Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Recordando: meu primeiro post in Memórias de Vidas Passadas

Recordando... 
meu primeiro post, 
publicado em 01 de maio de 2009:



A Viagem no tempo

Aqui é o espaço que transborda a crença minha na reencarnação.
Sinto que muitas vidas já vivi, minha alma "desperta" tudo sabe , conhece meu passado, sabe os porquês desta minha encarnação. Por tal há sempre lampejos de recordações que brotam no meu consciente e que me conduzem na estrada nas horas de difíceis decisões; dar um passo atrás e "ouvir a sua voz", minha consciência é minha melhor conselheira. 
O tempo presente é o agora - que num piscar de olhos se torna no amanhã - triste ou ditoso - dependendo daquilo que decido fazer de mim;
meus sonhos são tão reais quanto meu acordar.
Entender os significados de quem está no leme, 
eu - ou o destino imutável?
Não existe passado- presente - futuro.
Tudo estava marcado e está em mim, meu eu interior conhece.
Preciso escutá-lo melhor...
Entender isto é ser mais suave, menos controlador e mais confiante .
Se sonho, sou eu a olhar o que minha alma vê e o que meu corpo deseja,
mas nem sempre pode ou deve fazer. 
Compreender o que posso ter e o que me faz mal, 
aquele fardo que não preciso carregar... 
ter a sabedoria de distingui-los, 
talvez meu maior desafio.

Premonições , sonhos, visões, viagens a outras dimensões, tudo é o real.
O imaginário é a dúvida que consome o incrédulo... este sofre muito mais.

Minha paixão: a VIDA.
Minha crença: todos merecemos a Felicidade.
Meu trabalho: Terapeuta de Vidas Passadas.

Eis -me aqui... vamos juntos alçar os mais altos vôos, ao mesmo tempo que caminhamos na mais segura das estradas?
- Maria Izabel -




Amigos meus...
Estarei afastada do meu Cantinho por alguns dias... 

Neste tempo de espera, 
que tal recordar 
o instante mágico meu do primeiro passo?
Que melhor momento para retornar no meu tempo,  
ao início deste blogue,
que é uma das minhas paixões,
Este Memórias - 
meu "Memórias de Vidas Passadas".
Sou por todo o sempre uma estudiosa de astrologia.
Entendendo os ciclos da vida, decodificando muitos porquês,
ajudando às pessoas a melhor se conhecerem.

E trabalho com Terapia de Vidas Passadas,

por Formação com a Mestra Celia Resende
e registro no SINTE (CRT) 
como Terapeuta Holística (psicoterapeuta).

Trabalho com o mais puro do ser humano, 
com a parte sagrado do meu paciente: 
sua 'alma desperta'.
A transpessoalidade do Ser.
Neste encontro, 
há que ser delicada, 
mãos e palavras de seda,
pois está aqui comigo o teu mais puro cristal... 
teus sonhos, 
tua memória, 
tua realidade, 
tua vida.
Amo isso tudo com desvelo e responsabilidade.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

De alma ...entende o poeta ? Só ele a entenderá?



"Não sei quantas almas tenho"


"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuadamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é.
Atento ao que sou e vejo.
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só.
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
releio e digo: "Fui eu?'
Deus sabe porque o escreveu."

Fernando Pessoa


Emociono-me ao ler o poeta, pois numa só vida se fez muitos, pois era preciso. 
Um era pouco para a luta, vários poetas poderiam vencer. E ficar na memória ancestral,
 na memória do povo que o soube entender.
Muito se fala nos heróis, filósofos, grandes mestres... 
esquecidos de que hoje eles cultuados o são. 
Mas nem sempre assim o foi...
Quem hoje aplaude o poeta, o mestre, o filósofo pensador, o herói - suportaria as críticas mordazes, o abandono em que na sua época foram relegados?
Tomaria a cicuta com Sócrates? 
Ser hostilizado pela sociedade, pela Igreja assim como Galileu Galilei?
Louco era Francisco - o de Assis - pois suas posses, seus trajes abandonou!


Cada pensamento, cada descoberta científica, cada modelo de sociedade 
não é sucedente linearmente no tempo adverte-nos Foucault. 
Muitas décadas, séculos separam paradigmas.
Hoje reunimos num só bloco - todos - de Aristóteles a Einstein,
 como se tudo que tivesse sido dito ou inventado, partisse de uma única fonte. 
Parece que todos se conheciam.

O que nos faz ou nos traz esta idéia atemporal?
O que será?

Eis que a verdade sempre foi trazida a nós por vários mestres.Entretanto, muito atraso houve pela religião e pelo poder que não permitia aos menos afortunados a gnose, o conhecimento; constituindo-se assim um dos "piores instrumentos de tortura": 
o véu da ignorância, o aculturamento do povo.
A triste e eficaz vulgarização de crenças que submetem o pensamento do homem ao não raciocínio, ao materialismo cruel. A um poder que se submete por inocência ou por astúcia -

 para cada lobo, mil cordeiros.

Vivemos numa época em que a alma não é mistério, ela existe. 
Adoecemos por dores d'alma 
e somos tratados  com fortes remédios, com psicotrópicos,  
pelos doutores que da cura da alma nada sabem, 
apenas a entorpecem. 
Cuida-se do corpo, não da alma.

Precisamos acreditar que novos paradigmas estão aflorando, 
eis aqui o Homem Holístico: corpo e alma necessitando de cuidados.
Paradigmas científicos newton-cartesianos são necessários, muito há a aprender com eles. 
Apenas se deve dar voz a novos paradigmas que surgem, não só na religião, 
mas nas ciências....
Há novas descobertas, a química, a neurociência, a Física Quântica... 
o Universo não é mais "invisível aos olhos" 
e o homem é mais corpo.
É mais, é alma!
E alma, entende-a os loucos, os místicos , os poetas e uma nova gama de cientistas que têm olhos e a visão aguçada e lúcida, transcendentais..

De alma entende o poeta, 
o Fernando, o Pessoa - os Pessoas!
Todas as pessoas que dialogam com a alma.

E porque ao ler este poema de Fernando Pessoa me reporto a tais "viagens"?
Estou lendo alguém que nos fala de uma luta civil, contra a ditadura da ignorância.
Estou frente a alguém que descreve a Alma do homem de modo soberbo.

Ao lê-lo lembrei-me de como me senti ao fazer regressões a minhas vidas pretéritas. 

Somos viajantes em muitos eus no aqui e no agora, 
pois somos o somatório de muitos personagens vividos pela nossa própria alma. 
Muitas vezes no retorno das "viagens", reconheci aqui e ali, falas , pensamentos, ações que tenho desde pequena onde eu nada sabia, só sentia.
O feliz ou o doloroso conviver com pessoas que foram partes marcantes de outra vida e que era necessário o reencontro.
Aparar minhas arestas, não as do outro, eis que a vida é minha, o condutor desta alma sou eu. 
A mim cabe mudar , não consigo mudar o outro. 
Posso sim, pelo meu comportamento, meu poder decisório nesta vida, 
transmutar incompreensões em momentos de harmonia.

Muitos me perguntam: por que encontrei tal pessoa, 
se ela não faz nem deve entrar mais no meu palco; 
já estão a postos e bem afinados todos os atores. 
A peça faz sucesso e sou feliz!
Por que exatamente agora ele ou ela apareceu?
Pense...
reflita... 
se este personagem não te faz falta , ame-o, sorria para ele 
e deixe-o ir, ao encontro da felicidade assim como você a encontrou. 
Ele talvez seja o passado que você reconheceu como tal;
ele simplesmente não te reconheceu. Deve partir, um olá e adeus!

Por tal a astrologia é para mim, com seus trânsitos planetários e ciclos de vida, uma revelação do autoconhecimento e reforma interior.
Ela nos mostra que num determinado trânsito, tipo de Netuno ou Urano,

 é melhor não tomarmos decisões, há possibilidades infindas de estarmos envoltos em névoas ou, irresistivelmente, propensos a rupturas.
Mas as mudanças e rupturas são descritas no nosso mapa, não afirmada ou confirmada no de outrem.
Cautela e paciência são alguns antídotos para precipitações.
A culpa de nossos desatinos não está nos planetas e sim, na nossa releitura da vida.
Só se acaba aquilo que "realmente" aconteceu. 
Só morre o que nasceu...
ou então era falso e se acabou. 
As escolhas são sempre nossas.
Os astros apenas abrem oportunidades cármicas para que nos testemos na nossa convicção ou não. Ou para que tomemos nossas decisões mais acertadas e firmes para novos começos e finais.
Amo a astrologia.
Assim como amo a crença nas reencarnações.

Como diz o poeta:
"Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é.
Atento ao que sou e vejo..."

Ao nascer vestimos um envoltório que nos faz 
e traz memórias que precisam ser recordadas pois é este o carma a ser trabalhado. 
Ao morrermos nos despedimos e partimos , novos aprendizados; 
e assim sucessivamente, vamos indo e vindo, com o objetivo maior 
de nos tornarmos uma alma pura. 
Liberta de imperfeições.
Nosso destino?
Ser parte da centelha divina que nos criou e subir sucessivamente 
a dimensões mais etéreas , mais sutis.
Ser mais próximos da Criação.
Ascensionar.
Ser um ponto de Luz!

*** Post buscado nas memórias do Blogue Memórias de Vidas Passadas. 

Anteriormente publicado em maio de 2009.

domingo, 25 de novembro de 2012

Minha preta velha Cambinda, clara é tua luz!




O meu amor e carinho à minha Vovó Cambinda,
que guiou os passos de minha mãe Maria e que me ampara em todas as horas da minha vida.
Bênção, minha Santa Guia Espiritual!


"Todas as Vidas"

"Vive dentro de mim
uma preta velha
de mau- olhado,
acocorada ao pé
do borralho.
Benze quebranto
Bota feitiço…
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo…
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d’água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde
de São-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha…
tão desprezada,
tão murmurada…
Fingindo ser alegre
seu triste fado.
Todas as vidas
dentro de mim:
Na minha vida -
a vida mera
das obscuras!"


poema: da magnífica Cora Coralina

sábado, 24 de novembro de 2012

Ainda podemos ser personagens vivos na Transição do nosso planeta.



O nosso planeta sofre a dor do esquecimento.
Vagamos perdidos sem mais saber ler a mensagem das estrelas.
Perdemos o contato com Deus.

Li há muito tempo sobre o desaparecimento de Deus.
Fiquei ensimesmada, não era mentira,
estava na Bíblia, eu vi.
Que no Início do Mundo
 Ele falava com Adão e Eva.
Soube-se que expulsou os dois do paraíso.
E que em Gênesis 9: 1 ao 6,
Deus fez um acordo com Noé,
Abençoou-o e aos seus filhos.
E um dia voltou e falou à Moisés,
indicando-lhe as regras que seriam a Salvação do homem.
Ditou-lhe os Dez Mandamentos.
Ninguém o via, só Moisés o escutou.
E  Moisés precisou ser firme.
O homem  queria o maná e nada fazer para merecê-lo.
E o Deus virou austero com o povo desobediente.
Alguns profetas começaram a receber mensagens de Deus.
Era a fala indireta.
Não mais Deus aparecia, nem se ouvia a Sua Voz.
Eram os mensageiros alados que mostravam as ordens de Deus.
Até Maria, Nossa Sagrada Mãe, recebeu a visita de um anjo, não a fala direta de Deus.
'Tudo que falo não invento,
gravado está na Bíblia Sagrada.

Hoje chegaram outros mensageiros.
Uns iluminados e outros nem tanto assim,
gurus, modernos profetas que trazem as notícias,
mas sempre a palavra é do homem.
E muitos falsos profetas estão a proliferar
mensagens sem credibilidade alguma.
Será que Deus cansou-se do homem?
Isso seria terrível.
Perderíamos o nosso Norte.
Ficaríamos órfãos.
Deixaríamos de ser irmãos, pois é a Paternidade Divina que nos faz irmanados  em fraternidade.
E em Jesus nascendo, trouxe nova mensagem renovadora,
trocando a austeridade pela caridade e amor.
Deus era Pai de Jesus
e Ele, o Mestre nos fez seus irmãos.
Nada exigia de nós, só que cumpríssemos a lei antiga.
Acrescentado um ponto:
Além de amar ao Pai Nosso sobre Todas as coisas...
bastaria Amar ao próximo como a nós mesmos.
Só isso. E dar exemplo com as nossas ações.
Isso era demais para o homem!
O  rude homem condenou-o à morte.
E neste dia fez-se trevas.
Neste dia novamente nosso planeta mais adoeceu...

Hoje estamos entre duas Eras,
a de Peixes e a de Aquário,
numa Transição Planetária,
 algo espetacular, momento de tal magnitude
que extrapola nosso entendimento
pela força celestial que estamos a receber.
Deveríamos exultar em ser personagens desta fase da História do Planeta.
Muitos dizem que viveram na época de Cristo,
brincam, quando sofrem algum penar,
e proferem estas palavras doentias:
 "- jogamos pedras na cruz"!
Que triste lembrança, 
se assim o fosse a alma estaria tão marcada a ferro e fogo,
como atentar contra a vida do mestre e ser leviano a falar.
O mundo anda doente, esquecido de dialogar com a alma.

E como vivem os homens aqui nesta crosta terrestre?
Uma pessoa vive lá longe na China mora sozinha,
insatisfeita, tem fome e não verte uma lágrima.
Não chora porque de nada mais adianta. Suas lágrimas secaram.
Outra, que mora ao meu lado, perdeu seu amado e vive a chorar.
Acreditava na vida e a vida a traiu, levando o que era seu por contrato.
Soube de algumas que têm tudo na vida, bebem com fartura.
Parece que é para esquecer que são solitárias num salão repleto de gente.
Essas tem vestes ricas mas sempre sentem-se nuas.
Não choram, só gritam, uivam, cantam frenéticas.
Esperam espantar a sua dor.

Nosso planeta adoeceu e ninguém percebeu.
O nosso planeta sofre a dor do esquecimento.
Onde se encontra o Livro das Memórias Perdidas?
Fiquemos um pouco do nosso cada dia em silêncio.
Fiquemos na serena Meditação do Silêncio.
É no Silêncio que Deus e o Mestre se revelam a nós.
Na palavra não dita.
Ouve a palavra do irmão que ao teu lado procura uma prece.
Ora com ele e por ele.
Divide o teu pão.
Ama o amor que Deus te dá cada momento.
E muda a História do Mundo
que ainda estamos escrevendo.
Ainda temos tempo.
Ouça as palavras do Mestre Jesus
que ainda ecoam no Silêncio do Mundo.
Só precisamos abrir o nosso coração.
Curando a nós mesmos,
acabamos com esquecimento
que os homens doentes espalharam pelo mundo.
Curaremos o planeta,
seremos personagens ativos
E vivos, perenes, lembrados
através dos Tempos nesta iluminada transição.
No futuro, talvez
aqui ou numa estrela,
leremos, melhor, encontraremos
o Nome da nossa Alma!

Maria Izabel Viégas

Ressaltando que o texto meu não é um resumo, nem de longe do livro que li,
como é extremamente uma rica fonte de pesquisa, cito-o:
"O Desaparecimento de Deus" - um mistério divino.
autor: Richard Elliot Friedman
edição de 1995 -
Imago Editora

Friedman, R. Elliot, segundo consta na obra,  é professor titular de hebraico
e literatura comparada e ocupa a Katzin Chair na Universidade da Califórnia. É
 doutor em teologia por Harward e professsor visitante em Oxford e Cambridge. Foi bolsista do American Council of Learned Societies e é membro do renomado Biblical Colloquium. É autor do livro Who wrote the Bible.

Encantei-me com seu amplo conhecimento, cito um dos comentários sobre a obra:

"Um trabalho encantador e inteiramente novo de argumentação teológica e reflexão religiosa desenvolvido por um estudioso da bíblia que escreve com a pena de um anjo. Friedman explora mistérios profundos das Escrituras, da filosofia, da teologia, da história e da ciência em busca de sensibilidade religiosa para essa era de renovado contato co o deus vivo"
Jacob Neusner, professor - pesquisador de Estudos religiosos, University of South Florida

"Com uma mostra assombrosa de conhecimento profundo apresentado com extrema leveza[...], Friedman aborda as questões morais e religiosas fundamentais que confrontam o atual mal-estar e a futura sobrevivência da nossa espécie. Se ouvirmos, haverá esperança."
H.G.M. Willimson, professor titular de hebraico, Oxford University

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Congresso Internacional do Medo, comparecerás?





Congresso Internacional do Medo

"Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, 
que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, 
nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, 
o medo das mães, 
o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores,
o medo dos democratas,
cantarmos o medo da morte 
e o medo depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos
nascerão flores amarelas e medrosas."

autor: Carlos Drummond de Andrade,
do livro Antologia poética.


Você tem medo do quê?
Você tem fome do quê?
Você tem sede do quê?

Eu já tive tanto medo...
Medo de perder meus pais
E eles já se foram.
Que adianta ter medo das coisas que não podemos controlar?
E depois do medo e da dor da partida,
aprendi que eles não se foram,
eles partiram para outro plano,
mereciam mais chances.
E os sinto aqui tão perto,
moram em mim,
nas minhas ações
nas minhas virtudes,
na minha força
na minha palavra
na minha honra!
São suaves presenças,
sopro de lembranças - vida!

E eu aqui no mundo fiquei
a agarrar-me a outros medos.
Pura perda de energia e tempo.
Até que fui, pouco a pouco,
aprendendo
que só posso plasmar
a bem aventurança.
Orar para que na vida minha,
nunca me falte a coragem,
de olhar o medo de frente
e deixá-lo sozinho.
Saio, deixo a porta aberta
Ele que vá procurar seu rumo!

De medo não morro, se morro , era a hora!
De fome não morro, aproveito e emagreço!
De sede não morro, tem a água da chuva, viro passarinho!

Penso que meu único medo
é deixar de amar.
Então me lembro
do grande e universal segredo:
o coração que já amou
nunca desaprende,
nunca esquece.
O amor depois que entra
passa a ser o dono da nossa vida,
ad eternum, por todo sempre!