: Corina Novelino

I. O Menino Cresce em Amor:

"Aos quatro anos Euripedes era uma criança comum, condicionada à ingenuidade própria da idade.
Conta-se que, certa feita, brincava com outros meninos na via pública, junto à sarjeta alta. Ao ver os companheiros com alguns níqueis, deixou transparecer o desejo de ossuir uma moeda também.
Queria comprar um doce na venda.
Os outros, maldosamente, sugeriram ao pequeno:
- Passe aquele caco de telha na pedra até que fique redondinho e fino como o nosso "quarentão"(quarentão era a menor fração de mil réis. Leve-o ao vendeiro e compre o seu docinho...
Assim fez o menino, enquanto os outros se afastavam sob risos abafados.
Pacientemente, a criança burilou o pedaço da telha. Em seguida foi à venda.
O dono da quitanda sorriu bondosamente, tomou o caco burilado e deu-lhe o doce.
Euripedes ficara exultante.
Já podia comprar doces como os outros meninos.
Sabia fazer dinheiro..."

II. Os primórdios

Meca procura o filho...
(Dona Meca , mãe amada de Euripedes)

" A família de Euripedes, apesar de respeitar as decisões do moço, após um ano de conversão dele ao Espiritismo, já se refizera do primeiro choque.
A mãezinha, porém, um dia, corre em busca do filho, na residência deste, entrando logo ao que viera:

- Euripedes, seu pai manda pedir-te que queime esses livros espíritas. Porque ele não quer um doido em casa...


- Meu pai conhece o espiritismo?

Meca não entende a serena intervenção do filho e prossegue:


- Dou-lhe o recado de seu pai, simplesmente. Só sabemos que o Espiritismo é arte do demônio. Você precisa abandonar essas coisas, meu filho...

Havia muita ternura na quase queixa do coração materno.
Naquele momento de singular troca de vibrações afetivas, o filho acercara-se de Meca, enlaçando-a, todo carinhoso.
E derrama-lhe no coração querido a ânfora de consolações racionais, que a Doutrina dos espíritos oferece.
Ela ouviu o filho, com enlevo e admiração. Penetrou-lhe a firme coragem, que o levara a modificar convicções e hábitos.
O doce coração de Meca ia recolhendo as lições doutrinárias tão importantes.
Sem surpresas. Com naturalidade. Como o filho, seu Espírito, muito avançado em experiências pretéritas,achava-se preparado para receber as verdades novas.
Apenas aguardava, sem o saber, o momento psicológico de acolher a semente, cujas energias latentes haviam de germinar poderosamente.

E aquela mulher corajosa, horas depois, chega-se ao marido, confia-lhe ao coração, tocada de sublime determinação, a grande notícia:

- Mogico, sou espírita!


E ante a estupefação do fiel companheiro de tantos anos, Meca concluiu:

- Euripedes manda dizer a você que estude o Espiritismo e vá conversar com ele, com inteiro conhecimento de causa.


Anos depois, toda a família se convertera à Terceira Revelação, sob a benéfica influência de Euripedes.
E Meca tornou-se a mais devotada colaboradora do filho, nos serviços de assistência, colocando em funcionamento suas faculdades curadoras."

Todo meu carinho a este Mentor de Luz pois sua infinita bondade penetrou em minh'alma.


*Imagem ¹ :
Foto de Euripedes Barsanulfo, retirada e ampliada de um grupo, sem nenhum retoque, com diferenças marcantes da fotografia mais divulgada do missionário sacramentano. com trações fisionômicos adulterados ( Gentileza da Revista Internacional de Espiritismo)
_ página 168 da obra citada abaixo.

** Créditos: extraído do Livro: "Euripedes, o Homem e a Missão"
autora: Corina Novelino
IDE - Instituto de Difusão Espírita
Quarta Edição, Janeiro / 1981

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A rosa mais linda das deusas



A Noite do Meu Bem

Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
quero a primeira estrela que vier
para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero paz de criança dormindo
quero o abandono de flores se abrindo
para enfeitar a noite do meu bem

Quero a alegria de um barco voltando
quero ternura de mãos se encontrando
para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero o amor, o amor mais profundo
eu quero toda beleza do mundo
para enfeitar a noite do meu bem

Mas como esse bem demorou a chegar
eu já nem sei se terei no olhar
toda ternura que eu quero lhe dar"

Canção de Dolores Duran



Uma canção que embalou meus sonhos.
Sonhos de um coração - criança que
vezes tanto esperava um amor chegar
outras tantas sabia que ele não viria...
que era passado
Não seria no agora.

Quantas lágrimas sozinha a menina derramava
Por que as meninas derramam lágrimas por nem sabem quem?
Por que as meninas nasceram tão sonhadoras?

Hoje, olho e vejo que essas saudades eram de outros tempos
Sonhos , recordações
marcas das mulheres-deusas que foram um dia
E que sumiram no pó das estrelas.

Hoje percebo com alegria
que as deusas - meninas
estão voltando
não só no inconsciente das meninas;
os meninos também sentem no peito
a chama azul irradiante e bela.

Hoje já estamos todos ,
poetas, místicos, atores e atrizes.
homens e mulheres do povo
a suspirar
cada vez que chega ,
novamente,
quieta e mansa
renascida e trazida a nós
numa brecha no tempo-espaço,
num canal de luz....
a energia da mulher - deusa
morta e esquecida
em eras distantes do outrora.
Hoje homens e mulheres
sabem e intuem o poder do feminino.

São chegados os tempos de Amar ...
o Amor mais profundo
e se entregar ao abandono de flores se abrindo
sem medos, preceitos ou preconceitos,
pois o feminino e o masculino
são complementares em nós.
Somos dualmente unos.
Somos um único sexo -
o fraco que cada vez mais forte -
impregna todos os corações
de suavidade,
generosidade,
abundância
e paz.

Somos Eros, o etéreo , o éter
Somos a esperança da gestação
Somos a seiva que perfuma a veia
do homem,
da mulher,
da criança no ventre mátrio,
das águas dos rios,
dos córregos, cachoeiras e mares
Somos o amor que nutre o ventre do planeta!

Ah... não chore o amor que demora a chegar
Ele virá... aguarda
Sempre vivendo
Nunca deixe de sonhar
E sim, eu sei
que terás no olhar
toda a pureza
que mereces
ter em ti
e para dar.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O tempo não pára...


"Para tudo há um tempo
Debaixo do céu há momento para tudo
E tempo certo para cada coisa
Tempo para nascer e tempo para morrer
Tempo para plantar
E tempo para arrancar a planta
Tempo para matar e tempo para curar
Tempo para destruir e tempo para construir
Tempo para chorar e tempo para rir
Tempo para gemer e tempo para bailar
Tempo para atirar pedras
E tempo para recolher pedras
Tempo para abraçar
E tempo para se separar
Tempo para procurar e tempo para perder
Tempo para guardar e tempo para jogar fora
Tempo para rasgar e tempo para costurar
Tempo para calar e tempo para falar
Tempo para amar e tempo para odiar
Tempo para guerra e tempo para paz."

Eclesiastes 3: 1-8

Quedo-me triste.
Os tempos não me são favoráveis
Em nada recomendam
que eu me deite sob as árvores frondosas
corra pelas estepes entre flores azulis
Onde o cavaleiro galante
que me prometera chegar
no tempo em que o sol nascesse brilhante
com o fulgor das mais brilhantes estrelas?
Onde a emoção,
a aventura de galopar em verdes campos
Sentir o sol a aquecer meu corpo
e atravessar córregos de águas cristalinas.
Onde a brisa a acariciar meu rosto?
Onde a voz cálida de meu amor
a falar-me versos de pura paixão?
Para onde foram os poetas
os menestréis que antes eu ouvia
a cortejar-me em sonhos.
Onde o sonho virou realidade?
Onde a realidade
acabou de vez
com a esperança minha
de conhecer -te...
Onde? Como?
Para onde fugiram
as torres mágicas,
os peões do jogo
que juraram me ajudar
a vencer o meu jogo da vida;
a pintar de colores vibrantes
os dias cinzas em que vivo
e me escondo
da neblina ,
do negrume da dor
do não ser nada
nem ninguém?
E eu que sonhei tanto
Que esperei com tanta fé e crença
num despertar
nos celestiais castelos
Onde?
Onde?
E agora que acordei
no plano etéreo
que me prometeste
só vejo a negritude de minh'alma
que chora
que sozinha e triste...
que triste...
e sozinha...
vou despertando...

Desperto meio que sonada,
ouvindo a voz de um pequenino,
me chama:
Mãe mãe mãe!!!
Uma mãozinha pequenina
me toca a face,
puxa meus cabelos
num alvoroço...
me chama
-Mãe, mãezinha,
por que choras?
Eu estou aqui a te chamar
estou ao teu lado
É hora de acordar!!!!
Vem!!!
Tu me prometeste levar ao parque
para brincarmos de pique-esconde.
-Acorda...
deixa de ser preguiçosa.
Hoje é domingo
faz sol
está brilhando
Vamos...
Acorda, mãe!!!
Eu estou aqui a te chamar faz tempo!
Vamos... vem!
Tu não dizes que temos que aproveitar o tempo
que amanhã seria domingo
e que iríamos galopar
no parque?
Acooooorda!
Vem!
O amanhã é hoje!
Tu me prometeste!
Ai, mãe dorminhoca...
No dia da escola tu me acordas, não é?
Anda!
O ontem já passou,
hoje é domingo
E domingo
é nosso dia de brincar
de galopar no parque!
Hoje é o amanhã que tu me prometeste a semana toda!
Acorda para a vida, mãe!

Alívio meu...
tudo é tão simples,
existe um tempo de dormir
outro de acordar.
Um dia os pesadelos acabam
e todos os sonhos
se tornam reais.
Só é preciso acordar!
A felicidade existe
e veio numa manhã de domingo
a me tirar da nebulosa- idade do passado.

Minha criança linda,
meu pequenito cavaleiro,
te amo te amo
mais que tudo nesta vida!

Tu és meu sonho, meu passado,
minha esperança do amanhã ditoso.
Vieste como o mais gentil cavaleiro
e me proteges
com tua armadura doirada
reluzente como o sol
que aquece
minha dantes sofrida alma!

Meu filho amado!


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Por que ainda falo, se nem vejo o brilho do seu olhar?


Um profeta chegou certa vez a uma cidade
para converter seus habitantes.

A princípio, as pessoas ficaram entusiasmadas com o que ouviam.

Mas – pouco a pouco – a rotina da vida espiritual era tão difícil,
que homens e mulheres se afastaram,
até que não ficou uma só alma para ouvi-lo.


Um viajante, ao ver o profeta pregando sozinho, perguntou:

— Por que continuas exaltando as virtudes e condenando os vícios?
Não vês que ninguém aqui te escuta?


— No começo, eu esperava transformar as pessoas
– disse o profeta.

— Se ainda hoje continuo pregando,

é apenas para impedir
que as pessoas me transformem.


in Paulo Coelho



Creio que assim como o profeta,
guardadas as devidas proporções,
pois de profeta nada tenho.
Fui e sempre serei uma professora,
me dá prazer ensinar
e aprender com o meu próximo.

Embora hoje ,
me resgardo dos maus conselhos
e me extasio com as mentes iluminadas
das pessoas, como eu, comuns...

não santos.
Que são sábios na sua essência e nem se apercebem de seu valor.
Penso que falo
não para convencer pessoas,
influenciar-lhes pensamentos, escolhas e decisões.

Ainda aqui estou...
falando para pessoas que não vejo nem acaricio seus rostos,
nem sei o brilho de seus olhares.
Pois acredito que se aqui vêm,
me procuram,
trazem com elas
uma energia no ar

que é misteriosa e bela
Sinto amor .

Falo sobre as lições que aprendi,
para que eu nunca me esqueça
dos caminhos que trilhei
e de tudo que assimilei na construção da minha história.
Fui e serei eternamente mestra,
nem que seja só de mim!

E continuo a falar
assim como o profeta,
para que nunca me convençam
de que devo abandonar meus príncipios
e deixar que o mundo me transforme
em algo que não sou.

O meu carinho a você que me visita
segue aqui comigo,
e ouve minha voz...
Obrigada!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Uma sessão de regressão... a minha floresta


Aconteceu comigo há alguns anos...
faço meu relato.

A TVP envolve uma série de procedimentos, aqui não vou especificar todos.
Muitos têm medo de "dormir" e não voltar a si.
É o estigma do imaginário que cerca a hipnose.
Já ouvi testemunhos de profissionais sérios, que fazem uso da hipnose;
no caso, por exemplo, de um cirurgião - dentista que em pacientes com impossibilidade de uso da anestesia ou por pânico, se submeterem a este tratamento com sucesso.

Numa sessão de regressão a vidas passadas usamos uma hipnose leve, em que o paciente tem controle de si. Não fica em hipnose profunda.
Por tal é de eficácia comprovada e nada há a temer pelo paciente em regressão.
Claro que temos prévios cuidados como terapeutas:
fazer uma anamnese numa sessão inicial,
observando atentamente que tipo de problema psicológico o traz a nós.
Analisar atentamente seu estado de saúde, problemas cardíacos é fator preponderante de não realização da regressão,
e se é portador de alguma psicopatia mais grave .
Qualquer dúvida por parte do terapeuta, recorre-se a um psiquiatra(profissional mais indicado para tal diagnóstico), caso percebamos sintomatologia que aponte para desequilíbrios mais sérios.

Começar a trabalhar as linhas condutoras sintonizadas pelo material psicológico trazido, seus traumas, suas "dores da alma".

Começando meu relato abreviado:

"Faço um relaxamento, aos poucos entrando em hipnose... seguindo os comandos de meu terapeuta, visualizo uma ponte.
Ouço o seu comando, uma contagem ressessiva... sua voz pausada, calma, suave.
Meu corpo vai ficando pesado... mas não estou dormindo, sinto-me entrando em outro tempo-espaço.
Onde estou?
Na ponte...
Há um rio, não... não quero atravessar o rio. Sinto medo.

Pergunta-me se vejo meus pés.
Sim, meus pés descalços, são pés femininos, sim. São "meus pés" - da mulher que sou agora... Sigo, a cada contagem , vou mais e mais me distanciando ...
A ponte é de madeira, estou só...

Já não estou mais nela.
(Interessante, estou em pé ... e meu corpo físico ali deitado).

Pergunta-me onde estou, se atravessei a ponte.

Sim, não há mais ponte alguma.
Meus pés? Olho, são pés de um homem...
Não consigo saber quem sou...
Outro comando:
já estou em outro lugar:
sou um jovem,
uso botas de couro leve...
O terapeuta pede que eu olhe e descreva onde estou.
Não sei... só sei que quero sair dali...
Não lembro bem o que me diz , mas vou seguindo sua voz...
me conduz: "não tema, nada te acontecerá"...
Sim, sei que sou eu a mulher de agora, mas ali "sou aquele jovem".
Paralisado fico, vejo uma floresta de árvores altas , troncos retos.

O que vê?
... só as árvores.
Páro. Não consigo respirar,
tenho medo, muito medo.

Medo? De que tem medo?
Não... não... não.
Meu coração pulsa mais forte.

Ouço a voz do terapeuta , dizendo sempre meu nome de agora, não tema.
Isso já passou... fica "tranquila .

(* atentem, dirigia-se a mim, usando meu nome: que "eu" tranquila ficasse - isso é feito para trazer o paciente ao tempo agora, quem estava ali era "eu de agora" em regressão)

Olha. Reconhece esta floresta?
Sim! Eu andava nela, sei todos as suas trilhas...
Quer entrar?
Não. não.
Vejo névoas, não entro pois nada enxergo...
Vê alguma pessoa? Não, aqui do lado de fora, estou só.

Novos comandos.
Agora ouço vozes , são jovens como eu, um grupo, velhos amigos de infância, lutávamos juntos... angustio-me.
Lutavam ?
Sim, mas não com armas... éramos as "vozes".
O que dizem?
Nao sei, não quero escutar.
Páro à frente duma imagem como a acima.
Só vejo o nevoeiro, as vozes e um profundo pesar... por que estou triste e não choro?
Continuo parado(a) , não quero entrar nesta névoa...
Sofro muito, não choro, doe-me o peito...
arrependo-me... falo.
Arrepende-se... ( o terapeuta me diz)
Sim, muito... não quero falar...
Quero sair daqui.
(*vezes é impossível olhar... tal o sentimento de culpa que nos invade)
Novos comandos, ir mais à frente.

(Entendemos após que minh'alma não estava preparada ali para ver o que aconteceu.Tudo tem seu tempo...)

E num momento - tempo- luz, já ultrapassei a floresta.
Minha idade? 25 anos. Sou um homem "feito", desiludido... casado, com uma mulher que detesto. Ela quer ter filhos...
Nunca! Nunca terei filhos com ela. Casei-me por interesse.
Sou agora um destes poderosos que tanto lutei contra.
Desprezo-os, consegui tudo que quis, tenho mais que eles... sou só.
Nunca terei filhos, ela que os tenha com quem quiser.
Dou-lhe a riqueza, mas amor... nunca.
Meu amor ficou lá atrás, na névoa da floresta...

Novos comandos.
Sou um velho enrijecido, solitário e triste. não quero viver...
tenho 40 anos, sou um velho.

Minha última visão, nesta sessão, voo a galope mata adentro....
amo meus cavalos, minhas únicas paixões.
Cavalgo ... páro num local que sei ser perigoso.
Entro na mata, desço... espero, não sei o quê.
Sinto, de repente, uma dor terrível.
Dor real, no meu corpo físico... na coxa. Dói muito.
(*senti dores fortíssimas na minha coxa)

Novamente o terapeuta me tranquiliza... não lembro suas palavras;
estranho, estou calmo... espero friamente;
era o que eu merecia, morrer, tenho culpa;
Não consigo viver com a culpa.
Perdi no passado os meus ideais de luta.
Mereço.... esta cobra, ela me ajuda.
Tenho sono, vou ficando dormente...
dormente, cada vez mais...
um sono letárgico...
fecho meus olhos.
Se sinto dor?
Muita dor...
(continuam os sintomas físicos no meu corpo que antes deste momento não existiam).
Mas foi o preço de vender minha vida... meu ideal.
Mereço, sim, mereço... a culpa doi mais que a dor ferina.
Durmo profundamente.
Ao comando do terapeuta, sou transportado para outro lugar... durmo, mas libertei-me...

Obedecendo à sua voz , muito longe, (estava em hipnose leve, recordando)
a um novo comando sou levado a um lugar onde de mim cuidam,
não vejo nada, só sinto calma....
E aos poucos, vou voltando...
pareço descer uma escada.
mas não a vejo. Estou leve...
Na contagem , recebo o comando de abrir meus olhos.
Volto... nenhuma dor.
Passou.
Atravessei a ponte,
novamente a escolhi como caminho...
voltei."


* Analisamos esta regressão, que na verdade saiu do fio cármico que estava sendo seguido...
foi uma emergência da alma...
Uma emergência espiritual!

Como terapeutas( eu e ele), analisamos os conteúdos trazidos à tona .
Alguns pontos se delinearam e vi o porquê pedi urgente que meu terapeuta me atendesse:
estive num sítio, numa viagem, na mata, e fomos atacados por abelhas. Lá tudo correu bem, cuidamos, nada de mal me aconteceu.

Comecei a sentir uma " estranha sensação", uma sensação de depressão, vontade de voltar para minha casa na cidade, uma tristeza sem motivos pois estávamos felizes.
Nenhum acontecimento ruim me acontecera,
a viagem foi programada por mim,
estava eu feliz, nada anormal, que já não fosse previsível e costumaz.
Eu, conscientemente, estava fazendo o que planejara, mas algo aconteceu ,
atribui ao fato de termos de deslocar colméias,
fui picada, mas nada grave, só uma ardência.
Interessante...isso já acontecera mais de uma vez.
naquele dia, porém, algum "nó do passado" foi tocado.
Tive que voltar antes do dia previsto,
a tristeza sem motivos, a angústia aumentavam.

No nível consciente, fiquei e fico feliz pois salvo as abelhas que sempre invadem minha casa. Coloco "caixas especiais"nas árvores para um amigo apicultor, que as retira,
sempre sai agraciado por belos enxames.

Nosso inconsciente, porém, vai buscar a no fundo do baú, memórias, situações "gatilhos".
Não sei dizer o exato momento crítico.
Cremos, o terapeuta e eu, esta ter sido uma delas.

Após a terapia regressiva...
tudo voltou ao normal.

Entretanto, como conheço muito bem meu mapa astral... reconheci muitos sinais.
Mais que isso... peças de um mosaico que faltavam foram preenchidas.

Mesmo sem ter problemas de fobias,
com certeza não tive uma "síndrome de pânico",
mas um ataque de pânico,
motivado por algum resíduo cármico alojado em meu insconsciente...
que naquele momento foi acionado.
E ataques de pânico, isolados... a maioria das pessoas têm ou já o tiveram um dia!
Infelizmente, ao procurarem auxílio, recebem um tarja-preta,
que mascara os sintomas...
não soluciona!

É... por tal que amo ser Terapeuta de Vidas Passadas.
Somos viajantes...
em cada vida trazemos as memórias necessárias para nosso aprendizado.
Precisamos tê-las guardadas, como dizem alguns: "ao nascer o esquecimento é necessário".
mas... quem vive em perfeita harmonia?
Neste mundo que nem sempre podemos ser aquilo que viemos traçados para ser.

O resto da história... fica comigo!

Para quem sabe astrologia, tenho Nodo Sul na casa 11 em Sagitário(casa 12 em sagitário)
e Nodo Norte na casa 5 em Gêmeos, com Urano em Gêmos bem pertinho...
casa 5 em touro.
E Saturno em 17°57 Câncer conjunto a Marte 18°07'...

Um detalhe: muitas vezes tive visões e comprovações de "coisas do passado",
aquelas "coincidências" .
E analisando minha vida... há links que contam a mesma história.

Esta vivência foi algo que nunca nem em sonhos percebi...

Continuamos as regressões , seguindo os fios cármicos ligados a esta vida e que ainda não tinha eu conseguido solucionar.
A terapia de vidas passadas é indicada somente para aqueles casos em que nosso ser consciente não consegue expurgar os feridas do passado.
E estas voltam sempre, ciclicamente, trazendo os mesmos sintomas.

Como reconhecer se são fantasias, sonhos , recordações desta vida , da nosa infãncia?
Isso , que para muitos céticos, são sandices, ilusões;
que são motivo de descrença para os cientificistas e até mesmo, vistas por terapeutas holísticos de outras áreas, como mera recordações biográficas...
eu pergunto...
que diferença faz?
se o paciente melhora seus sintomas,
que ao reviver seus traumas mais profundos,
ele renasce,
há a cura do mal que o afligia!

O que me preocupa é o quanto pessoas sem qualificação técnica querem utilizar esta terapia;
é preciso ter ética profissional e conhecimento.
Precisamos saber como trabalhar a carga emocional que o pacinte vivencia.
Estamos com "cristais" delicados aos nossos cuidados, uma escuta e um direcionamento sem interferências, sem colocar imagens nossas nem palavras durante o trabalho.
Somente saber onde e quando parar e o quando seguir.
Um comando atento aos mistérios da alma.
As regressões no tempo não são histórias da carochinha,
não são passeios, nem viagens turísticos.
Não sabemos que nem o que encontraremos lá atrás,
quem ou o quê está escondido em nós,
alegrias tristezas dores...
tudo é uma incógnita!
Nunca se fazer por curiosidade.
Quem deve analisar se há necessidade da regressão é o profissional.
Muitos, nas memórias inconscientes desta vida trazidas à tona,
as libertam, chegando a soluções curativas.

Até porque tudo que vivenciamos durante nossa vida
traz a marca do que fomos e de tudo aquilo
que precisamos nos melhorar, nos apurar;
trouxemos as benesses - que sejam sempre percebidas e bem vindas e aproveitadas!
e os problemas repetitivos que nos angustiam
- são os "saltos" que nos impulsionam para o porvir,
mais cônscios de nossa missão de viver,
ser homens e mulheres de bem,
ser mais felizes, sem culpas.
Livres, aptos a exercer o ato de perdoar a si mesmos.

*** Este é o relato de uma sessão.
Como disse, emergencial.
Uma ressalva, meu terapeuta é um colega meu de Curso, já era formado, eu ainda em formação. E é formado em medicina, toda a dor que eu senti e fui relatando a angústia da morte, segundo ele, eram os sintomas de envenenamento por veneno de cobra.
Algumas pessoas me perguntam se, ao regredir, verão tal ou aquela pessoa.
Não sei responder, pode ser ou não.
Pelo que já vivenciei comigo e com pacientes,
a alma sofrida vai seguindo o fio cármico condutor relacionado a esta vida e ao problema que a trouxe ao consultório.
O nosso trabalho é identificar ste fio condutor ligado aos sintomas
e focar este fio com habilidade, atuando no momento certo.

domingo, 13 de novembro de 2011

De que serve discutir ideologias?




"Para compreendermos o homem
e as suas necessidades,
para o conhecermos naquilo
que ele tem de essencial,
não precisamos de pôr em confronto
as evidências das nossas verdades.

Sim, têm razão.
Têm todos razão.
A lógica demonstra tudo.

Tem razão aquele que rejeita que
todas as desgraças do mundo recaiam sobre os corcundas.
Se declararmos guerra aos corcundas,
aprenderemos rapidamente a exaltar-nos.
Vingaremos os crimes dos corcundas.
E, sem dúvida, também os corcundas cometem crimes.

A fim de tentarmos separar este essencial,
é necessário esquecermos
por um instante
as divisões
que, uma vez admitidas,
implicam
todo um Corão de verdades inabaláveis
e o inerente fanatismo.

Podemos classificar os homens
em homens de direita e em homens de esquerda,
em corcundas e não corcundas,
em fascistas e em democratas,
e estas distinções são incontestáveis.

Mas sabem que a verdade é aquilo que simplifica o mundo,
e não aquilo que cria o caos.

A verdade é a linguagem que desencadeia o universal.

Newton não 'descobriu' uma lei há muito disfarçada de solução de enigma,
Newton efectuou uma operação criativa.
Instituiu uma linguagem de homem capaz de exprimir simultaneamente a queda da maçã num prado ou a ascensão do sol.

A verdade não é o que se demonstra, mas o que se simplifica.

De que serve discutir as ideologias?

Se todas se demonstram, também todas se opõem,
e semelhantes discussões fazem duvidar da salvação do homem.
Ainda que o homem, por todo o lado, à nossa volta,
revele as mesmas necessidades."


Antoine de Saint-Exupéry,
in 'Terra dos Homens'


Se ainda aqui estamos,

neste nosso lindo planeta azul,
em novembro do ano de dois mil e onze,
no terceiro milênio,
após o Cristo Jesus,
sem a mínima noção de
como e quando
poderemos pisar
logo ali ao lado,
no nosso vizinho, o misterioso
planeta vermelho Marte...
como ousamos nos arvorar

de Senhores da Verdade?

Este modo de pensar meu
me permite o ter
paciência
comigo mesma,
e, assim, exercito
a não tão simples lucidez
de relevar e intentar respeitar
outros pensares
tão diferentes do meu,
que voam e se cruzam
nos ares como flechas
nas mãos de mentes guerreiras.


Calo-me,
quando tudo é confuso,
e nada entendo.

Existe um tempo para tudo nesta vida.
Volto meu olhar,
leio,
releio,
recordo

o Livro de Eclesiastes...
aquieto-me.

Somos o registro vivo
da história do mundo,
ainda com muitas lacunas,
páginas se perderam
ou foram queimadas
em terríveis inquisições.

Só um dia,
talvez, atingiremos
o real conhecimento
.

Creio com fervor que o Criador,
que nos ama
apesar de nossas limitações,
só espera de nós
um amor imenso,
dulcíssimo,
sobretudo
por nós mesmos.

É vero:
só quem aprendeu
a amar a si mesmo
com um amor verdadeiro
saberá amar,
puramente,
ao seu próximo.

Deus sabe tudo sobre o Todo!


Na busca da minha paz interior
espero...

minh'alma não tem pressa.
Ela é imortal!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O que significa: ser um copo ou ser um lago?



"Um velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.
-" Qual é o gosto?" perguntou o Mestre
- " Ruim" disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse:
- "Beba um pouco dessa água".
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
- "Qual é o gosto?"
- "Bom!" disse o rapaz.
- Você sente gosto do "sal" perguntou o Mestre?
- "Não" disse o jovem. O mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e falou:
- A dor na vida de uma pessoa não muda.
Mas o sabor da dor depende aonde a colocamos.
Então, quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido das coisas.

Deixe de ser um copo.
Torne-se um lago...


*Aguardo tua resposta,
continuando a interpretação deste conto.

Aceitas?

Este Mestre tem razão no que aconselha?

Como se deve lidar com a dor, sendo um copo ou sendo um lago?
E o que "teu Mestre Interior" diria para nós?
Como você age nos momentos de dor?





Palavras sempre existiram.
Elas têm poder, assim o é.


Mestres, muitos desde os primórdios...
portadores de plena sabedoria,
que já teriam tornado a nossa existência mais fácil,
menos conflituosa a caminhada.

Estivemos nós, sempre acessíveis a eles?

A cada situação - problema... ouvimos a mensagem,
o ensinamento implícito na palavra falada ou escrita?

Penso que somos aprendizes... não é a idade cronológica que define o quanto se é sábio.

Existem pessoas de avançada idade que ainda usam somente o verbo
e não praticam em ações, ainda são infantes
perante a magnitude que é o Existir!

Em contraponto...
quantos, muitos mais jovens já decodificaram cada palavra
e seus corações entenderam cada letra,
cada som que o Universo emite direto ao nosso coração.

Todo o conhecimento do mundo está ao nosso alcance...

o que precisamos é ouvir, refletir e praticar...
transformar interna e exteriormente,
fazer do velho hábito uma nova ordem que modifique-nos para sempre...
que eleve nosso tom para um nível mais elevado.



PALAVRAS DE AMIGOS... FOCOS DE LUZ


Amigos iluminados...
que acrescentam saber e experiência de vida à blogosfera!

E que me trazem carinho, fraternidade e paz!


Rafaela de Andrade
dos Blogues: Apenas Um Ponto ,
Apenas Um Ponto Esportivo:


"O mestre tem razão, tudo depende da forma como vemos o problema, a dor, as palavras, podemos transformar tudo se vermos de outra forma.
Quando eu estava aprendendo a dirigir eu trabalhava na Prefeitura e tinha motorista, aí quando passava um ônibus ele me dizia:
" Vc acha que ele é grande? Tá com medo de ultrapassá-lo? Chega perto que ele diminui" e hoje ainda toda vez que eu vou ultrapassar um ônibus lembro dessa história.
Quando conhecemos algo, chegamos mais perto
ou ainda vivenciamos coisas que transformam a outra num copo,
mudamos tudo."

Beijos agradecidos, Rafaela, amiga querida!


Socorro Melo
do Blog: "seguindo minhas pegadas"

"
É pertinente a mensagem do Mestre.
À dor, e aos problemas, devemos atribuir apenas a dimensão que eles merecem.
Devemos sempre nos colocar acima de ambos, e trabalhá-los com a coerência devida.
Sim, devemos ser lago, pois nós, somos maiores, e dotados de faculdades especiais, pra vencermos.
E como bem diz o apóstolo Paulo:
"Tudo podemos naquele que nos fortalece".

Beijos agradecidos, querida amiga Socorro!


Marcelo Dalla

do Blog "Dalla Blog"

"Eis aí um grande exemplo de sabedoria.
Ampliar a visão para perceber a "big picture".
Entender que o carma nada é mais do que que purificação,
reconhecer nossas diversas existências,
procurar agregar valores pra evoluir verdadeiramente.
Não reconhecer isso é fazer o papel da vítima considerar o sofrimento e os problemas como 'injustos'. "

Beijos agradecidos, Marcelo, amigo querido!


Clara

do Blog "Simples e Clara"

"Olha, o mestre é sábio, mas nós somos humanos e estamos aqui pra aprender.
E dor todos nós temos, sofrimentos, amarguras...
Sem falar de futilidades, mas acho que a dor tem que ser vivida no seu tempo, chorar, lamentar. Não dá pra medir se uma dor é maior ou menor.
Dor é como amor, a gente não explica, se sente.
E ela sempre passa, ou ameniza.
Acho que na dor, como no amor é que aprendemos a nos conhecer e a lidar com a situação.
O que não podemos é ficarmos cultivando muito a dor.
Sofreu, chorou, enxugou as lágrimas, pronto!
Vida que segue."

Beijos agradecidos, amiga queridaClara!


Regina Rozenbaum

do Blog "Tô Fora Tô Dentro"

"Poderia escrever, teorizar, coisas lindas sobre essa sabedoria, mas a verdade é que, inúmeras vezes, sou é copo mesmo. Claro que, com os esforços empreendidos, ao longo de todos esses anos de R_evolução (e seguindo) já me tornei lago.
Fácil não é!
E quem de nós não gostaria de vivenciar/transformar lago em todas as situações difíceis e dolorosas?
Talvez, penso eu, sentir umas tantas vezes o gosto salgado seja necessário."

Beijos agradecidos, amiga querida Regina!

domingo, 6 de novembro de 2011

Confiar na mão que vem do outro mundo



"Deixo-me levar por mão invísivel.
Vou confiante para onde possa ver.
Sigo devassando véus,
vencendo fronteiras do cognoscível,
invadindo proibidos templos e catedrais inacessíveis.
Sigo rumo ao inefável.

Mas, a inquietude,
o querer ainda mais e minha concretude pesam.
Pesam e fazem pesados meus pobres passos.
E a estrada é feita do sutil.
Sigo, mas de passos arrastados, pegajosos...

O silêncio, a autodoação, a renúncia, a leveza
que preciso ter,
que preciso ser,
não consigo ainda.
Sem asas, sem forças, sem pureza, sem leveza,
sem entrega de mim mesmo,
como é difícil!
Sinto que sou carga.

Sinto que estou pesando
para Aquela Mão
vinda de outro reino,
que, por amor
e atendendo pedido meu,
tenta levar-me para o ápice.

... para Aquilo que Eu Sou."

in Hermógenes




Até o momento sublime em que nós, humanos,
compreendermos que a vida
não é feita de altos e baixos.
Que o caminho é nossa escolha, sempre.
Vamos indo assim...
tropeçando em meio a nossas conquistas,
não nos permitindo o prazer de parar e usufruir o bem alcançado.
Mal se passa um dia de festa
já lá estamos a almejar
o mais subir,
o mais ter,
o ser o maior,
o ser melhor.
Deixar nossa marca no mundo!!!

Deixamos nossas marcas no mundo,
nesse solo que pisamos e que pensamos que é nosso?

Qual o bem maior que nos pertencerá por todo o sempre?
Este corpo que pesa e sofre
ao impacto de um único:
- Não!

Ou seremos para sempre
os leais e dignos donos
da pureza e da leveza de nossa alma?

Somos humanos sim, somos sofríveis e perecíveis, eu sei.
Mas a vida ser-nos-á mais simples,
se nestes dias de aflição,
em que recorremos à reclusão
pois a dor do mundo nos pesa...
não olvidarmos que
somos co-criadores da Obra Divina.
E só nós podemos reescrever a nossa lenda pessoal!

E acreditarmos com força e fé na mão amiga
que nos socorre, ampara;
e energiza
nosso coração ainda tão necessitado
de amor e condução.
Nunca estamos sós...
Minhas mãos sentem o suave contato
da mão que vem do outro mundo...
E eu, ó meu Deus,
preciso tanto ser aquilo que
Eu Sou
e que, vezes infinitas vezes,
esqueço
e choro...
esqueço
que só preciso
sentir
a Tua mão na minha
e Ser...
Simplesmente Seguir
e Contigo Ser.