Blogagem Coletiva sobre Sentimentos
do Blog "Café com Bolo",
da amiga Glorinha L de Lion
Tema: Orgulho

Quando fito uma rosa sinto o seu frescor.
Ela transmite paixão, amor.
Delicadas pétalas, suave perfume.
Cada cor de rosa tem um significado, segundo especialistas.
Para mim que sou movida mais pelos sentimentos que definições, amo aquelas que me despertam boas sensações.
Prefiro jasmins, o porquê existe, mas não vale aqui dizê-los.
Mas ao pensar no tema Orgulho, me veio a imagem da rosa vermelha.
Todo ser apaixonado as oferece como símbolo do seu amor.
Nos sentimos muitas vezes assim, identificados com as rosas, temos orgulho.
Um orgulho saudável, que nos nutre pois, ao sermos rosas,
sentimo-nos plenos de valores bons e nobres.
Este é um orgulho saudável, é ser honrado:
sente-se Orgulho quando espalhamos
nossas pétalas de sabedoria
àqueles que nos cercam.
Num contraponto existe um orgulho narcisista,
um orgulho cego, que só enxerga a si mesmo, focado no ego.
Este é o orgulho - ápice da vaidade doente.
Orgulho, vaidade precisam de um crivo maior: a consciência de si mesmo.
Rabindranath Tagore, poeticamente, define o universo
do ser que em vez de oferecer rosas nos relacionamentos,
fica enclausulado em si mesmo,
afastando a todos, pois ninguém é melhor que ele.
E acaba numa prisão, frágil, precisando de constantes reparos,
pois é ilusória;não calcada nos seus próprios méritos.
"A Prisão do Orgulho"
Choro, metido na masmorra
do meu nome.
Dia após dia, levanto, sem descanso,
Esse muro à minha volta;
e à medida que se ergue no céu,
esconde-se em negra sombra
o meu verdadeiro ser.
Este belo muro
é o meu orgulho.
que eu retoco com cal e areia
para evitar a mais leve fenda.
E com este cuidado todo,
perco de vista
o meu ser verdadeiro.
- Rabindranath Tagore -
in "O Coração da Primavera"
O orgulho e a vaidade andam de mãos dadas, separadas por uma tênue linha. Precisam de ser avaliadas pela consciência do homem.
É difícil compreender como poderemos ter a consciência do nosso mérito para os outros sem ter uma real noção e consciência dos nosso real mérito.
O ser humano vive primeiro uma vida exterior antes de ter aprimorada a sua visão interior.
O orgulho outrossim é um arqui-inimigo do perdão.
Somos seres que ao conviver, cometemos falhas, magoamos pessoas. E quem só enxerga em si perfeição, por que se desculparia algo que nunca cometeu?
Reconhecer que erramos, que fomos precipitados nos nossos julgamentos e ações exige doses de verdadeira humildade. Sentimos remorsos pelo que fizemos e voltamos atrás, fazemo-nos pequenos, o que para o ser "orgulhoso" significa humilhação.
Perdoar ou liberar perdão não é esquecer o que se fez ou nos fizeram...
é sim, disponibilizar-se a restabelecer os vínculos, os relacionamentos abalados.
Aqueles que se pôem num pedestal preferem romper com os laços afetivos e
em vez de crescer e amadurecer, num exercício saudável e constante
pelo resto de suas vidas.
Desperdiça tempo e amarga seus dias a remoer mágoas desnecessárias.
"Do remorso ao perdão há uma pequena distância, mas o espaço é grande para residir o orgulho. Sentimento este que nos tentará convencer de que o ato de se desculpar ou reconhecer seu erros é atitude dos fracos".
O orgulhoso jamais se fará pequeno perante o outro.
Assim, vai afastando aqueles que o cercam,
ferindo as rosas de amor que encontra na vida.
Como diz Tagore, fica o orgulhoso como túmulo caiado bíblico,
frágil como uma casca que precisa sempre ser retocada.
Triste sina...
Em outro post quero falar sobre um outro tipo de orgulho:
O Orgulho Nacional.
Este ... é um dos mais perigosos na História do Mundo e nos tempos atuais.
Fica para outro dia!