Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O amor através das reencarnações, na poesia de Drummond

Este é um tema que eu, como Terapeuta de Vidas Passadas, amo de paixão!








O grande Drummond, hoje é reconhecido e cultuado merecidamente, 
entretanto como todos os que se arriscam, ousam, criam e são diferentes por generosa e bela natureza, escandalizou os que veneravam a poesia em versos rimados 
ao lançar a "sua pedra no meio do caminho".
Abençoados sejam os homens que, na diferença, são chamados de 'loucos'...
abrem as portas para que as palavras dos simples mortais sejam ouvidas pelo mundo dos ditos 'normais'.
Imagino o que causou de espanto esta poesia em que a reencarnação é o seu tema.

E mais me encanta, ao lançar com palavras bem certas,
ajudando no estudo do tema,
a nem tão velha mania de
"todos serem reis ou rainhas" no passado,
no caso seu amor era uma troiana, não Helena!
Só sei que eu,
uma dessas simples mortais,
que de tão 'louca'
acredito que meu amor
vem comigo
entre encontros e desencontros,
desde tempos imemoriais.
Amo, venero,  cultuo e adoro
a irreverente
genialidade e loucura
aqui o transcrevo...


"Balada do amor através das idades"

Eu te gosto, você me gosta

desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos.

Virei soldado romano,

perseguidor de cristãos.
Na porta da catacumba
encontrei-te novamente.
Mas quando vi você nua
caída na areia do circo
e o leão que vinha vindo,
dei um pulo desesperado
e o leão comeu nós dois.

Depois fui pirata mouro,

flagelo da Tripolitânia.
Toquei fogo na fragata
onde você se escondia
da fúria de meu bergantim.
Mas quando ia te pegar
e te fazer minha escrava,
você fez o sinal-da-cruz
e rasgou o peito a punhal...
Me suicidei também.

Depois (tempos mais amenos)

Fui cortesão de Versailles,
espirituoso e devasso.
Você cismou de ser freira...
Pulei muro de convento
mas complicações políticas
nos levaram à guilhotina.

Hoje sou moço moderno,

remo, pulo, danço, boxo,
tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável,
boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
eu, herói da Paramount,
te abraço, beijo e casamos.

Carlos Drummond de Andrade,

Itabira Minas Gerais, 31 de outubro de 1902 - Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987

Nenhum comentário: