Minhas Memórias

Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -

Amigos Caminhantes...

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A Cidadezinha Qualquer, de Drummond... onde morar, nem pensar


Para quem gosta e entende astrologia tendo eu Sagitário na Cauda do Dragão ou Nodo Sul e Gêmeos na Cabeça do Dragão ou Nodo Norte vai compreender porque gosto tanto deste poema de Drumond, que aqui transcrevo lá abaixo.

Já tive tanta liberdade, já vivi em outras vidas tanto lá no bem distante, quem sabe numa cidade pequenina, numa floresta, num campo que chego a me arrepiar de viver num lugar sem ter o movimento de uma cidade grande. Sou urbana, podem crer. Embora viva cercada de plantas( um ipê roxo, cerca de florido e lindo bougainville e alamandas amarelas, um coqueiro, dois pés de acerolas e uma horta caseira).

Diz a Doutrina Espírita que nascemos no lugar cerrto para desenvolvermos todos os nossos potenciais,
aqueles determinados por nossa alma perene, escolhidos, quiçá, se temos este merecimento, por nós mesmos, antes de reencarnarmos , para testar o quanto aprendemos por aí, nas vidas anteriores e nas entre-vidas.
Pois é... Gêmeos quer biblioteca, quer muitos bairros, quer carros, quer muitos locais onde posso de tudo um pouco bisbilhotar.
Gêmeos quer detalhes, precisa ser mais flexível, aprender mais estar sempre em movimento, no meio das notícias...

E posso lhes afirmar que
... nasci no Rio de Janeiro.
E como gosto da praia, do mar sair para o Alto da Boa Vista e ver floresta. Subir no Cristo Redentor e descer à beira da lagoa Rodrigo de Freitas.
Ter uma Avenida presidente vargas, uma das principais, tendo no final dela,(ou será no início?) uma Igeja da Candelária exatamente "de costas" prá nós. É o urbanismo mal planejado das grandes cidades, a história do Rio explica...
Ahhh.... e a Cinelândia, amava ir com meus pais à Cinelândia, no Centro da Cidade!
Extasiava-me ficarali  à frente do belíssimo Teatro Municipal, entrar na Escola de Belas Artes, na Biblioteca Nacional.
Recordo-me com saudade, quando pequenina, vi uma onda no Arpoador, em Ipanema, mar aberto, 'a maior onda do mundo', isso aos olhos meus de criança. Fiquei com a boca aberta de susto e prazer sei lá quanto tempo. Até hoje gravadas na minha retina o rosto e o largo sorriso do meu pai e da minha mãe. 
E se saudade do cheiro de mato gostoso me chega...
num pulo posso voar até a Região Serrana,
pegar estradas e sair admirando os lugares, as cidadezinhas pequeninas, cheias de encantos, mas que NESSA VIDA, já não me encantam mais. Só para passar, admirar, visitar e voltar!!!

E Drummond, o poeta, onde entra na minha história?
Já lhes conto, olha só...

"CIDADEZINHA QUALQUER"

"Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
devagar... as janelas olham.

Eita vida besta, meu Deus."

- Carlos Drummond de Andrade, in Antologia Poética -


Ah, poeta, faço coro contigo nesta poesia...
eu juro: morreria de tédio
se eu tivesse
que andar
nessa qualquer cidade
assim...
tão devagar!

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