Minhas Memórias
Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -
Amigos Caminhantes...
domingo, 1 de setembro de 2013
É Setembro! É primavera chegando!
Primavera tem bater de coração
não sei porque razão
é meu instinto
Setembro
Traz a mensagem
que a primavera
está pronta
para despertar!
Cantarolando fica
meu coração
nos setembros.
Setembreio
desde agosto
(eita mês tão sem graça)
parece que algo pesado
vai desprender do meu corpo.
Ou será de minha alma?
Não, alma nem se liga nisso!
Alma sempre florida na sua eternidade!
É meu inconsciente,
misterioso embusteiro,
que guarda algo
e não me conta.
Só me assombra nos sonhos.
Onde estou ali distraída.
Fico sempre matutando
o porquê do inconsciente ser tão leviano?
Porque nos ataca quando nos entregamos ao descanso?
Só sei que foi assim
desde que me entendi por gente.
Bem, se é que já aprendi a ser gente.
Tem vezes que sou tão bicho
tão incontrolável instinto
sou águia
sou lobo
sou leoa
sou passarinho
confesso: ando em estado golfinho...
Deve ser a primavera
golfinho é pura alegria
golfinho,
será o tal setembreio
que me envolve em sorrisos?
Algo além do cognoscível
acontece comigo.
Nasci em 21 de março
no Rio de Janeiro,
sou um ser outonal,
pois aqui nesse hemisfério sul
é outono!
Como nasci tão feliz da vida?
Não caía nenhuma folha da minha árvore da vida!
A astrologia me explicou
(como é sábia a astrologia)
A Terra comemora em março
O início do Ano Vernal.
Explode o planeta nos Inícios,
nas sementes a espalhar!
É isso!
Quando eu desci por estas bandas
passei pelos jardins do mundo
vi umas pétalas de flores tão belas.
inocente
não hesitei
surrupiei,
eu era criança
- não foi pecado! -
estavam todos distraídos,
com as coisas do parto,
as coisas do lado
matéria tangível
nem perceberam!
Só sei,
isso me contaram
lá na maternidade
um forte cheiro de rosas
espalhou-se pelos ares.
Enfim, já nasci aprontando!
Será, meu Deus, que já nasci pecando?
Mas eu era só um pontinho pequeninho.
Um anjo arteiro e safado!
O coração da minha mãe sentiu,
eu mandei um recado!
E o coração da Mãe Terra
disse-me baixinho:
- Vai, Maria!
- Vai, Izabel!
Você nascerá
com nome de duas santas,
a mãe e a tia
do Mestre Jesus!
Leva por toda a tua vida
as primaveras em todos os outonos!
E foi assim que tudo aconteceu.
ponto final.
Maria Izabel Viégas
sábado, 31 de agosto de 2013
O dia em que passei a me amar
O dia ou a noite, não o sei, em que passei a me amar.
E eu, que te venerava tanto
morria nos teus encantos.
Descobri um dia
que não existias
Eras um fantasma,
nem sonho eras!
Se me fazias morrer,
tu não me fazias mais falta.
Redescobri que era eu mesma
que tanto me agradava.
Eu era o meu sonho!
Eu era aquela que me completava!
E temerosa de parecer ser sozinha
me escondia atrás de teu rosto.
Um rosto inventado,
um corpo maculado,
Doeu um pouco,
ao sentir- te um nada!
Não se morre de amor,
Vive-se de amar!!
E descobri-me,
ainda a tempo
Há tempo!
Céus,
como eu me amava,
e, por costume,
por medo
ou por solidão,
eu não sabia!
Maria Izabel Viégas
E eu, que te venerava tanto
morria nos teus encantos.
Descobri um dia
que não existias
Eras um fantasma,
nem sonho eras!
Se me fazias morrer,
tu não me fazias mais falta.
Redescobri que era eu mesma
que tanto me agradava.
Eu era o meu sonho!
Eu era aquela que me completava!
E temerosa de parecer ser sozinha
me escondia atrás de teu rosto.
Um rosto inventado,
um corpo maculado,
Doeu um pouco,
ao sentir- te um nada!
Não se morre de amor,
Vive-se de amar!!
E descobri-me,
ainda a tempo
Há tempo!
Céus,
como eu me amava,
e, por costume,
por medo
ou por solidão,
eu não sabia!
Maria Izabel Viégas
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
O que é a morte, poeta?
"A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
existir como eu existo.
A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho."
- Fernando Pessoa -
in Cancioneiro
Se a vida,
essa estrada
mil caminhos
mil escolhas.
há que se ter
direitos
de decidir qual o tempo
de cada estada
de quantos passos preciso
de quantas voltas
a vida
até se chegar ao tempo
de retornar
ao cerne da nossa história.
quantas vidas
eu já tive
aqui vividas
dentro
desta minh'alma.
que eu faço
com todos os espinhos
que eu faço com as flores
e as estrelas que contei
e as sementes que espalhei.
Há que ter na memória
no livro do tempo
minhas glórias
minhas esperanças
meus sonhos não realizados
meus amores
minhas desditas
minhas vitórias.
Assim está escrito:
contabilizado
no mais etéreo
do inacreditável
mundo invisível,
imperceptível
aos olhos
do homem de carne
que no osso
se acabará
no pó da terra
virando poeira de estrelas:
Que eu amei
Fui amado.
Que eu perdi.
Que cai
Levantei
Chorei
Lágrimas de dor.
Lágrimas de amor.
Há que se ter escrito
em letras douradas, azuis, prateadas:
Que eu fui aqui neste mundo
a essência da felicidade.
Tive a glória de ter nascido.
Bastou-me ser alma revivida em homem!
Hei de ser muito feliz
embora não saiba meu destino.
Só sei que não será incerto,
Pois certa me foi a vida!
Maria Izabel Viégas
domingo, 28 de julho de 2013
Da urgência em unir-se ao divino.
Assim falou Kabir:
"Amigo, espera o viajante enquanto está vivo.
Atira-te na experiência enquanto estás vivo...
Aquilo que chamas de salvação pertence ao tempo anterior à morte.
Se não cortas as amarras enquanto estás vivo. achas
que os fantasmas o farão depois?
A idéia de que a alma vai
unir-se ao extático
apenas porque o corpo está podre,tudo isso é fantasia.
O que encontramos agora encontraremos então.
Se nada encontrares agora,
terminarás simplesmente com
um apartamento na cidade da morte.
Se fizerdes amor com o divino agora, na próxima vida
terás o ar do desejo satisfeito.
por isso, atira-te na verdade, descobre quem é o mestre,
crê no grande som!"
- Kabir -
E Buda nos fala em trabalhar com todo afinco possível.
A literatura espiritual pede urgência.
É um paradoxo essa busca da urgente união com o divino
e as experiências nossas de cada dia
com a prática no difícil exercício do viver.
Somos ainda tão infantes, mergulhados
num imenso universo de conselhos de mestres, de filósofos, de sábios.
Somos bombardeados pela necessidade
de adequarmo-nos aos preceitos da sociedade
na qual estamos inseridos.
Como e quem pode dizer-se normal?
O que é a normalidade?
Nosso corpo sofre com as intempéries, padece do calor e do frio.
E, sufoca-nos, quando nos descobrimos, seres bipolares,
presos à fria depressão ou à extenuante quente euforia?
Vivemos submetidos cada vez mais a experiências de êxtases quase xamânicos,
temos premonições, ouvimos vozes que entram invasivas na nossa mente
e nos dizem o contrário do que conceituamos como o "nosso" pensar.
E, temerosos, seguimos os conselhos das vozes
e espantados ficamos quando vemos que "elas" têm razão.
Só nos aconselharam para nosso bem.
Como saber agora, neste momento,
quem aqui escreve por mim.
Sou eu, alguém etéreo ou é a fala de minh'alma que solta-se
e quer que eu me pronuncie com sua voz, que tudo sabe.
E que a cada dia mais e mais eu entre em contato comigo mesma.
E redescubra o tanto de trabalho,
de exercício extrasensorial
que necessito
para "ouvir,
com clareza,
o Grande Som"?
Estarei no meu juízo pleno?
Ou insana falo?
Temos um objetivo a cumprir,
atirarmo-nos na experiência do ser,
libertando-nos das amarras.
Mas qual e quanto tempo que nós temos
para dedicar-nos a trabalho de tal envergadura?
Um ano, cinco, dez, vinte, trinta anos?
Pois que teremos que aprender a usar bem nossos dois olhos,
um a fixar-se neste objetivo - neste exercício transcendental
e o outro a dedicar-se ao trabalho de pesquisar a fundo
quem somos e o que é relevante na nossa vida encarnada.
Difícil tarefa, que nos atrasa a caminhada.
Mas parece que aqui neste plano dimensional é assim.
Não nos iludamos, porém, amigos, há caminhos que não nos leva a nada.
Há que se aprender , por intuição,
por vias do auto-conhecimento.
Reconhecemos os bons caminhos
pela alegria que inunda
ao pisarmos o seu solo, a terra aos nossos pés.
Quando, mesmo tropeçando em pedras,
identificamos o caminho da tranquila paz.
E, outrossim, percebamos que há caminhos
nos quais somos, desatentos,
'empurrados' pela multidão dos conceitos, opiniões e dogmas.
Há muito para aprender.
Há ainda tempo de discernir.
Mas mesmo difícil, mesmo que
sejamos discriminados
taxados como doentes, anormais,
párias num mundo real
(se é que o real existe, se o real e o imaginário não são feitos da mesma matéria )...
não olvidemos de:
"esperar o visitante enquanto está vivo".
Muna-se de confiança
que ele te encontrará,
porque estás aberto a ele.
E tu o reconhecerás
pois ele será semelhante
a ti em essência.
E ambos se abraçarão,
reconhecendo-se como irmãos
ou mestres de si mesmo!
Faz Amor com o Divino agora!
Parece ser esta a chave para os fins e os recomeços!
- Maria Izabel Viégas -
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Você me ouviu ... ouviu... ouviu...
"O principezinho escalou uma grande montanha.
As únicas montanhas que conhecera eram os três vulcões que lhe davam pelo joelho.
O vulcão extinto servia-lhe de tamborete.
"De montanha tão alta, pensava ele, verei todo o planeta e todos os homens..."
Mas só viu agulhas de pedra, pontudas.
- Bom dia, disse ele inteiramente ao léu.
-Bom dia... Bom dia... Bom dia... respondeu o eco.
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
- Quem és tu... quem és tu... quem és tu... respondeu o eco.
-Sêde meus amigos, eu estou só, disse ele.
- Estou só... estou só... estou só..., respondeu o eco.
"Que planeta engraçado! pensou então.
É todo seco, pontudo e salgado. E os homens não têm imaginação. Repetem o que a gente diz... No meu planeta eu tinha uma flor: e era sempre ela que falava primeiro"
Antoine de Saint - Exupéry"
in "O Pequeno Príncipe"
cap. XIX
E ele se recorda do seu tanto desejo de crescer. Era um feijãozinho perdido na sua família, o último a opinar. Todos falavam primeiro que ele. Tudo era tão dividido, queria mais. Sempre a parte melhor não era sua.
E ia ficando para trás, ninguém escutava qual sua cor do carrinho favorita, nem que odiava ervilhas.
- Quem sabe quando for "alguém na vida", ter sucesso, trabalhar, ter muitos bens, serei eu a falar e os outros todos do mundo me ouvirão?
Esquecia que eram muitos, sua matilha não passava fome e que tinha brinquedos e ervilhas. E muitas vozes que lhe falavam. Ele é que nunca aprendeu , talvez, a ouvir.
Ele via o mundo do seu jeit, olhinhos fechados, não conseguia perceber que, sim, na verdade, havia sempre um olhar a ele dirigido, esperando a sua voz.
O homem já feito era o "alguém", saira do ninho.
E foi subindo cada vez mais alto, escalando, escalando.
E a cada lugar que passava , seguia o que ele tinha "percebido" no seu pequeno mundo.
E em cada lugar era só a sua voz que ecoava.
Era só a sua verdade, o seu olhar ... sempre o mesmo.
Já que ninguém o deixara falar que agora, escutassem e se, possível, obedecessem.
E um dia, percebeu o quão triste era a sua vida: cercado de pessoas que só diziam: sim , sim, sim.
Ninguém lhe respondia, apenas ouvia.
Foi isso que lhe ensinaram.
Foi isso que viu com os olhos que trouxe para esta vida.
Olhos que só enxergam a si mesmo.
E veio a mim, pois não suportava mais tanta solidão.
E me perguntou: Por que isso acontece e aconteceu comigo?
E eu, um certo dia, pedi que ele fechasse os seus olhos.
E que dissesse a cor dos meus.
Só!
Ele... depois de tanto tempo, me perguntou, surpreso:
- Eu não sei!!! Que cor tem seus olhos?
Nunca os vi.
Perguntei se ouvira os meus Bons Dias.
Não se lembrava...
Se percebeu há quanto tempo estávamos conversando.
E o que eu lhe falara.
E que eu estava lhe escutando atentamente, há tanto tempo...
Não... nem percebeu.
Ele crescera num mundo seco, pontudo e salgado, pode até ser...
Mas nunca havia tentado parar de ter pena de si mesmo,
e simplesmente, falar:
- Ei, estou aqui!
E quando o fez, buscou subir tão alto, e se acostumara a só ouvir a si.
Assim muitos chegam a nós a reclamar dos seus afetos,
mas nunca pararam para ver a cor dos olhos, nem ouvir opiniões contrárias.
E assim, fomos juntos, numa viagem de volta, de trás para frente,
a redescobrir nas suas lembranças, os rostos, as vozes, a recontar histórias suas...
e ele, de novo, feito pequenino,
num ponto reencontrou o dia
em que o 'seu' menino aprendeu a ser salgado, pontudo e seco,
como pensara que o mundo sempre foi!
Há quem diga por aí que, entre nós, moram pessoas que mesmo juntos a tanta gente, ainda hoje, aqui neste mundo, só gostam de ouvir os ecos seus.
*** Na verdade, essa pessoa existiu e o que ela nunca havia percebido é que , muitas vezes, ela afirmava que pessoas não lhe olhavam, pois "ela"estava sempre de costas,
sempre e a cada vez mais,
olhando só para si.
Julgava o que não via, criticava sem ver, sem ter certeza.
Até o dia que descobriu, num misto de espanto e de alegria,
que morava num planeta pequeno, havia vulcões, sim,
mas nenhum lhes fez tão mal assim, até lhes serviram de assento;
e que lá não morava só uma rosa,
Na verdade morava ela num jardim com rosas multicores.
E que eram lindas.
Precisavam apenas que ela as olhasse,
que aprendesse a olhar
e a ouvir aos seres também!!!!
.
E foi, mais ou menos, assim...
Um dia a vida ensina...
Outro dia a gente aprende...
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