Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Não te quero folha, em mim.





"Tu eras também uma pequena folha que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi:
não soube que ias comigo,
até que as tuas raízes atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo."

 - Pablo Neruda


E isso é o melhor para nossa vida,
esta vida que nos coube 
por dever 
ou direito?
Faz-se mister ocupá-la, 
ventre adentro, 
veias compartilhadas 
nos preenche 
vazios do ser? 
Estar-se enraizado a qualquer outro ser,
faz melhor nosso corpo?
E a alma o que nos aconselhará?
Ela que é onisciente.
Pediremos o seu parecer divino, nos momentos certos.
Nascemos com um peso.
Crescemos para dentro 
ou para fora
dos limites do equilíbrio.
Ego nos mostra quem somos.
Ego extrapola nos excessos.
Alma nunca sai do tom.
Ego pode entender a alma.
Fomos destinados a ser gente.
A ser humanos.
Dizem que há humanos que não o são.
Devem ter alterado a fio navalha o direito de humano viver.
O destino me parece podemos modificar.
Permitido 
nos é 
reconstruir, 
recomeçar.
Pesar e repesar. 
Pensar e repensar.
Desconstruir parâmetros.
Criar novos paradigmas.
Reforçá-los ou abandoná-los.
Sentir,
ora,  é preciso!
Abrir  comportas das usinas das águas -sentimento.
Cerrá-las quando urgente 
se faz a dosagem dos exageros.
Somos minimistas ou malimistas.
(existe isto?)
Minimista toma a forma o homem que pouco crê em si mesmo.
Malimista torna-se o homem ao se ver maior do que se é.
O minimista se ama pouco. 
Vê o outro e tudo tão pequeno, pensam menores do que são. 
O malimislista só olha o mal que há 
ou se não há, o inventa.
Será? 
Meios termos são bem vindos, bem há que o diga.
Não quero folhas tremendo no peito meu.
Quero folhas crescendo em mim
brotando a cada primavera.
Minhas folhas trêmulas. não.
Balanceando ao vento
sucumbindo nas tempestades. sim.
Cíclico 
os ires e vires.
renascendo na árvore minha
meu ego tronco
a ser florescer em eu.
Árvores, muitas, ao meu lado,
dançando,
entrelaçadas
nesse universo 
cúmplice e irmão. 

maria izabel nuñez viégas

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