Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Refletindo sobre o sacrifício





Refletindo Sobre o Sacríficio


"Quem luta pelos seus sonhos
trabalha mais que os outros,
se envolve com os detalhes menores,
sofre decepções,
não consegue dormir algumas noites
e, muitas vezes, fica tenso e assustado.

Os outros dizem:
"coitado, olha só o sacrifício que fulano está fazendo!"
E vão para o trabalho, cumprem por obrigação as oito horas diárias,
ficam esperando o final de Semana, e despencam num domingo
cujo principal terror é a segunda-feira.

Entretanto, aquele que dedicou seu trabalho à uma causa maior
sabe o que quer dizer
"sacrifício": a fusão de "sacro" e "ofício",
ou seja, o Trabalho Sagrado.
Então, apesar de todas as dificuldades,o que faz tem um sentido.
Sua Vida não se resume a esperar um final de semana que passa logo.

Quem dedica seu trabalho à uma Causa Maior
tem a eternidade
para deliciar-se com seus sonhos."

Autor: Paulo Coelho

Imagem:
"Homens Trabalhando", desenho de Leonardo da Vinci (1509)

Coração , tu me enganaste.

Meu coração
Não sei porque
Bate feliz
Quando te vê...

Coração leviano
Qual dos dois
O meu ou o teu
se enganou,
nos enganou?
Como um peito cheio de amor consegue se sufocar assim?
Qual a razão de esconder do meu
O quanto sofrias?
Sempre estivemos tão juntinhos.
Um a bailar num dois passos ritmados
Assim, rostos e peitos colados cadenciados
A bater num mesmo ritmo
Que foi que te aconteceu?
Qual dor doeu mais forte?
Foi o meu que saiu do cúmplice passo?
Fui eu que te fiz cansar-te?
Oh minha vida
Quisera eu trocar-me pelo teu.
Quisera que nada te doesse
Quisera que nunca sofresse 
Eu te amo tanto.
'E os meus olhos ficam sorrindo
E pela vida vão te seguindo'
 Quando te vejo assim assim
Comigo aqui ainda a bailar
 Tenho sentido no meu peito
dois corações batendo.
Empresta-me tua dor.
Eu a guardo e carrego
'Por onde for...
Quero ser seu par'.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Vida às nossas florestas!


Para todo aquele
que como eu,
ama a natureza,
do grão de areia ao infinito pó das estrelas!
Li, certa vez, a história de uma tradição indígena,
conto para vocês:

Quando os índios precisavam cortar uma árvore,
faziam uma celebração, um ritual.
Escolhiam uma, 'apenas uma'.
Todos dançavam em torno dessa determinada árvore.
E começavam com paus a bater no seu tronco.
E depois, rapidamente, corriam e se dirigiam à outra e a cortavam.
O porquê?
Pois que eles sabiam que a árvore que eles rodeavam
ficava assustada, aflita
tomada medo da morte que se anunciava.
A pobre árvore escolhida permanecia ali,
alerta e acordada,
num estado de crise, tensa, apavorada.
Enquanto as outras, no entorno, com o susto e medo,
desmaiavam, desfaleciam de tão tensas.

Logo, eles não feriam a que a alma sofria.
Eles cortavam uma que estivesse anestesiada,
não sofresse tanto.
E, aos pés da árvore abatida faziam um canto pedindo perdão!

Será que um dia, nós só abateremos apenas uma,
aquela que se faz necessária, pelos motivos de subsistência?
Que pena, triste evolução do ser humano,
lá no bem longe,
nós perdemos esse contato
com a alma do mundo!

Maria Izabel Viégas

domingo, 20 de dezembro de 2015

Amor sem horas marcadas

"Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada
Assim como as canções, como as paixões e as palavras
Me veja nos seus olhos, na minha cara lavada
Me venha sem saber se sou fogo ou se sou água
Amor, meu grande amor, que chega assim bem de repente..."

(Compositor: Angela Ro Ro)

Toda a forma de amor
Vale a pena
Todo carinho
Vale a pena
Amar é estar juntos
Sem se medir
Qualquer tempo
Ou em qual hora.
É beijar sempre o primeiro beijo.
Carinhos e carícias
Sem horas marcadas
E, se permitido for
Que seja para sempre
Tudo ou Tudo
O Nada não resistirá
À doçura do nosso primeiro olhar.

Maria Izabel Viegas

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Essa tristeza é minha.


"A dor do mundo é grande?
Talvez seja.
Como não há metro para ela, não sabemos.
Mas, ainda que seja grande, curar-se-á aumentando-a com a nossa?"

Fernando Pessoa


Aprecia-me falar do amor.
Se a injustiça se propaga e avilta, solto minha voz aos ventos.
O sorriso, este faz-me bem dá-lo a quem passa por mim.
Pois o sorriso franco é a forma de conversar com o próximo num silêncio.
É repartir alegria, delicadezas.
Fecho-me, entretanto, na minha tristeza.
Essa é toda minha.
Tristeza assim como a infelicidade contagiam.
Aviltam aquele inocente que por nós passa
E que nada tem a ver com nossas mazelas.
Tenho em mim a dimensão da imensidão da dor do mundo
Por exemplo, numa gargalhada feroz e em gritos de embriagada alegria.
Não gosto de aqui falar de mim.
Pois estou triste.
E posso estragar seu dia.
São momentos em que preciso da solidão.
Já o disse: a dor e solidão são minhas.
É como se olhasse o mar.
O mar não me alegra.
Não o amo.
Dá-me tédio.
Pois que meu corpo é todo água.
O mar domina e é distante.
Sempre misterioso.
Vem e bate em minha pele, machuca meu corpo.
A maresia , desde criança, me traz náuseas.
Engana-se quem pensa que piscianos
Adoram o mar.
Alguns como eu, quero -o por perto
Mas que não me toque.
Prefiro o rio, que segue bravio ou calmo
Mas vai enfrentando tudo por onde passa.
E sempre chega a seu destino.
Mesmo que seja seu fim
Morrer no mar.
É sua sina.
Sabe que esta morte não é para sempre.
O sol virá e o transformará em água etérea.
Volitará. Viajará neblina.
E renascerá ,  pura e fresca em outro novo mundo.
Sobre essa agonia, me calo.
Embora meu desejo ardente
É que você , ao ler-me, esteja imerso em alegrias.
Que assim o seja!

Maria Izabel Viégas