" Eu te procurei, mas não consegui te encontrar;em voz alta clamei por ti no minarete:
Toquei o sino do templo ao nascer e no pôr-do-sol... Eu te procurei por toda a terra;
Te procurei nos céus, minha Bem- Amada,e por fim te encontrei escondida como pérola na concha do meu coração."
Hazrat Inayat Khan, Vedan, Nirtan
Apaixonei-me por estas palavras há muito tempo.
Elas me remontam ao mitológico centauro Quíron, o curador ferido.
Mito que me encanta, pois o meu olhar sempre esteve voltado para aqueles que sofriam.
Dizem que entendemos alguém quando encontramos dentro de nós as dores que nos identificam com ele, quando deixamos de ser um para sermos mais.
Ser Terapeuta pois que eu um dia também estive a procurar a cura de uma dor e aprendi muito nessa caminhada.
A pérola do Amor eu encontrei.
Nesta vida optei pelo Amar, após muitas vidas de encontros e desencontros.Sentia no início de minha vida, uma atração inexplicável pela liberdade.
Vestígios de outras vidas, memórias fortes que me diziam:
- Voa, voa para bem longe!
Aprendi , então, no Agora que Amor não é prisão.
Que amor que aprisiona não é amor!
Muitos sonhos proféticos se fizeram realidade.
E o tanto amor que aprendi a doar e receber, preencheu esta minha vida, me tornando um ser humano melhor!
Estou ainda em busca da pérola da Sabedoria.
Mas...de nada vale sentir e vivenciar o Amor, se não o distribuimos aos que nos cercam.
E o trabalho como terapeuta foi mais uma das preciosas aquisições que encontrei no tempo do agora. Distribuir as sementes do conhecimento terapêutico adquirido e colocá-lo em prática na busca de amenizar as dores, o sofrimento de quem me procura.
E assim posso dizer que, do mesmo modo que o centauro Quíron foi amparado pelo deus Apolo, encontrei, no contato com os Mestres Espirituais, no trabalho com a cura, as pérolas que me faltavam.
Quando iniciei meu trabalho com o estudo e com a prática da Terapia de Vidas Passadas um novo caminho se abriu. A maioria das pessoas vivenciam durante a vida padrões repetitivos desta e de outras vidas e, ao longo do tempo, traumas são acumulados e são expurgados sob a forma de doenças psicossomáticas.
Um caminho em que a cura não se dá sob a forma de milagre é um trabalho terapêutico que exige muita determinação. Temos que estar aptos a bem conduzir esta entrada do paciente na zona do inconsciente, onde estão registrados os traumas e trazê-los à zona consciente para que possam ser compreendidos, transformados em libertação dos vínculos que o prendem ao passado.
Quantas pessoas padecem por medos injustificados, sentimentos de culpa, baixa auto-estima, desarmonia nos relacionamentos afetivos, fobias, pânico?
E na regressão lá encontram os motivos, presos na memória inconsciente, que por estarem sufocados por nós mesmos, tão escondidos se tornam perigosos "inimigos", sendo muitos deles as reais fontes de tanto sofrimento.
Descobri-los , trazê-los à tona é um processo libertador.
Na TVP, cada caso, cada experiência tem o seu tempo certo; o terapeuta deve estar apto a reconhecer os fios cármicos e conduzir o processo sendo "senhor da sua técnica". E ser um profissional profundamente ético.
Perguntam-nos como se sabe se houve a cura; e o tempo que dura uma terapia.
Em nenhum processo psicoterápico se fala em cura.
A comprovação se faz pelos resultados: pela melhoria da qualidade de vida do paciente, pela liberação dos sintomas que o trouxeram até nós.
O tempo , cada paciente tem seu tempo próprio.
E a pérola que tanto é buscada fora de si, no outro, em todos os lugares, sempre estará aqui, bem dentro da concha de nossos corações.
Disto eu tive e tenho certeza, pela recordação de minhas vidas pretéritas, pela libertação de minh'alma, pelos felizes e tristes momentos, pela vida hoje escolhida por mim.
E pelo conhecimento obtido no estudo e na prática da Terapia de Vidas Passadas.
Existe o karma, mas karma necessariamente não é sofrer. E sim viver a nossa programada história. Temos o " livre-arbítrio", podemos efetuar as melhores escolhas.
Mas...essencial é se autoconhecer.
Nós somos o nosso sol, precisamos é fazê-lo brilhar!