Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

sábado, 7 de maio de 2011

Nascer e renascer


E, então, da dor que levei daqui na última viagem,
senti no etéreo a paz misto a um espanto por tanto amor.
Necessário voltar...
necessário ouvir o chamado,
que fez brotar o êxtase,
a vontade de renascer.
Havia a sede de viver de novo!
E a vida futura, o que seria a vida?
O acordar ou a a morte do meu sonho.
Voltar do infinito....
que minha alma ainda teimosa, sôfrega,
não queria abandonar!
O medo.
O que me esperaria aqui,
que sorrisos e lágrimas me esperariam?
Seriam justos, na medida certa dos meus delitos praticados?
E eu, me esqueceria dos desafetos,
os perdoaria, os amaria?
E eu, alma sofrida , saberia usar razão e coração,
disciplina e amor na dosagem adequada e certa?
E eu, alma errante, me amaria como nunca me amei outrora?
E eu, espírito livre, saberia me conformar com as algemas do corpo?
Com sabedoria, me libertaria das paixões antigas?
Saberia encontrar a vida de cabeça erguida,
pronta para reatar os múltiplos pedaços do meu ser eterno?
Até hoje não sei se consegui ainda caminhar sozinha.
Se sou eu, ou é um anjo que me ampara quando caminho.
Encontrei amores, mas sempre
há a vaga sensação do não vivido.
Amar, amei e amo agora.
Sinto, com certa angústia, que não é ainda,
o tanto amor
que vim para dar,
o amor mais que o amor.
Falta um pedaço de mim a despertar.
Que parte é essa, que não consigo desvelar?
Está visceralmente oculta,
num ponto cego,
no mais profundo do meu ser.

Espero tanto descobrir enquanto é tempo...
eu não quero trilhar de novo o mesmo caminho.
Preciso te encontrar,
pedaço errante de mim,
sombra que me acompanha
num não sei onde.
Eu preciso...
enquanto é tempo.
É o tempo,
eu sei,
preciso tanto,
mas eu não sei,
ainda tenho medo
do que me esperará
quando eu voltar,
se ainda haverá
um lugar para mim
no infinito.

3 comentários:

Unknown disse...

"O sol pode-se pôr e renascer; para nós, quando a breve luz se apaga, resta
uma única eterna noite para dormir..."

Beijo meu.

Maria Izabel Viegas disse...

Ai que saudades do meu poeta violeiro!!!
Obrigada querido amigo por trazer a tua beleza, o teu lirismo para cá!
Beijooooos!

chica disse...

Que lindo ,Isabel! Profundo e lindo!

beijos,tudo de bom,chica