Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Não há mais tempo para sensíveis e inocências vazias




"As pessoas sensíveis 
não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão"
Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem."

Sophia de Mello Breyner Andresen, 

in 'Livro Sexto'
Fonte: Site Citador

 "Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem." 

Sim, já não existe mais tempo
neste mundo para a inocência.

Vivendo em meio ao Caos 
Convivendo nesse dual:
natureza exuberante 
e destruição ambiental 
vil e programada
Pessoas belas, meigas e generosas 
e outras que  perderam a alma nos descaminhos.
Munirmo-nos a cada dia das forças benfazejas.
Refazermo-nos
Trocarmos de vestes
tantas vezes quantas forem preciso.
Manter nosso interior 
firme e forte;
gentil mas eloquente
na defesa de quem somos.
Apascentar mente e coração.
Imbuirmo-nos de fé.
Sim àquela fé que canta.
Não àquela fé que geme 
e se contorce 
temerosa do juízo 
dos torpes deuses 
senhores do mundo.
Acreditar que podemos 
vencer o medo,
esse medo de pensar.
Pensar dói.
Pensar incomoda.
E contra esse medo de ser diferente do mal que existe,
Nunca, jamais acovardar-se 
e calar a voz que grita a liberdade.
Urgente
Necessário 
Ouvir as vozes 
dos que defendem a vida do homem, 
do animal, da natureza e da terra 
que ainda temos e somos.
Sorver o doce gosto
de ainda ser... 
humano.

Maria Izabel Viégas

Um comentário:

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida
Eu acredito também que posso vencer o medo de pensar...
Bjm fraterno de paz e bem