Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Um Sentido para a Vida


"Um Sentido Para a Vida"

"Valeu-me a pena viver?
Fui feliz, fui feliz no meu canto,
longe da papelada ignóbil.
Muitas vezes desejei, confesso-o,
a agitação dos traficantes e os seus automóveis,
dos políticos e a sua balbúrdia -
mas logo me refugiava no meu buraco a sonhar.
Agora vou morrer
- e eles vão morrer.
A diferença é que eles levam um caixão mais rico,
mas eu talvez me aproxime mais de Deus.
O que invejei - o que invejo profundamente
são os que podem ainda trabalhar por muitos anos;
são os que começam agora uma longa obra
e têm diante de si muito tempo para a concluir.
Invejo os que se deitam cismando nos seus livros
e se levantam pensando com obstinação nos seus livros.
Não é o gozo que eu invejo (não dou um passo para o gozo)
- é o pedreiro que passa por aqui logo de manhã com o pico às costas,
assobiando baixinho, e já absorto no trabalho da pedra.
Se vale a pena viver a vida esplêndida -
esta fantasmagoria de cores, de grotesco,
esta mescla de estrelas e de sonho? ...
Só a luz! só a luz vale a vida!
A luz interior ou a luz exterior.
Doente ou com saúde, triste ou alegre,
procuro a luz com avidez.
A luz é para mim a felicidade.
Vivo de luz.
Impregno-me, olho-a com êxtase.
Valho o que ela vale.
Sinto-me caído quando o dia amanhece baço e turvo.
Sonho com ela e de manhã
é a luz o meu primeiro pensamento.
Qualquer fio me prende,
qualquer reflexo me encanta.
E agora mais doente, mais perto do túmulo,
busco-a com ânsia."

Raul Brandão *


Lembro-me do velho homem sábio que conheci um dia
e da mulher valente e bela que
tão ardorosamente vivera a vida.
Muitas vezes penso que ninguém os via.

Ambos não pensavam na morte,

viviam a vida possível.

A vida que os levaram
por caminhos imprevisíveis,
mas que não temiam, a cada dia segundo suas obras.
Tinham fé nos seus descendentes,

sabiam - nem sabe-se o porquê
que deixaram sementes

e que estas sementes suas
seriam frutos da mesma árvore
que as criaram.


Não tinham medo da morte.

Estavam lá à sua espera

pois sabiam que um dia se nasce e num outro se vai.
E viviam,

e viviam...


Acreditavam profundamente

em Algo Maior
- Um Deus -
o Criador
de um Universo Infinito.
E que, talvez, tivessem vivido antes,
e quiçá, voltariam
para continuar
a viver,
a ser outra vez

seres, ao mesmo tempo
simples
e tão raros,
misturados à multidão dos homens.


Creio que nunca ousaram

julgar a ninguém,
nem a si mesmos.

Muito menos
a
julgar-se tão sublimes.
Sim, eram sublimes,
a dual imagem

profana e sagrada

dos seres mais perfeitos do mundo.

Eram a minha árvore da vida.


Iluminados,
sem nem perceberem por qual fonte.
Com certeza,
foram moldados,
Deus Pai,
à tua imagem.
Eram o Amor vivificado em forma de gente.

Que bom seria o nosso mundo

se todos nunca olhassem

tanto para trás
com triste nostalgia.
Que ainda até o último suspiro sonhassem,
traçassem planos
para o dia que amanheceria.
E que acreditassem
que
haveria sempre um sol
à sua espera num novo dia.


Temos que ser assim, é o que penso...
acreditar na simplicidade do nosso ser
e na suprema e magnânima vida que temos,
mesmo que ainda sofrendo mil penares.
E sonhando... e vivendo,
construindo a todo instante,
edificando um amanhã
cada vez mais belo e sereno!


* Raúl Germano Brandão,
in " Se Tivesse de Recomeçar a Vida"
de Portugal
1867- 1930

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Procuro a Palavra ... que me procura.




"A Palavra Mágica"

"Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.

Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre.

Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra."


* Carlos Drummond de Andrade *


Ando desconfiada assim como o poeta
que a palavra que tanto procuro
não pertence a nenhum quadrante deste mundo.
Ouço tantas palavras... estranhas me soam.

Ouço
ecos ecos ecos
passam palavras
de bocas em bocas,
de mãos em mãos.
Ecoam aos ventos
verdades verdades verdades
E num paralelo
ecoam o contraverso
ilusões ilusões ilusões.

Penso que a recebi
de um anjo
no momento em que retornei aqui;
era tão pequenina
esqueci....

Sei que ela está em algum lugar
Não na voz
insidiosamente doce,
de novos mestres
de gurus modernos
de loucos ou santos;
isso não sei
e duvido quem saiba,
alguém sempre
as repete
e repetem
e repetem
como
verdades verdades verdades.
E isso eu também não sei
só sinto
que não é a minha palavra.

Ó meu Mestre Interior,
me ajude
a encontrar
a palavra mágica
que me acompanha desde
os inícios dos tempos!

Assim como Drummond,
creio que a minha procura
será a minha palavra.

E que não serei
eu a encontrá-la!
Um dia ela surgirá
do meio do nada
impregnada do tudo
que eu necessito saber.

Espero enquanto procuro.
Procuro enquanto espero.

domingo, 10 de julho de 2011

Desafio Fotográfico da Shin Tau... The winner is me!

Na vida passamos todos nós por altos e baixos, muitos caminhos em que temos que pedir auxílio ao "Mago" para que nos aponte a melhor opção. E, mesmo assim, quantas vezes temos que voltar, cansados, pois no fim da linha, vemos que erramos.
Mas... há sempre para aqueles que já escolheram entre o Ser realmente "humanos" um anjo de luz que nos dá a mão.
E se ousarmos atingir aos céus, ouviremos cânticos de amor que nos aquietam a alma sofredoras.
Não é diferente aqui neste mundo virtual, temos acesso a almas tão gentis, conhecemos pessoas tão dignas, tão líricas, verdadeiras nos seus posicionamentos que descobrimos que sim, há vida nas telinhas de nosso computador.
Que estamos num intervalo entre duas Eras altamente espiritualizadas e libertadoras - Peixes e Aquário - que nos é concedida pelo Cosmos Sagrado a possibilidade de escolhas.
Em tudo na Vida ...
Há Condução!
Somos amparados.
É só seguir o fluxo certo:
O AMOR!
Eros - o princípio, a energia que nos envolve desde os Inícios dos Tempos!

E foi assim que, desde meu início na blogosfera, assim timidamente, encontrei alguns lugares sagrados, místicos. Plenos de beleza e sabedoria.

Um destes, que me apaixonei desde que o vi:
o Blog da amiga querida Shin Tau,

o "GRIMOIRE - O Livro Sobre O caminho do Meio."

E, mais tarde no facebook, conhecia-a bem melhor.
Um encanto de pessoa, linda, simplemente especial!

Pura magia, um conhecimento profundo de Tarot... puro coração!
Shin Tau nos traz, com toda certeza, um saber que não vem do agora, está escrito na Memória de sua Alma. Sente-se que ela acessa estes registros!
Amo o Grimoire!
De quando em vez, gosto de lá postar alguns comentários.

E aconteceu estes dias algo super divertido(para mim).
Vi que ela sempre colocava um Desafio Fotográfico.
Bem, nem supunha que havia um ganhador dentre àqueles que comentassem
as suas fotos( sempre divinas)
lá num outro Blog seu, maravilhoso:

"Olhares Especiais da Shin Tau"

E não é que a vencedora fui eu!!!???

And the winner is : EU, Maria Izabel!!!

Estava , como sempre madrugadeando, envolta em algumas recordações,
e fui viajando nos meus blogues amigos, saboreando momentos de paz e alegria
e eis que me deparo com a foto abaixo.

E a pergunta de Shin Tau:

"Que palavras poderá esta foto esconder?"


Meu comentário: Viagem - Realidade - Sonho:

Viajo para outro tempo - realidade - sonho...
Ainda cultuo os deuses, eles estão mais acessíveis para mim.
Vezes acho que as Divindades foram para tão longe,
que nem sei se minhas preces chegam ao seu destino.
No fundo de meu coração viajante "sei" que
uma prece já plasmada em meu coração já é uma flecha que vai ao seu destino.
Eu, porém, simples mortal, tenho medos e dúvidas.
Será que é meu coração ou minha mente...
quem é o remetente dos meus desejos?
Ainda sou tão pequena perante a grandeza do Universo.
E soube por alguns, que Deus já se afastou dos homens
cansado de seus desatinos.
Que nos deixou.
Que nos acompanha...
pois que são chegados os tempos do "real uso do livre- arbítrio",
pois não existem mais inocentes nestas terras do homem.

Estou aqui, ao lado de uma fonte,
nela estarão os deuses que me auxiliarão a adentrar nas imensas florestas, onde povoam seres iluminados, puros?
Se assim o for...
e de qualquer modo atrevo-me...
entro, visto minha capa da invisibilidade, temerosa do que encontrar.
Calma, há tanta paz na mata, tantos sussuros amorosos,
vozes dos ventos, bater de asas,
serão elementais, pássaros sagrados, anjos, deuses?

E, curvo-me, e rogo:
Mostra-me o caminho, dá-me uma poção mágica para que, na minha volta,
eu distribua àqueles que tanto amo e que andam tão perdidos.
Este é meu desejo- prece:
a felicidade dos que amo tanto.
A paz no mundo que deixei lá embaixo, na face da terra.
E que eu me permita voltar,
o que vejo e sinto é tão belo...
posso ficar e nunca mais regressar.


OBRIGADA Shin Tau
pelo belo trabalho que realizas!

Meu coração é Teu!


Visitem este Blog: "Olhares Especiais de Shin Tau", além do "Grimoire", duas maravilhas!



Simplesmente eu não sabia que haveria um vencedor e, mesmo depois, achei que a vencedora foi a Marizei!
Nossa... ando nas nuvens messsmo!
Foi muito engraçado. As vezes, eu me surpreeendo comigo mesmo.
Estava em outro planeta!
;))))

Só sei que fiquei muito, muito feliz!
Bem que eu estava precisando desse mimo!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Recorte de página: brincadeira gostosa


Vi e gostei no Blog da Glorinha Leão e no da Beth/ Lilás. Parece que a brincadeira começou com o Manuel Marques ou com a Alzira Dinelli, a Zizi. Não sei... acho que foi com a Denise.
Enfim aderi pois livro é cultura, abre novos horizontes,tenho lido textos maravilhosos.

É assim:
Abrir um livro à sua escolha ou o que esteja lendo no momento. Abrir na página da sua idade, e escolher um trecho. E ilustrá-la com uma bela imagem.

Único senão: um dos 8 pecados capitais: fazer com que uma mulher diga sua idade!!!
Espere: Não são 7 os pecados!!!????
Não, não e não... o oitavo estava escrito no Altar das Deusas:
"Nunca confesses tua idade, ó Mulher- Deusa!!! Pois que tu és Eterna!!!"

Vamos lá: estou lendo vários livros ao mesmo tempo. Muitos são de pesquisa, logo...
Dois romances de Luis Garcia Borges: "O Aleph" e "Ficções", maravilhosos, ganhei de presente do meu filho. O Aleph de Borges está me convencendo que sou uma formiguinha :( testa meu QI...

Coloco aqui um trecho do livro "Iniciação" - Um romance passado no antigo Egito e no século XX, de Elizabeth Haich.
Ah... procurem da página 60 a 65... pesquisem! ;)

"Mamãe queria que eu me preparasse para desempenhar o papel de dona de casa, eu, ao contrário, procurava com todo empenho possível, realizar-me na música, na arte! Portanto, fui deixada po conta própria e me acostumei gradativamente a pensar e agir de forma autônoma, até o ponto que era permitido na família. Então, tentei imaginar meu futuro sozinha, sem pedir conselhos a ninguém. Minha primeira intenção era frequentar a academia de música e concluir o curso.


....

"Papai costumava nos dizer: "Nunca fiquem deslumbradas pelo fato de lvarem uma boa vida no momento. O bem estar terreno pode ser destruído. Mas o que souberem será propriedade para sempre, ninguém poderá tirar esse bem de vocês. Aprendam tanto quanto puderem, e que cada um de vocês tenha ao menos um diploma! Se a vida lhes correr bem, poderão guardá-lo na gaveta. Contudo, se passarem necessidades, poderrão ganhar o pão de cada dia com ele".

Ó meu pai, homem bom, altruísta e sábio! Com esse conselho ele me deu o maior tesouro de todos os que recebi nas mãos. Naquela época nem sequer podíamos imaginar que a nossa vida vida podia correr mal e, em segredo, achávamos que essas palavras eram ditas no sentido puramente pedagógico. Quantas vezes mais tarde precisei lembrar-me delas, quando a guerra destruiu tudo o que possuíamos e fiquei na miséria, com um marido gravemente ferido e incapacitado para o trabalho. Só nos salvou o que eu havia aprendido, o que eu trazia em mim; o que nos salvou foi o que eu sabia! Pois tudo que possuíamos exteriormente se perdeu. Quando, como uma menininha, pensava, na montanha, sobre meu futuro, ainda não sabia o que meu destino escondia; senti, porém, que deveria seguir o conselho de meu pai.


E foi assim que, ao voltar para casa no verão e, começar uma nova etapa de vida, a coisa mais importante que fiz foi concentrar todas as energias do coração na obtenção do meu diploma de pianista.

Tudo mais deixei a cargo do destino."

Era mais ou menos isso que eu sentia quando menininha
e tanto, tanto, ouvi conselhos assim de meu sábio pai, mas muito bem aceito pela minha mãe!
E, na minha concepção de vida, diplomas não são para se colocar na gaveta.
São para facilitar a auto-realização de nós, mulheres.
Conhecimento, cultura são riquezas nossas, corações unidos e capacidade profissional de um homem, de uma mulher.
Num casal, harmonia e participação. Juntos seguindo em frente.

Trabalho é Vida.
É honra!

Como diz a canção de Gonzaguinha,

"Guerreiro Menino":

"E sem o seu trabalho
o homem não tem honra
e sem a sua honra
se morre, se mata.
Não pode ser feliz.
Não pode ser feliz!"

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A beleza de um livro que me emociona


Fiz meu Curso de Formação com Celia Resende, uma das precursoras da técnica de TVP - Terapia de Vidas Passadas - no Brasil.
Autora de três livros:
"Terapia de Vidas Passadas",
"Siga em Frente"
e este: "Nascer, Morrer, Renascer"
que aqui trago pois penetrou no âmago do meu ser.

Emocionou-me a tal ponto que senti-me ali, dentro de cada caso, cada capítulo, cada personagem-existência. Uma leitura apaixonante.
Com certeza, é um livro de uma nova era, para um despertar de consciências, no despertar de um novo paradigma, "um livro à frente de seu tempo".

Celia, além do atendimento clínico no Rio de Janeiro e em Brasília, ministrou cursos na UNIPAZ, palestras e workshops no Brasil e no exterior.


O prefácio, escrito pelo professor Hermógenes, escritor e conferencista,
remonta às palavras de Krishna Avatar, no Bhagavad Gîta,
que há mais de 5000 anos a.C ensinou a verdade da reencarnação:

"Assim como a alma passa, neste corpo, pela infância, juventude, e a fase adulta, de igual maneira ela toma outro corpo. O sábio não estranha tal coisa. (2.13)
Tal como uma pessoa despe a roupa velha e veste outra nova, a alma encarnada saca corpos gastos e vestes outros que sejam novos. (2.22)"


*Fala-nos que "O Hinduísmo e o Budismo dizem que a alma da gente encontra-se prisioneira de ''samsara" , que são os ciclos de nascer, morrer e renascer, dos quais a autora traz-nos exemplos do registro de casos clínicos de vidas sucessivas, seres que sofrem e que querem e procuram se libertar. Ela dá exemplos do que pode ser feito quando essa opressiva repetição torna-se um sofrimento. Que se pode fazer quando o caso é uma síndrome que vem maltratando presente vida de um paciente seu.

Como romper samsara?

A resposta da Dra. Celia é:
"remover a ignorância sobre o que, nesta atual existência ou em existências passadas, gera os padecimentos de agora. E nos aponta o como conseguir, o procedimento usado por ela, que é o procedimeto usado numa Terapia de Vidas Passadas, de se conduzir a paciente, em transe ajudada pela terapeuta , acessar episódios de uma determinada vida anterior, quando então revivencia dramaticamente, dolorosamente, um impacto de imenso potencial perturbador, que estava escondido."

Professor Hermógenes alerta que:
"aquilo que está escondido dentro de nós, ou seja, quando ignorado o inimigo, seu poder arrasador se multiplica".

Cita que os yoguis ensinam que todos nossos atos, sentimentos, emoções e pensamentos, todos, sem exceção, são registrados e ficam escondidos no inconsciente, viram semente num depósito, para uma inevitável germinação e frutificação no futuro.

Diz que: os registros, isto é, as sementes, são chamados de samskaras e, sempre escondidos, permanentemente influenciam nossa mente, nossa vida.
O acúmulo de muitos samskaras vira vâsanas ou tendências, inclinações, propensões, que marcam a qualidade de vida.

E, numa bela visão do trabalho exposto neste livro de Celia Resende, afirma que a terapia explicada nesta obra consiste numa caminhada auto-crítica, regressiva às muitas vidas do paciente, em busca de detectar samskaras e vâsanas, ocultos e imensamente poderosos; uma forma de entender a conhecida "lei do karma".
Palavras dele no prefácio: Se o leitor adora romances que envolvam outras eras, outros lugares, diferentes culturas, outras dimensões, vai gostar.* ( *citações e trechos do livro)

Além dos outros livros de Celia Resende, este me foi excepcional, pois não é apenas mais um relato de regressões a vidas pregressas, é um manancial de aprendizados, há nele relatos do que se passa no "outro mundo", registros de tecnologias já existentes há muito no plano astral, ensinamentos profundos.

Você me perguntará:
O que tem a mais, o que o diferencia das outras obras de autores, mestres e doutrinas? Existem autores que abordam os mesmos temas.

O valor para mim é, simplesmente, o fato de terem vindo em sessões de regressão
de pessoas comuns, que na vida cotidiana, desconhecem fenômenos extra-corpóreos,
que nada conhecem sobre este vasto universo além da morte,
sem conhecimento e prática e doutrina espiritualista
ou de peculiaridades das definições da tecnologia que relataram sob hipnose,
como se fossem orientadas pelos Mestres Do Espaço.
Verdadeiras aulas de sabedoria e ciência.

E eu, como psicoterapeuta formada por Celia Resende, mestra e amiga,
quero deixar o meu testemunho do quanto este livro ajudou a amigos meus que, mesmo acreditando na lei do karma, apesar da fé que tinham, ao lerem este livro, já desesperançados, passaram a ter outra postura.

Passavam por momentos críticos cuidando de entes queridos imersos
em crises existenciais profundas e já se revoltavam pela "fraqueza" dos mesmos para reagir.
Não mais se sentiram vítimas, mudaram o tônus de suas vidas
e encararam suas dores, seus problemas, com mais compreensão dos porquês,
agindo com mais sabedoria.

Foi para eles um "Norte" nas suas mudanças ao olhar de frente
o efeito avassalador dos "samskaras e dos vâsanas"
que estavam escondidos não só neles.
Sentiram o como seus amados( doentes) também
sofriam para reconstruir suas vidas
quando assolados por lembranças fortes e perturbadoras.

No relato dos pacientes clara fica a dura dificuldade que é o reestruturar nossos destinos.
Do esforço que a pessoa em crise passa para resgatar suas dívidas.

Nossos entes queridos muitas vezes precisam
de doses cada vez maiores de nossa dedicação,
sempre mais e mais ajuda.

E o nosso emocional desgastado, já enfraquecido, começa a duvidar se há uma luz,
uma solução para dores da alma.

Mas, mesmo descrentes do Poder Divino, duvidando de suas crenças, este livro, pelos exemplos e coerência dos relatos teve o poder de devolver-lhes a fé de que a vida segue um rumo e que nunca devemos desistir nem da Vida... nem de amar e ajudar a quem depende de nossa mão amiga.

Eis a magnitude do trabalho e da terapia regressiva.
Muitos descrentes do efeito curador, são unânimes em afirmar
que tudo não passa de "imaginação", sonhos, delírios, frutos de lembranças do cotidiano.

E o que é o nosso cotidiano, se não uma rota traçada pela nossa alma viajante?
E o que são estes fatos e situações desagradáveis que, ciclicamente, voltam, sempre as mesmas, mudando apenas os "personagens" que os provocam?
Ou situações aflitivas das quais temos conhecimento da dor,
mas que atraimos para nós, infelizmente sem ter noção do que fazemos.
Culpa inconsciente, destino ruim?
Prefiro crer que somos seres reencarnados, presos num corpo de carne,
que ainda não nos apoderamos do controle de nós mesmos
[se é que isto nos será possível tal a complexidade do existir],
mas que no fundo, ansiamos,
desejamos tanto
SER FELIZES!

domingo, 3 de julho de 2011

A Vantagem do esquecimento



"A Vantagem do Esquecimento"

O esquecimento não é só uma 'vis inertioe' *, como crêem os espíritos superfinos;
é antes um poder activo, uma faculdade moderadora,
à qual devemos o facto de que tudo quanto nos acontece na vida,
tudo quanto absorvemos,

se apresenta à nossa consciência durante o estado de (que poderia chamar-se absorção física),
do mesmo modo que o multíplice processo de assimilação corporal tão pouco fatiga a consciência.

Fechar de quando em quando as portas e janelas da consciência,
permanecer insensível às ruidosas lutas do mundo subterrâneo dos nossos orgãos;

fazer silêncio e tábua rasa da nossa consciência,
a fim de que aí haja lugar para as funções mais nobres para governar,
para rever, para pressentir
(porque o organismo é uma verdadeira oligarquia):
eis aqui, repito,

o ofício desta faculdade activa, desta vigilante guarda
encarregada de manter a ordem física, a tranquilidade, a etiqueta.
Donde se coligue que nenhuma felicidade,
nenhuma esperança,
nenhum gozo presente
poderiam existir sem a faculdade do esquecimento."


Nietzsche Friedrich , in " A Genealogia da Moral"


Já tive na juventude, amigos que eram citadores de autores.
Aquele papo em que no meio da conversa, vem ele com uma citação de um autor.
Mesmo quando era menos experiente do que sou agora, achava-os extremamente "chatos", presunçosos. Tinha amigas que viviam a citar livros e livros, achando-se o máximo em cultura.
Bem, ouvia calada, até porque não tinha ainda tornada uma "consciência" mais forte e firme de quem quero como amigos.
Não sou assim, não gosto e nunca gostei de falar, me colocando como intérprete de autores. Sou porta-voz de mim.
Gosto imenso de catar autores, pensamentos , poemas de homens iluminados, pois é meu modo amoroso de reverenciá-los. Por que esquecer as palavras dos sábios que nos antecederam? Isso é História. Esquecer, reiventar... um desperdício!

E falo isto sem nenhum despeito pois tenho e sempre tive uma excelente memória.
Lembro-me, para que não pensem que sou invejosa ;) , do grande número de notas máximas em disciplinas. Decorava textos e textos, até desenhos em detalhes. Assusto-me em lembrar que eu sabia de cor os nomes de todos os ossos do corpo e todas as capitais do mundo (credo!!!).
Se você quiser que eu esqueça de algo, não fale comigo.
Gravo tudo.
Clientes que já fizeram mapa astral comigo, ficam surpresos quando me lembro em que signo se posiciona sua Vênus, Sol, Lua, que aspectos aparecem no seu mapss.
Lembro-me de tudo que traz a emoção e o prazer.
Bem, estou até na idade que isso é bom!
Não estou rateando... ainda! ;)))
E nem vou, pois eu não quero que meu cérbebro se atrofie, porisso... reflito e penso.

Comecei a perceber e aí, já estava mais ousada e replicava, quando via que as pessoas liam somente os best-sellers. Para poder ter "assuntinho pedante" nas rodas sociais.
UPS, isso é ter cultura?

Assisti, há uns tempos atrás, uma palestra espírita em que o orador parecia um papagaio. Tecia uma idéia e a cada três parágrafos , uma citação, o nome do livro e o capítulo da dita.
Nesta altura da vida...
já cônscia que o problema e o prazer era dele,
ouvi sem nada me alterar.
Minto: ria por dentro!

E o pior, surreal, divertido e inantil até, ele começava a frase e pedia à audiência que completasse. Quase todos erravam. E ele, insistia, perdendo tempo da palestra, no final, não deu para ler o texto final (que a meu ver fecharia o assunto muito bem).
Leu pela metade e, brincando, disse que era como novela, na próxima leria o final do capítulo.
Oh, my God! descobri que sou paciente.
O povo estava tão felizzzzz, todos riam muito...
Fazer o quê, a diferente sou eu.

Mas, posso aqui falar sobre... minha catarse, será!?
Confesso que nos ambientes religiosos não aprecio "piadinhas" em demasia
e achismos catastróficos.
Toda palavra tem poder.
E não só almas encarnadas ouvem nossas vozes, há um alegião de sofredores queanseiam por uma palavra - lenitivo para sus sofreres. Sou espiritualista. É minha crença!

Interessante que nós estudamos durante toda uma vida, lemos vários livros, nossos companheiros de jornada, e os conteúdos - idéias - filosofias ficaram gravados. E, se observarem, na hora certa, quando nos confrontamos com uma questão, aparece a idéia que ficou em nós assimilada.

No segundo grau aprendi Física e nunca nenhum professor explicou para que estudamos esta ou aquela matéria.
Ao me formar, diante de uma pergunta de um aluno, que eu não sabia, fui lá nos meus arquivos da mente, e pautada no conhecimento adquirido, respondi o correto.

Ora, a Física comanda o universo!
Todo fenômeno do cotidiano tem sua explicação na física, na química, na matemática.

Tinha 18 anos e a partir dali, todo conhecimento que transmitia aos meus alunos tinha a sua aplicação na prática.
Infelizmente, muitos professores se esquecem deste detalhe fundamental...
simples e que minimizaria tanta reprovação e ódio por determinadas disciplinas.
E mais diante, como pedagoga, sempre sinalizei aos professores que faziam reciclagens, este "toque de mestre".

Este é para mim o grande mistério do real aprendizado...
na hora certa surgem as respostas e estão bem dentro de nós.
Nossa mente sabe onde guardar as nossas preciosidades.
E também sabe o que deve jogar fora, pois é resíduo tóxico,
não serve ao propósito do nosso ser.
(não sei se li isto ou estou inventando, tanto faz... é o que penso).

Lembrei-me desta citação de Nietzsche.
Foca o ato de esquecer
numa visão magnífica,
afinal é Nietzsche falando,
ouvi-lo nos enriquece...



* vis inortioe -
encontrei no google a tradução de 'vis inertio', que quer dizer: 'força da inércia'.
como é latim, talvez seja a poder da inércia. Se alguém souber, me ajudem;
estudei latim any years old e coloquem old nisso!
Tem sentido:
o esquecimento não é um 'poder inerte' ou uma 'força inerte' ...
e sim, um poder ativo... (vide texto de Nietzsche)