Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

sábado, 5 de outubro de 2013

Um dia descubro minha palavra mágica.



A Palavra Mágica 

Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.
Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre.
Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra."

Carlos Drummond de Andrade, in 'Discurso da Primavera'


 Gosto imenso desta poesia. 
Eu sou um ser à procura sempre de algo que me complete.
Se estou insatisfeita comigo mesma?
Não, eu gosto muito de mim.
Minha companhia me faz bem.
Acredito, entretanto, que a caminhada é longa.
E muito há à minha frente para aprendizados e mudanças.
E por entender que nunca nesta vida 
e em nenhuma outra que já tive,
 pelo que me recordo já tive muitas e muitas vidas,
 não  estive completa.
A palavra completa me remete a términos.
E a estar cheia. 
estar como uma taça cheia de vinho é perigoso
pois a qualquer movimento em falso podemos transbordar.
Transbordar melhor só em benesses.
E nem sempre somos benesses. 
Vezes estamos azedumes.

E como sempre estou em mudanças 
ora superficiais ora profundas
não posso contentar-me com essa completude.
Tanto isto tudo é verdade,
que já nasci e renasci para consertar algo que estava com defeito.
Penso, aqui com meus botões místicos e doirados,
que só estarei completa, acabadinha , 
quando compreender totalmente a minha alma.
E, convenhamos, quem já aqui 
neste planeta confuso, alienado e louco,
já se extasiou com a visão da alma .
A alma não mora por aqui, é minha crença!

Meu corpo respira, inspira e expira.
Meu corpo tem falhas técnicas precisando sempre de reparos.
Minha alma pertence ao reino do divino.
E quem aqui já esteve em plena comunhão com o sagrado?
Místicos, gurus, santos?
Aqueles que vão a Retiros e Monastérios,
voltam com um nome santo,
que lhes foram fornecidos 
pelos swamirijis 
ou pelos gurus da excursão?
Não, amigos!

Quem sabe de mim sou eu!
O nosso nome santificado vem marcado em nós.
O nosso nome santo vem pela nossa intuição.
Nada vem de fora.
É como aquele que vai à uma aldeia indígena 
de um povo quase extinto
e vem batizado, tipo:
'Aquele que caminha com o vento'.
ou a 'Grande mãe que alimenta de luz o coração'
ou 'Ventre que acolhe a semente da esperança' .
Bem...

Obs.:
 ... o post está inacabado.
Volto para continuar minha procura... 
No próximo capítulo.
Treine , gafanhoto, a paciência, 
palavra irritantemente necessária e crucial no mundo louco

Paciência.
Autora vai dormir...

Talvez a minha palavra seja IRREVERÊNCIA!!!!!

Um comentário:

Clara Lúcia disse...

Também fico procurando algo por aí, em mim, pra me completar. Mas de tanto procurar, de tanto ir por lugares errados, descobri que o que me completa sou eu mesma.
Essa busca não deve acabar nunca, porque nunca estamos transbordando. Transbordar acho que significa não caber mais anda... e nossa alma é tão infinita, tão imensa, que sempre vai caber algo mais. Ou bom ou ruim. A decisão é nossa.
Esse livre arbítrio às vezes me deixa zonza.... mas o coração ajuda um bocadinho e tudo acaba dando certo.
As coisas vão, outras vêm, e a vida continua, com nossas procuras, nossos encontros e desencontros.

Mainha do meu coração!
Beijos... muitos!