Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

domingo, 13 de novembro de 2011

De que serve discutir ideologias?




"Para compreendermos o homem
e as suas necessidades,
para o conhecermos naquilo
que ele tem de essencial,
não precisamos de pôr em confronto
as evidências das nossas verdades.

Sim, têm razão.
Têm todos razão.
A lógica demonstra tudo.

Tem razão aquele que rejeita que
todas as desgraças do mundo recaiam sobre os corcundas.
Se declararmos guerra aos corcundas,
aprenderemos rapidamente a exaltar-nos.
Vingaremos os crimes dos corcundas.
E, sem dúvida, também os corcundas cometem crimes.

A fim de tentarmos separar este essencial,
é necessário esquecermos
por um instante
as divisões
que, uma vez admitidas,
implicam
todo um Corão de verdades inabaláveis
e o inerente fanatismo.

Podemos classificar os homens
em homens de direita e em homens de esquerda,
em corcundas e não corcundas,
em fascistas e em democratas,
e estas distinções são incontestáveis.

Mas sabem que a verdade é aquilo que simplifica o mundo,
e não aquilo que cria o caos.

A verdade é a linguagem que desencadeia o universal.

Newton não 'descobriu' uma lei há muito disfarçada de solução de enigma,
Newton efectuou uma operação criativa.
Instituiu uma linguagem de homem capaz de exprimir simultaneamente a queda da maçã num prado ou a ascensão do sol.

A verdade não é o que se demonstra, mas o que se simplifica.

De que serve discutir as ideologias?

Se todas se demonstram, também todas se opõem,
e semelhantes discussões fazem duvidar da salvação do homem.
Ainda que o homem, por todo o lado, à nossa volta,
revele as mesmas necessidades."


Antoine de Saint-Exupéry,
in 'Terra dos Homens'


Se ainda aqui estamos,

neste nosso lindo planeta azul,
em novembro do ano de dois mil e onze,
no terceiro milênio,
após o Cristo Jesus,
sem a mínima noção de
como e quando
poderemos pisar
logo ali ao lado,
no nosso vizinho, o misterioso
planeta vermelho Marte...
como ousamos nos arvorar

de Senhores da Verdade?

Este modo de pensar meu
me permite o ter
paciência
comigo mesma,
e, assim, exercito
a não tão simples lucidez
de relevar e intentar respeitar
outros pensares
tão diferentes do meu,
que voam e se cruzam
nos ares como flechas
nas mãos de mentes guerreiras.


Calo-me,
quando tudo é confuso,
e nada entendo.

Existe um tempo para tudo nesta vida.
Volto meu olhar,
leio,
releio,
recordo

o Livro de Eclesiastes...
aquieto-me.

Somos o registro vivo
da história do mundo,
ainda com muitas lacunas,
páginas se perderam
ou foram queimadas
em terríveis inquisições.

Só um dia,
talvez, atingiremos
o real conhecimento
.

Creio com fervor que o Criador,
que nos ama
apesar de nossas limitações,
só espera de nós
um amor imenso,
dulcíssimo,
sobretudo
por nós mesmos.

É vero:
só quem aprendeu
a amar a si mesmo
com um amor verdadeiro
saberá amar,
puramente,
ao seu próximo.

Deus sabe tudo sobre o Todo!


Na busca da minha paz interior
espero...

minh'alma não tem pressa.
Ela é imortal!

4 comentários:

Calu Barros disse...

Mª Izabel,
unamos nossas esperanças na fé de que cada ser humano ao menos tente o difícil exercício da aceitação do diferente, respeitando e superando discordâncias, lembrando-se que acima de tudo somos criação do Uno e à ele estamos ligados pela eternidade de ser e sentir.
Gostei de refletir contigo.
Bjos,
Calu

Simplesmente, RÔ! disse...

Maria Izabel, minha querida de tantas vidas

Eu poderia dizer que "nem imaginas", mas como me conheces tão bem [risos] digo que "tens certeza" do quanto me encontrei nas tuas palavras. São um conforto para esta sua amiga aqui, que muitas vezes sente-se tão..
[não sei dizer mas sabes compreender]

Sou muito grata pelos nossos reencontros pois estou certa de que és parte do meu aprendizado.
Bjsss, no SUL do teu coração!

Maria Izabel Viegas disse...

Amiga querida Calu,

Tens razão... precisamos sempre nos lembrar, sim e muito,
"que acima de tudo somos criação do Uno e à ele estamos ligados pela eternidade de ser e sentir".
Obrigada, amiga, gosto muito da tua presença
e dos seus comentários sempre tão amorosos e lúcidos!
Beijos no teu coração!

Maria Izabel Viegas disse...

Minha preciosa amiga de muitas vidas,

Somos , entáo, duas (risos)a falar sobre tudo aquilo que nos deixa apreensivas.
Há tantas ondas - pensamentos por aí soltas, a se cruzarem... que precisamos de muita força e fé!
Em Deus, em nós e no destino que o homem um dia irá construir com mais amorosidade, menos separatismos.
Mas..a certeza de amigas tão queridas como tu faz um afago no coração.
Obrigada, minha amada, sou feliz com TUA PRESENÇA!
Beijos n'alma, doc Rô!