Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

sábado, 19 de julho de 2014

Perseverança





"Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho, descubro que ela retorna vazia.
Não há como não me entristecer e não há como desistir.
Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena.
O coração respingado, arrumo, como posso, os meus sentimentos. 

Passo a limpo os meus sonhos. 
Ajeito, da melhor forma que sei a força que me move.
Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.
Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, sou corajosa o bastante 

para não me acostumar com essa ideia. 
Se gente não fosse feita para ser feliz, 
Deus não teria caprichado tanto nos detalhes, intuo.
Perseverança não é somente acreditar na própria rede. 

Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.
Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar. 

E eu estarei lá na beira da praia, de novo.

- Ana Jácomo -



A vida é bem assim
Feita de mil encantos
Múltiplos desencantos
E desencontros.
Desafios
Sucessos
O que nos faz seguir?
Seguir sempre.
Tentar.
Renovar
Insistir.
Sobrevivência?
Teimosia?
Rebeldia?
Ouvi certa vez de uma cliente,
mulher, 80 anos, 
doente terminal
Que o que a movia
Não era o amor e sim, o ódio.
Custei a crer nisso.
Pensei
Como fica sua alma?
Ela não é feita só matéria.
Após morrer.
A alma sai pelos caminhos dos ventos.
Como serão estes ventos?
No meu entender
questão de fé, 
claro
O ódio atrai tempestades.
O corpo do homem encarnado sobrevive a tempestades.
Mas uma alma sem o corpo que a protege,
como fica?
Uma árvore sem raiz?
Quem a manterá firme?
O ódio a fará sugar o néctar de outras árvores
num vampirismo triste.
Creio que só o amor 
valerá como 
moeda de passagem 
ao barqueiro condutor de almas.

Perseverar é algo que só vale
Se for para nos manter vivos mesmo 
quando nossos corpos se forem.
Perseverar é para os fortes.
Os fracos odeiam.
Os fortes amam 
aqui na terra 
Suas almas livres voam alto em busca de paz no infinito.

- Maria Izabel Viégas -

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