Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Congresso Internacional do Medo, comparecerás?





Congresso Internacional do Medo

"Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, 
que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, 
nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, 
o medo das mães, 
o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores,
o medo dos democratas,
cantarmos o medo da morte 
e o medo depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos
nascerão flores amarelas e medrosas."

autor: Carlos Drummond de Andrade,
do livro Antologia poética.


Você tem medo do quê?
Você tem fome do quê?
Você tem sede do quê?

Eu já tive tanto medo...
Medo de perder meus pais
E eles já se foram.
Que adianta ter medo das coisas que não podemos controlar?
E depois do medo e da dor da partida,
aprendi que eles não se foram,
eles partiram para outro plano,
mereciam mais chances.
E os sinto aqui tão perto,
moram em mim,
nas minhas ações
nas minhas virtudes,
na minha força
na minha palavra
na minha honra!
São suaves presenças,
sopro de lembranças - vida!

E eu aqui no mundo fiquei
a agarrar-me a outros medos.
Pura perda de energia e tempo.
Até que fui, pouco a pouco,
aprendendo
que só posso plasmar
a bem aventurança.
Orar para que na vida minha,
nunca me falte a coragem,
de olhar o medo de frente
e deixá-lo sozinho.
Saio, deixo a porta aberta
Ele que vá procurar seu rumo!

De medo não morro, se morro , era a hora!
De fome não morro, aproveito e emagreço!
De sede não morro, tem a água da chuva, viro passarinho!

Penso que meu único medo
é deixar de amar.
Então me lembro
do grande e universal segredo:
o coração que já amou
nunca desaprende,
nunca esquece.
O amor depois que entra
passa a ser o dono da nossa vida,
ad eternum, por todo sempre!

Um comentário:

Bloguinho da Zizi disse...

Aiiii que medo!!!
Maria Izabel, sempre fui muito medrosa. Quando criança era a arma dos pais para que os filhos não fizessem besteira fora dos olhos deles.
Medo do escuro, do bicho papão, do homem do saco, dos ciganos que passavam pelo bairro. Tantos foram que tinha medo das sombras que a luz da vela criava nas paredes. Meu Deus, como sofri. Daí cresci e outros medos criei. Da perda dos pais. E assim como os teus, eles se foram e ficou a saudade. Adora tenho outros tantos medos que me causam pedras nos rins e miopia. Que manda ser medrosa!

Bom te ler!

Beijinhos