Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

sábado, 21 de agosto de 2010

Solidão



Falando em solidão


Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar ou passear...
Isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade.

Solidão não é o retiro involuntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio.

Tampouco é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente,
para que revejamos a nossa vida...
Isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio e gente ao nosso lado...
Isto é circunstância.

Solidão é muito mais que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos
e procuramos em vão pela nosssa alma.


E acrescento mais um foco,
no olhar do poeta Drummond,
que nos fala da solidão como sendo um...


"Desperdício"


"Solidão, não te mereço,
pois que te consumo em vão.
Sabendo-te embora o preço,
calco teu ouro no chão."

recebi de uma amiga por e-mail

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Blogagem Coletiva: Auto-estima

Blogagem Coletiva do Blog "Café com Bolo"
da Glorinha L de Lion
Tema: Sentimentos

Hoje: Auto - Estima e Amor Próprio



Nenhum homem é uma ilha.
Estamos inseridos, querendo ou não, na Sociedade, desde o nascimento.
Cada um vem ao mundo inteiramente nú. E, por sermos seres humanos, já começamos a vivenciar um processo de dependência do outro.
Necessitamos de alimento, agasalho e afeto.
Cada experiência nossa com o saciar de nossas necessidades básicas de sobrevivência vai somando, pouco a pouco, facetas do nosso ser futuro.
Creio que o afeto supera as deficiências e medos que nosso pequeno ser trouxe ou vivencia.
Uma criança bem nutrida física e emocionalmente no início de sua vida, terá maiores chances de se tornar mais saudável e amadurecer no tempo certo.

Sócrates filosofa sobre a necessidade do:
Conhecer-se a si mesmo, cantado por séculos e séculos.

Assertiva extremanente verdadeira.
Falsa é a dita facilidade em realizar tal proeza.
Quem consegue realmente se encontrar e saber quem realmente é?

Somos inseridos desde cedo em meio à família, escola, vizinhança, enfim, cada vez mais ampliando nossos contatos com outros seres humanos.
Aí começam nossos problemas...
Só conheci até o dia de hoje "zero" pessoas que se sentem vacinadas contra a opinião do outro.
Necessitamos de aprovação, valorização.

Quando bradamos que:
Não aceito mais ser presa vil desta sociedade desigual,
deste mundo de valores invertidos!
... já estamos demonstrando, com certeza, um enorme esforço de nos libertar.
Mas ainda estamos presos.
Pois se fossemos livres e soltos... nada nos incomodaria.
Quem não tem o mal em si, nem enxerga o do outro!

Meu cão não se importa absolutamente com o que o outro cão pensa sobre ele.
E na verdade, nem com o que seus donos pensam.
Nenhum problema de auto- estima ou menos valia, nem orgulho nem humildade.
Ele É.

Como ando sem opções de programas e filmes na televisão e porque gosto muito,
assisto "O Encantador de Cães", Cesar Milani.
É incrível a constatação de que na quase maioria dos casos que ele soluciona,
quem precisa de apoio psicológico são os donos!
Uma mulher pediu ajuda para resolver um problema do seu cão;
ao ser inquerida se podiam começar na quarta- feira, perguntou, dirigindo-se ao animal:
- Quarta -feira está bom para você. Pode ser?

Amigos... o mundo está doente.
Enlouquecemos!
Somos um quebra-cabeças que aos poucos foi sendo moldado em cima do nosso verdadeiro ser.

Fiodor Dostoievski disse sobre o Homem sem Rumo:

"Todos nós sabemos que um homem que se tenha perdido numa parte desconhecida da cidade, especialmente se for à noite, nunca mais consegue caminhar direito através das ruas. Alguma força parece impedi-lo, a cada momento, de virar para outra rua que encontre seu caminho."

Para sabermos realmente quem somos, é necessário e urgente acender uma luz interior, acionar o nosso GPS interno.
E cada momento que o ser vislumbra um canto escuro de si mesmo e tenta iluminá-lo,
e começa a mudar o seu jeito de ser, apurando-se, refinando-se...
logo, logo aparece o teste, alguém a lhe mostrar um defeito que ele cometeu, quando ainda estava engatinhando, algo que cometeu ontem.
Ou seja, a maioria das pessoas que convivem contigo,
não te deixam ser melhores, por mais provas e boas intenções e esforços que empreendas.
Isso é pessimismo?
Não, nunca!
Constatação!
E o que fazer?
Desfalecer... jamais!

Com a voz de Alberto Caeiro, Fernando Pessoa
já mostrava o quanto é difícil este processo de autoconhecimento:

"Não sei o que é conhecer-me. Não vejo para dentro. Não acredito que eu exista por trás de mim."

Quem nos leva adiante são nossos próprios pés.
Se a cabeça mudou, se o seu coração aprovou...
aciona o Siga!
Não precisamos ficar perdidos para sempre na escuridão
que os outros nos impuseram; e que aceitamos por não "detectar" nossos próprios valores.

Acendamos nossos luzeiros, quaisquer que sejam eles:
Uma pequena chama - avive-a!
Um clarão - corra atrás da sua luz!
Se estivermos adoecidos... busquemos auxílio.
Quem inventou o GPS, foi alguém que já encontrou a solução para algo ou após um dia em que se perdeu.
Acertos e erros. Erros e acertos.
Tentar... intentar superar nossas limitações, ir além dos limites impostos por mim e pelos outros.

Inventemos o nosso guia.
Tudo se resume numa palavra:
Amor verdadeiro e puro a si mesmo!
Muitos igualmente confundem o que é ser humilde.
A Humildade permite que não supervalorizemos nosso ego inflado.

Na experiência terapêutica, analisando os problemas que levam pacientes a buscarem na regressão a solução de suas dores, há que se propor uma reflexão sobre o uso da verdadeira generosidade, da humildade, da necessidade do ser humano de agradar como um ato de submissão aos padrões de conduta socialmente aceitas, o que gera casos de baixa auto-estima.
Uma questão a ser observada é:
"Você sabe reconhecer a diferença entre generosidade e culpa, entre ser vítima e ser egoísta?"

Pessoas que vivem com alto grau de crítica sobre si mesmas, desvalizam suas conquistas. Estabelecem padrões perfeccionistas em realação ao seu desempenho.

A auto- estima tem a ver com processos emocionais e motivacionais.
Tem como etiologia: um ambiente com cultura de baixa auto-estima, o sistema de avaliação pelas chamadas "pessoas- critérios", representadas pelos pais, educadores, religiosos e formadores de opinião pública. Estando aí configurado a necessidade da pessoa a se ajustar aos ditames da sociedade em que vive, sentindo-se nela excluída.

Segundo a Associação de Psiquiatria dos EUA- 1994 - a baixo auto-estima está relacionada a outros transtornos: déficit de atenção e hiperatividade, de aprendizado, de bulimia nervosa, entre outros.

Estaremos nas nossas relações interpessoais e profissionais inseridos em situações em que temas como orgulho, humildade, nosso grau de auto-estima estarão sempre colocados à nossa frente, como um espelho da nossa alma e da alma dos outros seres.

Pois conviver é assim, uma constante troca e aprendizado.

Experimentaremos a frustação de não acertar. Saberemos ouvir críticas sem sentimo-nos vítimas do destino? Como avaliar os demais sem o crivo das nossas imperfeições?




"Pode querer bem aos outros quem não quer bem a si mesmo?"
Erasmo
in "Elogio da Loucura"

"Perguntas-me qual foi meu grande progresso? Comecei a ser amigo de mim mesmo."
Sêneca
in "Cartas a Lucilio"

"Ninguém conhece as suas próprias capacidades enquanto não as colocar à prova."
Publio Siro
in "Sentenças"

"É um péssimo cozinheiro aquele que não pode lamber os próprios dedos."
William Shakespeare
in "Máximas e Reflexões"

"Valoriza-te para mais, os outros ocupar-se-ão em baixar o preço."
Anton Tchekhov
in "Apontamentos"

"Um grande erro: crer-se mais importante do que se é e estimar-se menos do que se vale."
Johann Goethe
In "Máximas e Reflexões"

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Memórias e eu agradecemos!

Imaginem, hoje é me dei conta de algo maravilhoso.
Já tenho hoje mais de 20 000 abençoadas presenças!
Meu Blog teve início em maio de 2009.
Antes tive o Viajantes na Linha do Tempo,
que me trouxe alegrias,
conhecimentos e, principalmente, amigos.
Amigos que ultrapassaram os limites do "virtual".
E que me acompanharam aqui no Memórias.
Maravilhosos seres, iluminados seres...
pois que a amizade soma à nossa aura
raios de infinita luz!
Gente que a gente gosta de estar junto,
de ler suas idéias, saber de suas emoções.



Ontem, conversando no facebook
com uma sobrinha que mora fora do Brasil,
ouvi o seguinte:
- Amo ler teus textos.
Como estávamos a trocar mil figurinhas ;)
dei aquela paradinha,
meio sem entender:
- Que textos?
- O seu Blog, tia, ele me faz bem! Gosto de te escutar!
Fiquei emocionada... com certeza, saibam vocês!

Minha visão de mundo abriga o ser feliz
por um gesto de carinho,
uma poesia que leio,
um sorriso me faz muito bem.
Sempre peço a meus filhos
que não me presenteem com nada caro.
Já me deram dois netos e um que está quase chegando!!!
Tenho tudo que gosto.
Na verdade verdadeira:
adorei o perfume francês,
deliciosamente cheiroso
e um singelo colar de ouro!
(afinal...meu nome é Mulher)
;))

Preciso sim, e muito, de amor!
Preciso de palavras amigas,
a verdade me envolve e acaricia.
Até porque, com esta Lua em escorpião,
Uau, "sinto" e percebo
a mentira antes que se transforme em som!

Entendo bem o que Clarice Lispector
quis dizer com:

"Eu vou te dar um presente. É assim: borboleta é pétala que voa."

Adoro olhar estes rostinhos aqui acima,
meus seguidores! E cada um que entra...
encontra meu coração a esperá-lo!

Obrigada amigos queridos...
mais de 20 000 visitas,
por qualquer motivo que os tragam,
É TUDO DE BOM!!!

Com meu carinho!

domingo, 15 de agosto de 2010

A saga da inveja... capítulo2

Agradeço aos meus amigos os comentários no meu post anterior.
Peço desculpas a quem não fui visitar...
tenho tanto tempo e na verdade, nenhum!

A ponto que ontem, sábado, já endividada de retribuir mensagens no Orkut...
fui com a maior força e vontade!
Escolhi as mensagens mais belas, acrescentei palavras minhas, acho sempre oportuno dizer algo ao amigo, pois senão fica tipo "envio automático" .
Feliz da vida, reparei após que ... tinha enviado Feliz segunda- feira para todo mundo.
Eu pulei, matei, defenestrei o Domingo!!! My God! Logo este dia maravilhoso que é o Domingo!
O que a Inveja tem com isto, Izabel!!!??
Nada, nada... é que eu precisava falar com alguém sobre...

Voltando ao tema Inveja, recebi comentários que sempre agradeço pelos diferentes enfoques e novas visões sobre o assunto.
Já fiz alguns posts com comentários de meus amigos, pois... como só tenho amigo inteligente, na mesma proporção, recebo pérolas de conhecimento e experiências de vida que somam, difícil deixá-las presas naquela caixinha de diálogo!

Posto aqui a mensagem sobre Inveja da amiga "iluminada",
queridíssima, excelente blogueira
e psicanalista de profissão: Regina Rozenbaum,
do Blog " Tô Fora Tô Dentro".
Um ser humano adorável!

A palavra da amiga:


"Andei lendo e vendo a blogagem coletiva e me lembrei que ano passado escrevi, em 16/10, sobre "Inveja e Gratidão" e o mote eram coisas que observava no meu engatinhamento enquanto blogueira:
Já tem tempo que venho observando a dificuldade que as pessoas tem em elogiar o outro seja na aparência, naquilo que faz, nas conquistas, nas mudanças.

Nesse mundo de tanta competitividade se alguém elogia é porque têm segundas, terceiras intenções... E o elogiado mentalmente se pergunta: o que ele quer? Com certeza vai me pedir algo? Reconhecer o esforço, o trabalho e as conquistas do Outro então, nem se fala! Mais fácil apontar aquele defeitinho. E compartilhar o caminho das pedras que você encontrou? Nunca, jamais, em tempo algum. Você que rale sozinho, eu não ralei? Vou te dar de bandeja? Assim? De graça?

Por muitos razões – principalmente minha clínica – venho examinando o fenômeno da inveja. Um cliente me conta que trouxe do interior um colega de infância, abriu-lhe a casa e a família, arranjou-lhe lugar na própria firma, e tudo ia muito bem, quando daí a anos notou que o outro estava fraudando a empresa e tentando arruiná-la. Chamou-o para uma conversa e o amigo fez-lhe revelação dolorosa: sentia-se “sufocado” pela generosidade do outro, tentou ser como ele, imitá-lo. Não conseguindo, resolveu destruí-lo.

Melanie Klein, psicanalista, em seu ensaio “Inveja e Gratidão” nos explica a relação entre os dois sentimentos. E, pode acreditar, ela existe.
Para M.Klein a criança tem, em relação ao seio materno, uma sensação de amor, realização e gratificação, ou um sentimento de ódio, inveja e destruição. Existe um componente oral e anal sádico na inveja. Para outros, como Karl Abraham, o invejoso é um sujeito com problemas mal resolvidos na fase anal de sua formação.

Seja como for, é melhor acompanhar a sabedoria popular e colocar uma cabeça de alho sobre a mesa de trabalho, andar com um ramo de arruda na orelha, porque a inveja e o mau-olhado podem matar.
Como a inveja é uma construção neurótica, o desaparecimento do objeto da inveja não resolve o problema. O invejoso pode trocar de objeto de inveja ou introjetá-lo de tal modo, que a única maneira de matá-lo definitivamente é matar-se a si mesmo, pensando que assim ficará livre do outro, que na verdade é uma invenção dele.

É complicadíssima a cabeça do invejoso, pois não suporta a generosidade.

Agora vejam que problema para o generoso. Como entender que fazer o bem faz mal? E mais: o invejoso carrega “ansiedade persecutória”. Vive inventando que o estão perseguindo, tentando segurá-lo, boicotá-lo. Oh céus, oh vida! E uma das especialidades é o cochicho, as meias palavras, à sombra. Raramente vem à luz. Não suporta o confronto, só de viés.

Quando se elogia, compartilha conhecimento, se é generoso. A energia contida nesses elementos circula e volta, para o doador, potencializada. Tudo flui em grandeza, e aí nem precisa de arruda ou alho, o invejoso sucumbi diante de tamanha generosidade e crescimento. Que tal colocar sua nota de 100 reais no balcão? Circulando...Circulando..."(Regina Rozenbaum)

www.toforatodentro.blogspot.com

Obrigada Regina!
Alegria, generosidade e competência são suas marcas!

E, como ficou comprovado:
A inveja existe mesmo, acrescento duas citações:

Palavras de Herodoto (a inveja é bem antiga):

"Mais vale ser invejado que lastimado."

Palavras de Francisco Quevedo:

" A inveja é assim tão magra e pálida porque morde e não come."

E como hoje é Domingo...

mais esta canção do genial Arnaldo Antunes:

"O Invejoso"

(coloco sem imagens do cantor e compositor pois esta tem melhor qualidade de som)




Reparem nas notas desta canção.
Parecem tão afiadas que nos alfinetam os tímpanos!
;))
Bem típico do Arnaldo Antunes...