Minhas Memórias
Eu.
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -
Sou feita de todas as lembranças de todos os instantes desta vida.
Sou refeita em todas as tomadas de decisões e ações investidas.
Sou construída pelos sonhos de outrora.
Existo pela insistência em declarar-me viva.
No pensar invado a razão.
No sentir mergulho e banho-me em sentimento.
Nas dúvidas extasio-me nas redescobertas.
Nas certezas confronto-me com a complexidade.
Nas emoções reacendo-me em amores e alegrias.
Infinitamente disposta a existir.
Participar ativamente da memória
deste mundo em que escolhi escrever
e ser a minha história.
Aqui é o meu tempo agora...
- Maria Izabel Nuñez Viégas -
Amigos Caminhantes...
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Não quero mais ver chorar a criança .
"A Criança que Chora na Estrada"
"A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ver quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou não é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei onde vim nem onde estou.
De não o saber, minha alma está parada.
Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde eu possa enfim
O que esqueci, olhando-o relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de que era assim."
(Fernando Pessoa)
Se pudéssemos voltar no tempo, buscaríamos a nossa criança que chora?
Não o sei...
Nem sei se gostava tanto assim de ser criança.
Só sinto que hoje amo aquela menina, sim !
Mas voltar no tempo, retornar...
para relembrar de mim
não...isso não quero!
Voltar a ser pequena e frágil,
a sonhar olhando para as estrelas,
a vestir-me de panos imaginando ser
a mulher adulta que agora sou?
Pequena queria já ser grande...
custou-me muito crescer.
Nada fácil foi a caminhada.
Por que e para que ir lá atrás
procurar a criança
que hoje sinto carinho
mas que nunca
desejaria mais ser.
Lembro-me exatamente do tempo
em que deixei de ouvir os meus brinquedos,
num repente eles mudos ficaram.
E me deixaram só...
Bonecas inúteis, casinhas falsas,
Tudo era nada...
Eu queria tanto ser grande,
quando era pequena!
E tão crente em tudo e em todos.
aliás, se havia maldade , eu nunca percebia.
não, não gosto nem um pouco de ter sido assim.
Ó meu poeta...
não te acompanho nestes versos,
lindos, plenos do teu Eu
que não representam nada do meu Eu.
Já pequena me achava de outro mundo,
sentia uma imensa saudade
de não sei onde nem de quê.
Hoje ainda tenho essa saudade...
mas já a entendo bem.
Já sonho e sinto de onde vim,
sei que a saudade era das estrelas...
Elas ainda estão aqui comigo,
me acompanham para onde vou.
E posso nelas flutuar,
viajar... quando me dá vontade!
Pois que hoje encontrei meu pensamento e ele é livre.
Pode meu corpo aqui ficar preso a esta matéria;
mas, minha liberdade de sonhar, de ir além do tempo
é algo que consegui encontrar para mim.
Decifrei, meu Eu -menina
quase todos os nossos códigos secretos,
pois descobri que foi para isso...
que você nasceu
para que Eu a fizesse crescer.
Para encontrar as minhas chaves,
aquelas que você, doce menina...
procurava tanto...
mas o medo fechava seus olhos.
Temia demais a aventura
achando-se sozinha e fraca.
Eu lhe afirmo, minha menina,
que já subi
e cai de muitos montes...
fui ao fundo dos vales.
Sobrevivi, quase afogando-me nos pântanos.
Mas fui mais que eles,
neles colhi todos os lírios que encontrei
e fiz minha própria trama,
teci aquilo que tenho em mim.
E já tive a visão lá do alto do monte
Já voei nas mais distantes estrelas
pois que aprendi a ser mais forte
que o medo da vida e da morte.
Aprendi que sou livre...
para ser feliz e também para sofrer,
por que não?
Pois que livre é o meu pensamento...
ninguém o prende em amarras.
Vou e sou com ele o que quero ser.
Sou dona de mim!
A vida não é um sonho de
menina pequenina, frágil,
e temente a tudo.
Eis que eu novamente afirmo:
Você ficou lá atrás...
nem foi nem é saudade,
amo muito mais ser Eu no Agora.
Certeza tenho
de que a vida...
é Vida,
é Morte,
é um Eterno Renascer!
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11 comentários:
Olá!
Interessante, esta semana estava olhando as minhas fotos de criança e lembrando os meus sonhos , os que realizei e os que ficaram , pensei muito na minha criança interior. Nada acontece por acaso, certo amiga ? E hoje leio este lindo texto.
Beijos e um lindo dia
Olá! Deixou-me sem palavras.
Por você e por Pessoa.
Mas a criança que fui, mora dentro e ainda chora sim , às vezes sim, mas também brinca.
Qto ao meu nome embaixo de uma Lótus, ai! - o que que eu posso querer mais?
Só mesmo agradecer.
E ainda sobre a criança que fui - tenho saudade da mãe, com quem pude conviver apenas por 10 anos e essa é a dor e a causa de todas as outras dores que eu me causei durante tanto tempo.
Mas também é a causa de eu ter sabido dançar em volta do fogo que me queimava.
Parece que é assim...
Um grande abraço!
Lar de Frei Luís?
Na estrada da Boiúna?
Morei em Jacarepaguá por 14 anos, conheço mais ou menos o trabalho de Frei Luíz, e mais ou menos a história do tanto que ele fez pelas pessoas aqui em Petrópolis quando andante pela terra.
Muito bom!
Maria Izabel. Amar a criança que ficou no passado, mas jamais querer sê-la novamente. A vida é movimento constante, é evolução, é crescimento. Pra quê voltar? Beijos, amiga e excelente final de semana.
Lindíssima viagem ao mundo dos sonhos.
Amei este texto.
Abraço
Oi
O texto é super
lindo eu sempre
pega à mão da
menina que
vive em mim.
Beijos...
Lúcia.
Não sei se amo a criança que fui. Passei uma infância não muito boa, principalmente se comparada com a que minha filha leva hoje. Não me lembro dos adultos interagindo comigo, além do meu pai.
Fui uma criança muito triste e isso se mostra nas fotos de criança. Quando fiquei grávida tinha muito medo que minha filha tivesse fotos com olhar tão triste como os meus. Mas ao invés disso ela sorri escancaradamente para as fotos.
Prefiro minha vida adulta, e depois dos 30. Pena que já não tenho mais a companhia de pessoas que amo, mas não dá pra ter tudo...
Tenha um ótimo fim de semana, beijos
Oi Bel amada que bom te-la no meu cantinho de paz .Fico sempre feliz quando me visitas,pois para mim és um ser especial.Que os espíritos de luz te acompanhe .Muita luz no teu caminho e beijos na alma.
Maria Isabel,
Tem umas coisa inexplicáveis...ontem mesmo pensava no tempos de infância, mas minha mãe dizia que as expressões de meu rosto nas fotos, sempre estava longe, parecia estar sempre pensando em algo...o que poderia ser... acho que não mudei, continuo pensando muito e fico distante...Boa noite
Maria Izabel
muitas vezes nos prendemos no que foi, e esquecemos de viver o presente.
estou aprendendo a deixar de lado oque passou, porque afinal, não volta mais...se seguimos adiante, evitando perssistir nos erros, é sinal de aprendizado, e isso é tudo que importa...a criança passou, a vida segue, cada dia mais pertom do retorno a espiritualidade, e depois um novo começo...
obrigada pelo lindo texto, sempre nos faz pensar e aprender, um pouco mais.
beijo de luz
Amigas....não posso responder agora.
Amo seus comentários!
eu volto, com certeza!
Beijos nos seus corações!
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