Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Só há chuva lá fora, não molha nosso coração




São constantes os dias
em que a chuva cai, contínua,
tempestades causando tantos sofrimentos,
'sentimento- água' a remexer com as nossas emoções.


Chuva
Não mais dominas nosso destino.

Formam-se nos céus
ameaçantes cúmulos negros,
parecem atentos,
a esperar o momento de entrar em cena
e conseguir atravessar a porta do nosso ninho,
quer a todo custo
nos levar ao antigo tempo
em que éramos sós.
Pobre, ilusória e iludida chuva.
Não reconhece
quando corações se encontram
e é o destino não haver espaço
para a não luz,
para o gélida solidão,
para o nada.
Existe um "sentir" tão esperado,
de trama tecida de fios de seda tão fortes,
que nada pode separar
nem intentar desfazer
um amor que percorreu mil anos.
Existe o Amor que já nasceu antes da vida,
que já de tão marcado n'alma
não se arrefece,
nem cede
nem treme
nem teme.

A chuva...
que importa?
São gotas de água
que já nos chega pura,
pois nosso copo - corpo
já está limpo
molhando-nos
realimenta e nutre.
Secam ao calor do fogo
da chama - luz do amor
que transcende a Vida,
que derrota a Morte.
Que acorda e sonha ,
que dorme e vive,
que morre e renasce
a cada amanhecer ,
a cada pôr- do- sol.
a cada brilho das estrelas
ou na noite densa e escura.
Pobre e desvairada chuva...
perdes teu tempo!
Já não és dona de nós...
O Amor é nosso dono.
Vive na flor mais linda,
na lama das estradas,
na alegria,
no sofrimento,
é o êxtase divino.
É nosso silêncio,
nosso segredo,
nossa luta,
nossa paz!

E vamos seguindo,
somando sempre
por todos os tempos as nossas vidas.
Eu o amo
ele me ama.
Somos o encontro
que estava previsto...
por séculos,
por milênios
nas estrelas!

Maria Izabel Viégas

Um comentário:

Élys disse...

Nesses encontros que estavam previstos, que são para toda a eternidade, nenhuma chuva pode molhar, nem mesmo respingar.
Poesia maravilhosa. Adorei!...
Beijos,
Élys.