Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Dia 25 dezembro, a data em que Jesus dividia a festa com o aniversário da minha avó!




Consegui abolir de minha vida a loucura do comércio das festas natalinas, mas não sem ter que romper com exigências dos que me cercavam.
Fui menina criada num ambiente em que se necessitava, e eu percebi desde cedo, a ir além do momento Natal.
Não era ruim, era até a grande festa, mas não o aniversário de Jesus.
Era a comemoração mais esperada por meu coraçãozinho ansioso, pequeno passarinho preso ainda numa gaiola branquinha, toda cheia de esperança;
era a espera contada dos dias do aniversário de minha avó.
Ela, tão cercada, amorosamente rodeada por seus filhos e netos, a verdadeira heroína.
Não havia espaço para Papai Noel, dele sabia-se que era mito.
E, sinceramente, era uma reunião tão amorosa e alegre, que Jesus simplesmente perdia para minha avó Izabelita.
Não precisavam presentes, árvores nem bolas.
Enfeites eram as presenças, a nossa presença.
Era ela a rainha da festa,
por coincidência, mais tarde, descobri que Jesus nasceu no mesmo dia!
E, pensava a menina pequenina, como Jesus deve ter ficado contente por nascer no dia dela!
Não se falava em religião.
Era uma festa, cantava-se, dançava-se, comia-se comidas gostosas.
Dividia-se o pão.
E isto era bom.
Ria-se com piadas dos nossos tios, casos lá do passado, memórias dos antepassados
Nós, os pequenos, brincávamos.
Bem, eu sempre tive a mania de me afastar das crianças, embora eles estivessem juntas.
Surgia uma chance, lá estava eu a sorver a palavra dos mais velhos.
Natal era escutar as histórias dos meus ancestrais.
Abraçada ao meu pai, tinha o privilégio de ouvi-lo falar sobre coisas muito mais importantes.
As  mulheres faziam a comida colocavam a mesa farta e serviam aos homens
E, sinceramente, os assuntos delas entravam e saiam da minha cabecinha.
Que me interessava como se fazia aquele quitute!
O dia que eu precisasse fazer, eu faria!
(e assim foi, ninguém me ensinou a cozinhar, quando precisei fazer, eu sabia)
Mas quem mais abriria o Livro Sagrado da minha Clã?
Quem mais me falaria das minhas raízes?
Isso era imperdível.
Anos depois ao estudar o Evangelho,
 li que Jesus admoestrou Marta,
que reclamava que a ela ficavam os serviços pesados de cozinha,
enquanto sua irmã, Maria, sentava aos pés de Jesus
a ouvir-lhe os ensinamentos somente reservado aos homens.
Às mulheres, a cozinha!
Aos homens o prazer da cultura, do diálogo!.
E Marta ouviu de Jesus:
Marta, aquieta-se, faz o que quiseres, mas faça com gosto sem exigir de outros que sigam a sua servil e amorosa tarefa de nutrir os homens e ao próprio Jesus.
Deixe Maria,  está a sorver o melhor da festa, delicia-se com a melhor parte do bolo:
O Ensinamento do Meu Pai,
que está nos Céus e me enviou
para que o seguíssemos.
Faça o que quiser,  sem culpar Maria,
a escolha dela é ouvir  Minha Palavra.
Aquiete-se, não a julgue.
E quem ensinaria a Maria quando Jesus se fosse?
Como perder a oportunidade de ouvir a História do Pai de Jesus,
a mais incrível História da Clã dos Homens da Terra?
Vi que sigo ainda Maria.
Embora saiba fazer tudo que Marta fazia.
O Natal meu foi se modificando a cada transformação da menina em adolescente e mulher.
Hoje liberta estou de presentinhos (tenho o ano seguinte para dar o que é preciso),
de compras loucas consumistas, de desejar um Natal Feliz.

Desejo aos meus amigos que aqui comigo estão,
uma Vida toda à sua frente 
plena de alegrias e graças.
Desejo que o mundo siga 
os Ensinamentos  do Cristo 
no Sermão do Monte,  imenso esplendor e beleza, 
resumo de todos os princípios éticos - morais,
que com certeza teria unido 
e um dia unirá, assim eu creio,
todos os Homens de Boa Vontade:

" Vóis sois o sal da terra.
Mas se o sal perder seu próprio sabor
e se tornar insosso, que fará com ele?
Para nada servirá e as  pessoas o atirarão fora, por inútil.
 Vóis sois a luz
que clareia o mundo.
Não se pode ocultar uma cidade iluminada no alto da montanha.
Também não se acende 
uma lâmpada para escondê-la debaixo da mesa
ou dentro do armário.
Ao contrário, nós a colocamos 
em lugar onde possa oferecer luz a todos da casa.
Assim, portanto, que vossas 
obras sejam como lâmpadas que a todos iluminem.
E ao ver tais obras, as pessoas sejam levadas
 a reconhecer a presença de Deus."

- in Sermão do Monte ( Evangelho de Mateus)


Meus amigos amados, que nestes dias saibamos ser o sal da terra que nunca se corrompe!
Que mostremos ao mundo a luz que habita em nossos corações.
E que, nunca a escondamos debaixo da mesa ou dentro do armário.
Que brilhemos a nossa Luz iluminando o caminho dos que ainda estão à procura.
Que nossa luz se reúna 
às luzes dos Companheiros Viajantes
como nós ainda o somos aqui na Terra..
E que, juntos, iluminemos para sempre a nossa cidade!!!

Feliz Vida!
Abençoados sejam os seu dias!
Que brilhe a sua luz por todo o sempre,
 iluminando todas as mentes que duvidam e corações que sofrem !

 - Maria Izabel Viégas -

3 comentários:

Eliane disse...

Feliz Natal Maria Izabel!!!!!
Um beijo grande da Eliane.

Maria Izabel Viegas disse...

Eliane,
minha querida,
obrigada sempre.
Grata pela sua presença amiga.
Feliz Natal
e Um Ano próximo pleno de felicidades!
Que Deus abençoe a você e à sua famila!
Beijos no seu coração.

Clara Lúcia disse...

Mainha, sabe que esse ano nem montei árvore de Natal? Só o presépio, que preciso trocá-lo ano que vem...
Esse ano a festa é pra Jesus, sem papai noel e nem gastança e desperdício de nada. Tá um ambiente tranquilo, em paz, sem brilho, sem pisca-pisca... apenas Jesus esperando pra se aninhar no ninho simples, ao lado de Maria e José...

Na minha infância, enquanto meus avós ainda eram vivos, todos se reuniam e era assim também. As mulheres na cozinha e os homens na varanda, bebendo e rindo muito, discutindo sobre tudo, gritando... depois aquela comida maravilhosa, simples, mas caprichada, um brinde ao Natal e depois a comilança.
Que delícia recordar tudo isso...
Saudades demais de minha avó...

Te desejo, minha mainha, um Feliz Natal e um Ano Novo maravilhoso, bem iluminado, com inspiração, tranquilidade e tudo o que lhe faz bem. Pra vc e pra sua família, muitas bênçãos de Jesus!
Amém!

Beijos