Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Uma sessão de regressão... a minha floresta


Aconteceu comigo há alguns anos...
faço meu relato.

A TVP envolve uma série de procedimentos, aqui não vou especificar todos.
Muitos têm medo de "dormir" e não voltar a si.
É o estigma do imaginário que cerca a hipnose.
Já ouvi testemunhos de profissionais sérios, que fazem uso da hipnose;
no caso, por exemplo, de um cirurgião - dentista que em pacientes com impossibilidade de uso da anestesia ou por pânico, se submeterem a este tratamento com sucesso.

Numa sessão de regressão a vidas passadas usamos uma hipnose leve, em que o paciente tem controle de si. Não fica em hipnose profunda.
Por tal é de eficácia comprovada e nada há a temer pelo paciente em regressão.
Claro que temos prévios cuidados como terapeutas:
fazer uma anamnese numa sessão inicial,
observando atentamente que tipo de problema psicológico o traz a nós.
Analisar atentamente seu estado de saúde, problemas cardíacos é fator preponderante de não realização da regressão,
e se é portador de alguma psicopatia mais grave .
Qualquer dúvida por parte do terapeuta, recorre-se a um psiquiatra(profissional mais indicado para tal diagnóstico), caso percebamos sintomatologia que aponte para desequilíbrios mais sérios.

Começar a trabalhar as linhas condutoras sintonizadas pelo material psicológico trazido, seus traumas, suas "dores da alma".

Começando meu relato abreviado:

"Faço um relaxamento, aos poucos entrando em hipnose... seguindo os comandos de meu terapeuta, visualizo uma ponte.
Ouço o seu comando, uma contagem ressessiva... sua voz pausada, calma, suave.
Meu corpo vai ficando pesado... mas não estou dormindo, sinto-me entrando em outro tempo-espaço.
Onde estou?
Na ponte...
Há um rio, não... não quero atravessar o rio. Sinto medo.

Pergunta-me se vejo meus pés.
Sim, meus pés descalços, são pés femininos, sim. São "meus pés" - da mulher que sou agora... Sigo, a cada contagem , vou mais e mais me distanciando ...
A ponte é de madeira, estou só...

Já não estou mais nela.
(Interessante, estou em pé ... e meu corpo físico ali deitado).

Pergunta-me onde estou, se atravessei a ponte.

Sim, não há mais ponte alguma.
Meus pés? Olho, são pés de um homem...
Não consigo saber quem sou...
Outro comando:
já estou em outro lugar:
sou um jovem,
uso botas de couro leve...
O terapeuta pede que eu olhe e descreva onde estou.
Não sei... só sei que quero sair dali...
Não lembro bem o que me diz , mas vou seguindo sua voz...
me conduz: "não tema, nada te acontecerá"...
Sim, sei que sou eu a mulher de agora, mas ali "sou aquele jovem".
Paralisado fico, vejo uma floresta de árvores altas , troncos retos.

O que vê?
... só as árvores.
Páro. Não consigo respirar,
tenho medo, muito medo.

Medo? De que tem medo?
Não... não... não.
Meu coração pulsa mais forte.

Ouço a voz do terapeuta , dizendo sempre meu nome de agora, não tema.
Isso já passou... fica "tranquila .

(* atentem, dirigia-se a mim, usando meu nome: que "eu" tranquila ficasse - isso é feito para trazer o paciente ao tempo agora, quem estava ali era "eu de agora" em regressão)

Olha. Reconhece esta floresta?
Sim! Eu andava nela, sei todos as suas trilhas...
Quer entrar?
Não. não.
Vejo névoas, não entro pois nada enxergo...
Vê alguma pessoa? Não, aqui do lado de fora, estou só.

Novos comandos.
Agora ouço vozes , são jovens como eu, um grupo, velhos amigos de infância, lutávamos juntos... angustio-me.
Lutavam ?
Sim, mas não com armas... éramos as "vozes".
O que dizem?
Nao sei, não quero escutar.
Páro à frente duma imagem como a acima.
Só vejo o nevoeiro, as vozes e um profundo pesar... por que estou triste e não choro?
Continuo parado(a) , não quero entrar nesta névoa...
Sofro muito, não choro, doe-me o peito...
arrependo-me... falo.
Arrepende-se... ( o terapeuta me diz)
Sim, muito... não quero falar...
Quero sair daqui.
(*vezes é impossível olhar... tal o sentimento de culpa que nos invade)
Novos comandos, ir mais à frente.

(Entendemos após que minh'alma não estava preparada ali para ver o que aconteceu.Tudo tem seu tempo...)

E num momento - tempo- luz, já ultrapassei a floresta.
Minha idade? 25 anos. Sou um homem "feito", desiludido... casado, com uma mulher que detesto. Ela quer ter filhos...
Nunca! Nunca terei filhos com ela. Casei-me por interesse.
Sou agora um destes poderosos que tanto lutei contra.
Desprezo-os, consegui tudo que quis, tenho mais que eles... sou só.
Nunca terei filhos, ela que os tenha com quem quiser.
Dou-lhe a riqueza, mas amor... nunca.
Meu amor ficou lá atrás, na névoa da floresta...

Novos comandos.
Sou um velho enrijecido, solitário e triste. não quero viver...
tenho 40 anos, sou um velho.

Minha última visão, nesta sessão, voo a galope mata adentro....
amo meus cavalos, minhas únicas paixões.
Cavalgo ... páro num local que sei ser perigoso.
Entro na mata, desço... espero, não sei o quê.
Sinto, de repente, uma dor terrível.
Dor real, no meu corpo físico... na coxa. Dói muito.
(*senti dores fortíssimas na minha coxa)

Novamente o terapeuta me tranquiliza... não lembro suas palavras;
estranho, estou calmo... espero friamente;
era o que eu merecia, morrer, tenho culpa;
Não consigo viver com a culpa.
Perdi no passado os meus ideais de luta.
Mereço.... esta cobra, ela me ajuda.
Tenho sono, vou ficando dormente...
dormente, cada vez mais...
um sono letárgico...
fecho meus olhos.
Se sinto dor?
Muita dor...
(continuam os sintomas físicos no meu corpo que antes deste momento não existiam).
Mas foi o preço de vender minha vida... meu ideal.
Mereço, sim, mereço... a culpa doi mais que a dor ferina.
Durmo profundamente.
Ao comando do terapeuta, sou transportado para outro lugar... durmo, mas libertei-me...

Obedecendo à sua voz , muito longe, (estava em hipnose leve, recordando)
a um novo comando sou levado a um lugar onde de mim cuidam,
não vejo nada, só sinto calma....
E aos poucos, vou voltando...
pareço descer uma escada.
mas não a vejo. Estou leve...
Na contagem , recebo o comando de abrir meus olhos.
Volto... nenhuma dor.
Passou.
Atravessei a ponte,
novamente a escolhi como caminho...
voltei."


* Analisamos esta regressão, que na verdade saiu do fio cármico que estava sendo seguido...
foi uma emergência da alma...
Uma emergência espiritual!

Como terapeutas( eu e ele), analisamos os conteúdos trazidos à tona .
Alguns pontos se delinearam e vi o porquê pedi urgente que meu terapeuta me atendesse:
estive num sítio, numa viagem, na mata, e fomos atacados por abelhas. Lá tudo correu bem, cuidamos, nada de mal me aconteceu.

Comecei a sentir uma " estranha sensação", uma sensação de depressão, vontade de voltar para minha casa na cidade, uma tristeza sem motivos pois estávamos felizes.
Nenhum acontecimento ruim me acontecera,
a viagem foi programada por mim,
estava eu feliz, nada anormal, que já não fosse previsível e costumaz.
Eu, conscientemente, estava fazendo o que planejara, mas algo aconteceu ,
atribui ao fato de termos de deslocar colméias,
fui picada, mas nada grave, só uma ardência.
Interessante...isso já acontecera mais de uma vez.
naquele dia, porém, algum "nó do passado" foi tocado.
Tive que voltar antes do dia previsto,
a tristeza sem motivos, a angústia aumentavam.

No nível consciente, fiquei e fico feliz pois salvo as abelhas que sempre invadem minha casa. Coloco "caixas especiais"nas árvores para um amigo apicultor, que as retira,
sempre sai agraciado por belos enxames.

Nosso inconsciente, porém, vai buscar a no fundo do baú, memórias, situações "gatilhos".
Não sei dizer o exato momento crítico.
Cremos, o terapeuta e eu, esta ter sido uma delas.

Após a terapia regressiva...
tudo voltou ao normal.

Entretanto, como conheço muito bem meu mapa astral... reconheci muitos sinais.
Mais que isso... peças de um mosaico que faltavam foram preenchidas.

Mesmo sem ter problemas de fobias,
com certeza não tive uma "síndrome de pânico",
mas um ataque de pânico,
motivado por algum resíduo cármico alojado em meu insconsciente...
que naquele momento foi acionado.
E ataques de pânico, isolados... a maioria das pessoas têm ou já o tiveram um dia!
Infelizmente, ao procurarem auxílio, recebem um tarja-preta,
que mascara os sintomas...
não soluciona!

É... por tal que amo ser Terapeuta de Vidas Passadas.
Somos viajantes...
em cada vida trazemos as memórias necessárias para nosso aprendizado.
Precisamos tê-las guardadas, como dizem alguns: "ao nascer o esquecimento é necessário".
mas... quem vive em perfeita harmonia?
Neste mundo que nem sempre podemos ser aquilo que viemos traçados para ser.

O resto da história... fica comigo!

Para quem sabe astrologia, tenho Nodo Sul na casa 11 em Sagitário(casa 12 em sagitário)
e Nodo Norte na casa 5 em Gêmeos, com Urano em Gêmos bem pertinho...
casa 5 em touro.
E Saturno em 17°57 Câncer conjunto a Marte 18°07'...

Um detalhe: muitas vezes tive visões e comprovações de "coisas do passado",
aquelas "coincidências" .
E analisando minha vida... há links que contam a mesma história.

Esta vivência foi algo que nunca nem em sonhos percebi...

Continuamos as regressões , seguindo os fios cármicos ligados a esta vida e que ainda não tinha eu conseguido solucionar.
A terapia de vidas passadas é indicada somente para aqueles casos em que nosso ser consciente não consegue expurgar os feridas do passado.
E estas voltam sempre, ciclicamente, trazendo os mesmos sintomas.

Como reconhecer se são fantasias, sonhos , recordações desta vida , da nosa infãncia?
Isso , que para muitos céticos, são sandices, ilusões;
que são motivo de descrença para os cientificistas e até mesmo, vistas por terapeutas holísticos de outras áreas, como mera recordações biográficas...
eu pergunto...
que diferença faz?
se o paciente melhora seus sintomas,
que ao reviver seus traumas mais profundos,
ele renasce,
há a cura do mal que o afligia!

O que me preocupa é o quanto pessoas sem qualificação técnica querem utilizar esta terapia;
é preciso ter ética profissional e conhecimento.
Precisamos saber como trabalhar a carga emocional que o pacinte vivencia.
Estamos com "cristais" delicados aos nossos cuidados, uma escuta e um direcionamento sem interferências, sem colocar imagens nossas nem palavras durante o trabalho.
Somente saber onde e quando parar e o quando seguir.
Um comando atento aos mistérios da alma.
As regressões no tempo não são histórias da carochinha,
não são passeios, nem viagens turísticos.
Não sabemos que nem o que encontraremos lá atrás,
quem ou o quê está escondido em nós,
alegrias tristezas dores...
tudo é uma incógnita!
Nunca se fazer por curiosidade.
Quem deve analisar se há necessidade da regressão é o profissional.
Muitos, nas memórias inconscientes desta vida trazidas à tona,
as libertam, chegando a soluções curativas.

Até porque tudo que vivenciamos durante nossa vida
traz a marca do que fomos e de tudo aquilo
que precisamos nos melhorar, nos apurar;
trouxemos as benesses - que sejam sempre percebidas e bem vindas e aproveitadas!
e os problemas repetitivos que nos angustiam
- são os "saltos" que nos impulsionam para o porvir,
mais cônscios de nossa missão de viver,
ser homens e mulheres de bem,
ser mais felizes, sem culpas.
Livres, aptos a exercer o ato de perdoar a si mesmos.

*** Este é o relato de uma sessão.
Como disse, emergencial.
Uma ressalva, meu terapeuta é um colega meu de Curso, já era formado, eu ainda em formação. E é formado em medicina, toda a dor que eu senti e fui relatando a angústia da morte, segundo ele, eram os sintomas de envenenamento por veneno de cobra.
Algumas pessoas me perguntam se, ao regredir, verão tal ou aquela pessoa.
Não sei responder, pode ser ou não.
Pelo que já vivenciei comigo e com pacientes,
a alma sofrida vai seguindo o fio cármico condutor relacionado a esta vida e ao problema que a trouxe ao consultório.
O nosso trabalho é identificar ste fio condutor ligado aos sintomas
e focar este fio com habilidade, atuando no momento certo.

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